Lambari do Rabo amarelo (Astyanax bimaculatus)

 
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Espécime coletado no Rio Chotano (Província de Chota – Peru)

Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758)

Nome Popular: Lambari do Rabo amarelo, Tambiú — Inglês: Twospot astyanax

Família: Characidae (Caracídeos)

Origem: América do Sul, ocorre em praticamente todas bacias hidrográficas do Brasil

Tamanho Adulto: 17 cm (comum: 12 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos +

Temperamento: Pacífico

Aquário Mínimo: 100 cm X 40 cm X 50 cm (200 L)

Temperatura: 20°C a 28°C

pH: 5.5 a 7.6 – Dureza: indiferente

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Visão Geral

Distribuído em praticamente todo território brasileiro. O Lambari habita rios, riachos, lagoas e represas, mesmo onde há ocupação humana. É conhecido por sob uma grande variedade de nomes como Lambari, Lambari do rabo amarelo, Lambari Guaçu, Machadinha, Matupiri, Piaba, Piaba Chata, Piaba do rabo amarelo e Tambiú.

O gênero Astyanax apresenta mais de 80 espécies conhecidas popularmente como Lambaris ou Tambiús, com grande diversidade em praticamente todas as bacias da América do Sul. Muitas espécies são muito semelhantes, mas com grande variabilidade genômica, o que leva alguns pesquisadores a considerarem algumas delas como complexo de espécies. Os grupos ou complexos de espécies são formados por espécies de um mesmo gênero, reunidas de acordo com seu nível de parentesco.

Existem cerca de vinte ou mais espécies e subespécies dentro do complexo A. bimaculatus. Apresentam duas manchas, uma na ovalada e posição oriental na região umeral (próximo a nadadeira peitoral) e outra em forma de clava seguindo o pedúnculo caudal a porção mediana do corpo.

Espécie com grande capacidade de colonizar diferentes habitats, os Lambaris do complexo Astyanax possuem uma grande adaptabilidade a diferentes habitats, além de serem sensíveis a mudanças em seu ambiente natural. Isso os torna excelente bioindicadores de alterações ambientais.

Comunidades tradicionais utilizam este pequeno peixe como fonte de alimentação. Outra posição importante é que os Lambaris possuem importante posição na cadeia alimentar, fazendo parte da alimentação de inúmeros vertebrados, mamíferos aquáticos, aves e até mesmo de alguns anfíbios e répteis. Além disso, são considerados dispersores secundários de sementes, contribuindo com a preservação das matas ciliares.

Estudos indicam que esta espécie é bastante oportunista e é sempre umas das primeiras a descobrir e usufruir de um tipo de novo alimento. Há indícios de espécimes que viveram por até 19 anos.

Aquário & Comportamento

O aquário deverá conter bastante plantas formando zonas sombrias com algumas áreas abertas para natação. Outras peças de decoração poderão incluir troncos e raízes.

Seu comportamento é pacífico e gregário, devendo ser mantido em pelo menos meia dúzia de espécimes para que fiquem mais a vontade e mostrem seu comportamento natural. Pode ser mantido em aquário comunitário com peixes de pequeno a médio porte igualmente pacíficos. Ocasionalmente pode mordiscar peixes mais lentos ou que apresentem longas nadadeiras.

Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo. Nas primeiras horas do dia o macho conduzirá a fêmea liberar os ovos não adesivos em meio a plantas que serão fecundados. A maioria dos ovos irá cair para o fundo ou poderá ficar flutuando. Eclodem em até 2 dias e larvas estarão nadando livremente em até 48h. Pais não exibem cuidado parental.

O dimorfismo sexual da espécie é evidente em indivíduos adultos. Macho tem forma retilínea e a fêmea apresenta corpo de forma mais roliça.

Alimentação

É um peixe onívoro e detritívoro, alimentando-se de frutos, sementes e insetos terrestres, vegetais aquáticos, escamas, ovócitos e outros peixes. Até mesmo detritos e sedimentos são consumidos pelo Lambari.

Etimologia: Astyanax; nome do filho de Heitor da mitologia grega.

Espécime coletado no Parque Nacional Tingo Maria (Peru)
Espécime sub-adulto coletado no Parque Nacional Tingo Maria (Peru)

Referências

  1. Planquette, P., P. Keith and P.-Y. Le Bail, 1996. Atlas des poissons d’eau douce de Guyane. Tome 1. Collection du Patrimoine Naturel Volume 22, MNHN, Paris & INRA, Paris. 429 p
  2. Kenny, J.S., 1995. Views from the bridge: a memoir on the freshwater fishes of Trinidad. Julian S. Kenny, Maracas, St. Joseph, Trinidad and Tobago. 98 p.
  3. Zaniboni Filho, E., S. Meurer, O.A. Shibatta and A.P. de Oliverira Nuñer, 2004. Catálogo ilustrado de peixes do alto Rio Uruguai. Floriano?polis : Editora da UFSC : Tractebel Energia. 128 p. :col. ill., col. maps ; 25 cm.
  4. Riede, K., 2004. Global register of migratory species – from global to regional scales. Final Report of the R&D-Projekt 808 05 081. Federal Agency for Nature Conservation, Bonn, Germany. 329 p.
  5. Nível de arraçoamento para alevinos de lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax bimaculatus) – Fábio Meurer; Carmino Hayashi; Wilson Rogério Boscolo; Lúcio Barboza Kavata; Carlos Henrique Figueiredo Lacerda
  6. Comparação morfométrica de machos e fêmeas de Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758) capturados em dois açudes da Bacia do Rio Moxotó (PE) sob a influência do Projeto São Francisco – Giancarlo Arrais Galvão
  7. Bicho da vez: “Lambari (“Astyanax bimaculatus”) por Wagner Martins Santana Sampaio (Biólogo) e Frederico Belei de Almeida. Museu de Zoologia João Moojen (Universidade Federal de Viçosa)

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Agosto/2016

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

7 Comentário

  1. É fácil manter esse peixe num aquário de mais ou menos 1 m com água da torneira?
    Já consegui manter cascudos numa bacia de meio metro por 4 meses, e tilápias por 4 anos.

     

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