Coridora Bandada (Scleromystax barbatus)

 
Scleromystax barbatus (Quoy & Gaimard, 1824)

Ficha Técnica

Ordem: Siluriformes — Família: Callichthyidae

Nomes Comuns: Coridora Bandada — Inglês: Banded corydoras

Distribuição: América do Sul, região sudeste e sul do Brasil

Tamanho Adulto: 10 cm (comum: 6 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos

Comportamento: pacífico, gregário

pH: 6.0 a 7.6 — Dureza: 2 a 25

Temperatura: 16°C a 28°C

Distribuição e habitat

Ocorre em afluentes dos rios costeiros Guapi, Capivari e Inbomirim no sudeste do Brasil, entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Encontrado em pequenos rios e lagoas nas áreas costeiras do sul do Brasil, em substrato de areia ou pedras finas cobertas por lama. As temperaturas são baixas nessas áreas. Embora encontrado nas bacias costeiras, o peixe só ocorre em água doce.

Descrição

Originalmente descrito como Callichthys barbatus por Jean René Constant Quoy & Joseph Paul Gaimard em 1824, foi transferido para o gênero Corydoras como Corydoras barbatus, um nome pelo que ainda é conhecida na indústria aquarística. A espécie foi transferida para o gênero Scleromystax em 2003.

Os peixes jovens podem ser confundidos com Scleromystax kronei. Os adultos são mais fáceis de distinguir. O macho adulto S. barbatus possui uma faixa no nariz de cor dourada e as fêmeas permanecem salpicadas de cinza. Em S. kronei, em ambos os sexos desenvolvem padrões de contraste mais elevados com a maturidade, não possuem a listra do nariz e apresentam manchas em forma de sela de cor ouro ou prata pálido no topo da parte inferior das costas.

São respiradores de ar facultativos e possuem o intestino modificado e altamente vascularizado que evoluiu para facilitar a absorção de oxigênio atmosférico, podendo sobreviver em águas com baixo nível de oxigênio.

Esta espécie possui senso olfativo bastante evoluído e seus barbilhões permitem que ela encontre alimentos enterrados no substrato. Como a maioria dos peixes gatos, é uma espécie blindada não possuindo escamas, apresentando duas fileiras de placas ósseas em cada lateral de seu corpo cobrindo a região da cabeça.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 80 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.

Usar preferencialmente substrato fino de areia ou cascalho arredondado, evitando o uso de cascalhos pontiagudos que poderá danificar seus barbilhões e boca. Espécie aprecia aquário com bastante plantas e refúgios formando áreas sombrias.

Apesar da familiaridade com as Corydoras, seu tamanho quando adulto é maior se tornando inadequado para aquários pequenos.

Em seu ambiente natural vive em região sub-tropical, preferindo água mais fria. Desta forma convém manter em temperaturas não elevadas (tropical), podendo ser mantido com peixes que também apreciem água fria.

Considerados como peixes de “couro” e possuem uma camada bastante fina de muco epitelial externo, não suportando a presença de sal na água, podendo facilmente levá-lo a morte por desidratação devido a diferença osmótica criada.

Comportamento

Tal como as Corydoras, possui comportamento extremamente pacífico, embora machos sejam territoriais entre si. Pode ser mantido em aquário comunitário com peixes de pequeno porte e pacíficos.

É uma espécie gregária, devendo ser mantido em grupo de pelo menos 6 indivíduos.

Possui dois espinhos em suas extremidades junto as nadadeiras peitorais, este mecanismo serve como defesa contra predadores. Ao ser molestado, os espinhos são projetados ferindo o predador. Os espinhos duros da nadadeira peitoral são capazes de perfurar a pele humana e uma ‘picada’ pode ser muito dolorosa, de fato, por isso deve-se ter atenção durante o manuseio.

Devido sua capacidade de respirar ar atmosférico, comumente pode ser visto nadando rapidamente até a superfície para engolir ar e voltar para o substrato para repousar. Conhecido por “piscar” os olhos, quando na verdade os olhos giram em suas órbitas causando a impressão de estarem piscando.

Reprodução

Ovíparo. Sua reprodução ocorre de forma semelhante a muitas espécies de Corydoras.

Durante ritual de acasalamento, o casal assume a posição conhecido como “T”, com o macho assumindo a parte superior do “T” e a fêmea posicionada perpendicularmente a ele. A fêmea prenderá de dois a quatro ovos entre suas nadadeiras pélvicas, onde o macho irá fertilizá-los durante cerca de 30 segundos. Só então a fêmea nadará para um local adequado onde ela depositará os ovos adesivos, normalmente em alguma superfície plana como o vidro do aquário, raízes e folhas. Este processo será repetido por inúmeras vezes.

Período de incubação dura em torno de 4 a 5 dias quando as larvas eclodem e estarão nadando livremente em 3 dias depois. Não ocorre cuidado parental.

Dimorfismo Sexual

Machos apresentam uma listra branca ou levemente dourada na testa, possui padrão mais manchado na cabeça e possui cerdas faciais como uma espécie de barba na parte inferior da cabeça. As fêmeas têm um corpo mais arredondado, particularmente quando em condições de reprodução, e são um pouco maiores.

Alimentação

Onívoro. Em seu ambiente natural se alimenta de vermes, crustáceos bênticos, insetos e matéria vegetal.

Em aquário aceitará prontamente alimentos secos e vivos.

Esta espécie costuma ser mais ativa a noite, devendo fornecer alimentos ao apagar as luzes do aquário, embora se alimentem também durante período diurno, porém são lentos para comer podendo não competir com outros peixes pelo alimento.

Infelizmente estes peixes são taxados erroneamente como peixe limpador e que se alimentam de restos de rações e fezes dos demais peixes. Sob nenhuma circunstância deve-se esperar que sobrevivam com ‘sobras’ de outros habitantes do aquário e muito menos de fezes de outros peixes, devendo ser fornecido alimentos apropriados incluindo rações específicas para peixes de fundo e alimentos vivos regularmente.

Etimologia: Scleromystax; Do grego sclero que significa “duro” e o Latin mystax que significa “lábio superior“.

Barbatus = barbudo (latim), em alusão as cerdas encontradas em sua bochecha em machos maduros.

SinônimosCallichthys Barbatus Quoy & Gaimard, 1824; Corydoras barbatus (Quoy & Gaimard, 1824); Corydoras eigenmanni Ihering, 1907; Corydoras kronei Miranda Ribeiro, 1907

Referências

  1. Burgess, W.E., 1992. Colored atlas of miniature catfish. Every species of Corydoras, Brochis and Aspidoras. T.F.H. Publications, Inc., USA. 224 p.
  2. Britto, M.R., 2003. Phylogeny of the subfamily Corydoradinae Hoedeman, 1952 (Siluriformes: Callichthyidae), with a definition of its genera. Proc. Acad. Nat. Sci. Phila. 153:119-154.
  3. Nomura, H., 1984. Nomes científicos dos peixes e seus correspondentes nomes vulgares. In H. Nomura (ed.). Dicionário dos peixes do Brasil. Editerra, Brasília, Brasil: 27-63.
  4. Reis, R.E., 2003. Callichthyidae (Armored catfishes). p. 291-309. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  5. Scleromystax barbatus em Scotcat
  6. Scleromystax barbatus em Planetcatfish

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Junho/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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