Potamotrygon falkneri (Castex & Maciel, 1963)
Nome Popular: Arraia, Raia, Arraia Pintada — Inglês: Largespot river stingray
Família: Potamotrygonidae (Potamotrygonídeos)
Origem: América do Sul, bacia do Paraná e Paraguai
Tamanho Adulto: 60 cm (comum: 45 cm)
Expectativa de Vida: 20 anos
Temperamento: Pacífico, predador
Aquário Mínimo: 200 cm X 60 cm X 60 cm (720 L)
Temperatura: 24°C a 30°C
pH: 6.0 a 7.2 – Dureza: até 10
Visão Geral
Nativo das bacias do Rio Paraná e Rio Paraguai no Brasil, Paraguai e Argentina. Encontrado desde Cuiabá até o rio La Plata na Argentina. Como outros membros do gênero, ocorre em uma grande variedade de biótopos incluindo os principais rios e pequenos afluentes em meio a substrato lamoso ou arenoso. Durante estação chuvosa migra para áreas de florestas inundadas, podendo ser encontrado em lagos e lagoas temporárias após o recuo das águas.
Formato do corpo ligeiramente oval, cartilaginoso, com centro do corpo levemente mais elevado. Corpo achatado dorsiventralmente com fendas branquiais (espiráculos) abaixo da cabeça onde a água entra e sai pelas guelras após o oxigênio ser absorvido. Bordas do disco possuem espessura mais fina e sua cauda é mais curta do que o comprimento de seu corpo, apresentando ferrão venenoso.
Junto com o Peixe-serra e os tubarões não apresentam ossos em seu corpo, possuindo estrutura esquelética composta principalmente por cartilagem. Todos estão incluídos na classe Elasmobranchii (elasmobrânquios). Os potamotrigonídeos fazem parte do único grupo de Elasmobrânquios que evoluíram para viver exclusivamente em águas continentais.
Possuem aparelho de respiração especializado permitindo respirar enquanto ficam enterrados no substrato. Atrás de cada olho apresenta uma abertura conhecida como espiráculo, no qual a água é transportada até as guelras e o oxigênio é extraído.
Seu ferrão encontrado na cauda é formado por dentina, mesmo material que compõe o dente humano, e associado a glândulas de veneno. Segundo estudos a toxidade do veneno pode variar de acordo com a espécie, porém, todos são bastante semelhantes em sua composição. A proteína é a base com químicos destinados a trazer dor intensa e degeneração rápida dos tecidos (necrose). Se picado, segundo relatos de vítimas, a dor costuma ser insuportável no local atingido, além de poder apresentar dor de cabeça, náuseas e diarreia. Reações mais graves não são incomuns, devendo ser procurado atendimento médico. Submergir a área afetada em água morna minimiza as dores.
Aquário & Comportamento
Substrato arenoso e macio requerido, um aquário com bom comprimento e largura desejável. Decorações podem ser utilizadas, mas com moderação deixando espaços livres para nadarem. O sistema de filtragem do aquário deverá ser impecável, principalmente a filtragem biológica, devido a quantidade de resíduos que estes peixes produzem.
Arraias estão entre os principais predadores em seu ambiente natural e comerão qualquer peixe menor que couber em sua boca. Apresentam comportamento bastante pacífico e tranquilo, devendo evitar ser mantido com peixes agressivos ou territoriais. Peixes de hábitos mordiscadores também devem ser evitados. Os melhores peixes para serem mantidos juntos são aqueles igualmente pacíficos e que não seja pequenos o suficiente para serem comidos e que frequentem preferencialmente a parte média ou superior do aquário.
Sua manutenção em aquário requer muito cuidado, embora seja um animal manso poderá lançar uma picada como meio de defesa. O ferrão costuma ser trocado a cada seis meses ou pode surgir um novo em pouco tempo assim que o original for utilizado.
Reprodução & Dimorfismo Sexual
Vivíparo, Sexuada (fecundação). Período de gestação varia entre 9 a 12 semanas, dando origem em média 4 a 12 espécimes com cerca de 6 a 10 cm. Amplitude etária de 4 anos para machos.
