Lambari do Rabo Vermelho (Astyanax fasciatus)

 
Espécime pescado na represa de Furnas (MG)

Astyanax fasciatus (Cuvier, 1819)

Nome Popular: Lambari do Rabo Vermelho — Inglês: Banded astyanax

Família: Characidae (Caracídeos)

Origem: América do Norte, Central e do Sul. Encontrado desde o México até Argentina.

Tamanho Adulto: 17 cm (comum: 12 cm)

Expectativa de Vida: 5 anos +

Temperamento: Pacífico

Aquário Mínimo: 80 cm X 30 cm X 40 cm (96 L)

Temperatura: 20°C a 28°C

pH: 6.0 a 8.0 – Dureza: indiferente

Visão Geral

Espécie de Lambari comum com vasta distribuição em todo continente americano, desde o México até a Argentina. Ocorre em rios e riachos de fluxo lento ou áreas lênticas.

No Brasil é conhecido por sob uma grande variedade de nomes como Lambari, Lambari do rabo vermelho, Piaba, Piaba da Bahia, Piaba do rio e Piaba do rabo vermelho.

O gênero Astyanax apresenta mais de 80 espécies conhecidas popularmente como Lambaris ou Tambiús, com grande diversidade em praticamente todas as bacias da América do Sul. Muitas espécies são muito semelhantes, mas com grande variabilidade genômica, o que leva alguns pesquisadores a considerarem algumas delas como complexo de espécies. Os grupos ou complexos de espécies são formados por espécies de um mesmo gênero, reunidas de acordo com seu nível de parentesco.

Espécie com grande capacidade de colonizar diferentes habitats, os Lambaris do complexo Astyanax possuem uma grande adaptabilidade a diferentes habitats, além de serem sensíveis a mudanças em seu ambiente natural. Isso os torna excelente bioindicadores de alterações ambientais.

Comunidades tradicionais utilizam este pequeno peixe como fonte de alimentação. Outra posição importante é que os Lambaris possuem importante posição na cadeia alimentar, fazendo parte da alimentação de inúmeros vertebrados, mamíferos aquáticos, aves e até mesmo de alguns anfíbios e répteis. Além disso, são considerados dispersores secundários de sementes, contribuindo com a preservação das matas ciliares.

Espécime capturado em Ribeirao das Almas, Bacia do Alto Rio Sao Francisco, Minas Gerais

Aquário & Comportamento

O aquário deverá conter plantas formando zonas sombrias com algumas áreas abertas para natação. Outras peças de decoração poderão incluir troncos e raízes.

Seu comportamento é pacífico e gregário, devendo ser mantido em pelo menos meia dúzia de espécimes ou mais para que mostrem seu comportamento natural. Pode ser mantido em aquário comunitário com peixes de pequeno a médio porte igualmente pacíficos. Ocasionalmente pode mordiscar peixes mais lentos ou que apresentem longas nadadeiras.

Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo. Nas primeiras horas do dia o macho conduzirá a fêmea liberar os ovos não adesivos em meio a plantas que serão fecundados. A maioria dos ovos irá cair para o fundo ou poderá ficar flutuando. Eclodem em até 2 dias e larvas estarão nadando livremente em até 48h. Pais não exibem cuidado parental.

O dimorfismo sexual da espécie é evidente em indivíduos adultos. Macho tem forma corpo de forma retilínea e a fêmea apresenta corpo em forma mais roliça.

Alimentação

Onívoro. Em seu ambiente natural se alimenta de vermes, crustáceos, insetos e secundariamente material vegetal. Em cativeiro aceitará prontamente alimentos secos e vivos.

EtimologiaAstyanax; nome do filho de Heitor da mitologia grega. Fasciatus, palavra latina que significa “unido”.

Referências

  1. Andrade, P.M. and F.M.S. Braga, 2005. Diet and feeding of fish from Grande River, located below the Volta Grande reservoir, MG-SP. Braz. J. Biol. 65(3):377-385.
  2. Zaniboni Filho, E., S. Meurer, O.A. Shibatta and A.P. de Oliverira Nuñer, 2004. Catálogo ilustrado de peixes do alto Rio Uruguai. Floriano?polis : Editora da UFSC : Tractebel Energia. 128 p. :col. ill., col. maps ; 25 cm.
  3. Galvis, G., J.I. Mojica and M. Camargo, 1997. Peces del Catatumbo. Asociación Cravo Norte, Santafé de Bogotá, D.C., 188 p.
  4. Dahl, G., 1971. Los peces del norte de Colombia. Instituto de Desarrollo de los Recursos Naturales Renovables, Bogota (INDERENA). i-xvii, 1-391 p.
  5. Mackay, D., 1970. Populations of trouts and graylings in two Scottish rivers. J. Fish Biol. 2(1):39-45.
  6. Azpelicueta, M. de las M., A. Almirón and J.R. Casciotta, 2002. Astyanax paris: a new species from the río Uruguay basin of Argentina (Characiformes, Characidae). Copeia 2002(4):1052-1056.
  7. Estrutura populacional e época de reprodução de Astyanax fasciatus (Cuvier) (Characidae, Tetragonopterinae) do Rio Ceará Mirim, Poço Branco, Rio Grande do Norte, Brasil – Hélio de Castro Bezerra Gurgel
  8. Astyanax fasciatus AS BIOINDICATOR OF WATER POLLUTION OF RIO DOS SINOS, RS, BRAZIL – SCHULZ, U. H. and MARTINS-JUNIOR, H.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Agosto/2016

Sobre Edson Rechi 875 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

2 Comentário

  1. Muito bom artigo. Tenho um desses nadando com 3 pacus, uma tilapia e um jacunda em um aquário de 300 l. É um excelente cacador, belisca tido que vê incentivando o grupo pra atacar

     
  2. Boa tarde. Gostaria de tirar uma dúvida, aqui nos córregos e riacho de cachoeiras na cidade de Carrancas, eu encontrei um peixe parecido com o Tetra Buenos Aires, mas aí fica a dúvida. Estive pesquisando aqui na net e nas imagens os dois peixes tanto o lambari de rabo vermelho quanto o tetra buenos aires são muito parecidos.
    Você sabe me dizer a diferença morfológica dos dois ?

     

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