Baiacu Figura Oito (Dichotomyctere ocellatus)

 

Dichotomyctere ocellatus (Steindachner, 1870)

Nome Popular: Baiacu Figura Oito — Inglês: Eyespot pufferfish, Figure-eight puffer

Ordem: Tetraodontiformes — Família: Tetraodontidae

Distribuição: Ásia; Indochina, Malásia e Indonésia

Tamanho Adulto: 8 cm (comum: 5 cm)

Expectativa de Vida: desconhecido

Comportamento: pacífico, predador

Aquário Mínimo: 80 cm X 30 cm X 40 cm (96 litros)

Temperatura: 22°C a 28°C

pH: 6.6 a 7.6 – Dureza: 5 a 12

Visão Geral

É encontrado com maior frequência em água doce, mas também ocorrem em condições de água salobra. Espécimes adultos são encontrados em riachos de água doce, rios e planícies inundadas, além de florestas de mangues, enquanto juvenis são encontrados exclusivamente em água salobra. Adultos podem frequentar água salobra ocasionalmente durante época de reprodução ou para se alimentar.

Possuem a capacidade de inflar seu estomago elástico com água ou ar quando ameaçado. O peixe torna-se duas ou três vezes maior que seu tamanho original, o suficiente para afugentar muitos predadores em potencial, tornando difícil de ser engolido.

Outras adaptações merecem ser destacadas, sendo um dos poucos peixes que realmente podem piscar ou fechar os olhos, além de sua boca ser similar a um bico formado por fusão de duas placas de dentes em cada mandíbula que é utilizada para triturar e esmagar invertebrados que possuem conchas carbonatadas.

O baiacu figura oito possui riscas amarelas esverdeadas em suas costas que podem variar em seu formato de peixe para peixe, porém os ocelos lembram o número oito. Daí seu nome comum.

Talvez seja o baiacú mais comum encontrado no aquarismo, não sendo indicado para aquarista iniciante devido sua necessidade alimentar especifica e alta qualidade da água. Quando mantido corretamente é um peixe encantador devido seu comportamento (interage com o aquarista) e forma peculiar de nadar.

Amplamente referido como Tetraodon biocellatus, em 2013 o ictiologista suíço Maurice Kottelat alterou esta espécie para o gênero Dichotomycter. Este novo gênero reúne espécies de baiacus asiáticos que vivem em água doce.

Aquário & Comportamento

Ficam melhor quando mantido em aquário plantado, embora algumas plantas podem ser comidas pelo peixe. A decoração do aquário será um tanto indiferente, devendo deixar espaços abertos para nadarem, pois é uma espécie bastante ativa. Usar preferencialmente substrato arenoso.

Embora possa ser mantido em água doce por um longo tempo, tolera água levemente salobra (1.005).

Espécie pacífica, mas que irá mordiscar a nadadeira e escamas de outros peixes, principalmente peixes com longas nadadeiras (véu) e de natação lenta. Recomendado criá-lo em aquário mono espécie ou com peixes de mesmo comportamento e exigência.

Pode ser mantido com outros baiacus desde que em grande número, cinco ou mais, se manter em dupla ou trio poderá haver perseguições severas ao mais fraco do grupo.

Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo. Se reproduzem sob condições de água salobra, ovos são colocados diretamente sob substrato ou rocha plana, sendo vigiados pelo macho. Após alevinos eclodirem serão transferidos para um buraco pré-escavado no substrato onde continuarão sob a guarda do macho por mais uma ou duas semanas.

O dimorfismo sexual é pouco evidente por meios externos, embora fêmeas adultas possam crescer um pouco mais que os machos.

Alimentação

Onívoro, essencialmente moluscívoro. Em seu ambiente natural se alimenta de moluscos, crustáceos e outros invertebrados, secundariamente de plantas e algas. Em cativeiro pode não aceitar alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos e congelados.

Fornecer periodicamente caramujos e mariscos com casca dura (ex. patas de caranguejo, camarões, etc) para gastar seus dentes, uma vez que eles crescem continuamente podendo trazer problemas a longo prazo para a saúde do peixe. Pode-se ainda usar areia calcária fina no substrato, o qual os dentes do peixe serão gastos através da mastigação de alimentos capturados no substrato junto com a areia.

Etimologia: desconhecido

Referências

  1. Rainboth, W.J., 1996. Fishes of the Cambodian Mekong. FAO species identification field guide for fishery purposes. FAO, Rome
  2. Bassleer, G., 2003. The new ilustrated guide to fish diseases in ornamental tropical and pond fish. Bassleer Biofish, Stationstraat 130, 2235 Westmeerbeek, Belgium, 1st Edition
  3. Kottelat, M., 2013. The fishes of the inland waters of Southeast Asia: a catalogue and core bibliography of the fishes known to occur in freshwaters, mangroves and estuaries. The Raffles Bulletin of Zoology 2013
  4. Kottelat, M., A.J. Whitten, S.N. Kartikasari and S. Wirjoatmodjo, 1993. Freshwater fishes of Western Indonesia and Sulawesi. Periplus Editions, Hong Kong.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Dezembro/2016
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*