O ovo é fecundado dentro da fêmea e em muitas espécies os alevinos nascem vivos. Os clásperes, já citados, são formados nas partes internas das nadadeiras pélvicas e como já explicado são utilizados na fertilização. Este órgão é enrijecido com cartilagem e atua como dilatador para dirigir o esperma dentro da abertura da fêmea. Na cópula ele projeta-se para frente, em ereção, e introduz-se na fêmea, e os sulcos existentes ao longo de suas faces internas formam um tubo através do qual flui o esperma. As arraias ejetam os ovos fertilizados em cápsulas que se tornam rígidas com o contato com a água. Meses depois o alevino emerge da cápsula como uma miniatura dos seus genitores. Mas há arraias que são vivíparas, ou seja, produzem alevinos plenamente formados. O embrião se desenvolve no interior do corpo da fêmea, e se alimenta de amplo saco vitelínico. Este tipo de gestação leva 3 meses, sendo que os neonatos ficam de 4 a 5 dias sob a fêmea. Nas arraias vivíparas, um fato curioso ocorre, pois os alevinos possuem os espinhos ou farpas das suas caudas metidos em uma bainha, impedindo que ocorra algum dano à mãe durante o parto. (Fonte: Blog Arraias de Água Doce)
Pais ou adultos de Arraias não costumam predar os filhotes, mas deve-se retirá-los por segurança.
Dimorfismo sexual
O macho apresenta o clásper, um par de órgãos sexuais utilizados para inseminar a fêmea, localizado entre a nadadeira anal e a cauda, semelhante a dois pênis paralelos, um de cada lado da cauda, muito evidente quando se compara o sexo, e visível inclusive em um animal impúbere. Machos costumam ser menores.
Alimentação
Carnívoro, em seu ambiente natural alimenta-se de peixes e invertebrados incluindo vermes, moluscos e crustáceos. Em cativeiro dificilmente aceitará alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos e outros alimentos alternativos como filés de peixes de água doce, camarões, minhocas, entre outros.
São animais com alta taxa metabólica devendo ser alimentados frequentemente, daí a necessidade do aquário possuir uma filtragem excepcional.
Evite fornecer carne de mamíferos como coração de boi ou frango. Alguns dos lípidos contidos nestas carnes não podem ser adequadamente metabolizados pelo peixe, e pode causar excesso de depósitos de gordura e degeneração dos órgãos.
Etimologia: Potamotrygon, Grego, potamos = rio + grego, trygon = arraia
Referências
- de Carvalho, M.R., N. Lovejoy and R.S. Rosa, 2003. Potamotrygonidae (River stingrays). p. 22-28. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
- Compagno, L.J.V., 1999. Checklist of living elasmobranchs. p. 471-498. In W.C. Hamlett (ed.) Sharks, skates, and rays: the biology of elasmobranch fishes. Johns Hopkins University Press, Maryland.
- Romero, P., 2002. An etymological dictionary of taxonomy. Madrid, unpublished.
- Hábitos alimentares e sobreposição trófica das raias Potamotrygon falkneri e Potamotrygon motoro (Chondrichthyes, Potamotrygonidae) na planície alagável do alto rio Paraná, Brasil – DOI: 10.4025/actascibiolsci.v28i3.208
Alessandra Pasian Lonardoni, Erivelto Goulart, Edson Fontes de Oliveira, Milza Celi Fedatto Abelha - A taxonomic and morphological redescription of Potamotrygon falkneri Castex & Maciel, 1963 (Chondrichthyes: Myliobatiformes: Potamotrygonidae). Neotrop. ichthyol. [online]. 2011, vol.9, n.1, pp.209-232. ISSN 1679-6225. http://dx.doi.org/10.1590/S1679-62252011000100021.
SILVA, João Paulo C. B. da e CARVALHO, Marcelo R. de - Delimitação da espécie Potamotrygon falkneri Castex & Maciel, 1963 , a partir da análise taxonômica do complexo falkneri-castexi (Chondrichthyes: Myliobatiformes : Potamotrygonidae)
Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Abril/2016
Colaboradores (collaboration): –
brother a foto inicial e de uma motoro, talvez hibrida de falk pela quantidade de ocelos, tenho uma também.
Informações top. Muito obrigado.