Magangá, Peixe Sapo (Potamobatrachus trispinosus)

 
Potamobatrachus trispinosus (Collette, 1995)

Ficha Técnica

Ordem: Batrachoidiformes — Família: Batrachoididae

Nomes Comuns: Magangá, Peixe-sapo — Inglês: Peru Grunter (Toadfish)

Distribuição: América do Sul, afluentes do Araguaia e Tocantins

Tamanho Adulto: 5 cm

Expectativa de Vida: 8 anos +

Comportamento: pacífico, predador

pH: 6.0 a 7.6 — Dureza: desconhecido

Temperatura: 24°C a 28°C

Distribuição e habitat

Endêmico do Brasil, encontrado na bacia Araguaia Tocantins. Ocorre em partes arenosas de rios onde costuma se enterrar.

Descrição

Pertence a família Batrachoididae, sua semelhança com sapos é o que lhes deu seu nome, dos quais a maioria das espécies desta família são exclusivamente espécies marinhas. Todos são predadores de emboscada e exibem características comuns como a cabeça larga e uma coloração parda.

Podem fazer um som característico com sua bexiga natatória. A maioria das espécies de peixe-sapo não possuem escamas. Eles têm a cabeça grande, com uma grande boca e os olhos são de inserção alta. Linha lateral proeminente ausente na cabeça e no corpo, com apenas alguns poros espalhados na cabeça e pelo corpo.

Peçonhento, possuindo um espinho oco em cada opérculo e dois na nadadeira dorsal. Estes estão ligados a glândulas produtoras de veneno na sua base e quando exercido pressão sobre os espinhos, faz com que o veneno seja bombeado para fora. Felizmente o veneno não é muito potente, mas o suficiente para causar uma ferida dolorosa.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 60 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.

Possui hábito inteiramente sedentário, não exigindo aquário muito grande. Passa a maior parte de seu tempo escondido enterrado no substrato, o que significa que deverá usar uma camada profunda de areia macia. Outro tipo de decoração é opcional, podendo ser utilizado raízes ou rochas. Plantas que fiquem fixadas em objetos ou de superfície podem ser utilizadas. Plantas enraizadas no substrato possivelmente serão desplantadas devido o hábito de escavar do peixe.

Iluminação deverá ser moderada, esta espécie não aprecia aquário com excesso de iluminação.

Ao contrário de outros peixes-sapo que vivem em água salobra ou marinha, esta espécie vive exclusivamente em água doce. Desta forma não existe a necessidade de adicionar sal na água.

Comportamento

Embora apresente comportamento pacífico, será adequado mantê-lo em aquário mono espécie. Peixes de dimensões próximas à dele poderão ser devorados, enquanto peixe maiores facilmente irá superá-lo na concorrência por alimentos.

Pode ser mantido com outros da mesma espécie, desde que o aquário seja grande o suficiente para comportá-los.

Reprodução

Ovíparo, sua reprodução é desconhecida. Supõe-se que sua reprodução seja similar a outros membros da família. Durante a época de acasalamento, o macho produz sons para chamar a atenção da fêmea. A fêmea depositará seus ovos em um ninho e os deixa imediatamente. O macho, então, fertiliza os ovos e os protege. Os ovos são relativamente grandes, desde o início e eclodem aproximadamente de quinze a vinte dias. Os alevinos consumirão o saco vitelínico e passarão a nadar livremente ainda sob supervisão do macho.

Dimorfismo Sexual

Aparentemente, as fêmeas são maiores do que os machos quando adultos.

Alimentação

Essencialmente piscívoro. Em seu ambiente natural se alimenta basicamente de peixes.

Em aquário dificilmente aceitará alimentos secos ou congelados. Costuma aceitar somente alimentos vivos, razão pelo qual deverá ser fornecido peixes vivos ou alimentos alternativos como minhocas e camarões vivos.

Seu método de caça é bastante interessante, sendo a principal razão pela qual aquaristas costumam criá-lo em aquário. Ele esconde se enterrando no substrato, deixando somente os olhos visíveis. Quando um peixe de tamanho adequado se aproxima, ele nada para cima numa velocidade incrível mordendo e engolindo sua presa com sua boca grande e espaçosa. No aquário possivelmente será a única vez que irá ver ele se mover.

Etimologia: Potamobatrachus Grego, potamos = rio + grego, batrachos = sapo

Sinônimos: não possui

Referências

  1. Collette, B.B., 1995. Potamobatrachus trispinosus, a new freshwater toadfish (Batrachoididae) from the Rio Tocantins, Brazil. Ichthyol. Explor. Freshwat.
  2. Collette, B.B., 2003. Family Batrachoididae (Toadfishes). p. 509-510. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  3. Greenfield, D.W., R. Winterbottom and B.B. Collette, 2008. Review of the toadfish genera (Teleostei: Batrachoididae). Proc. Calif. Acad. Sci. (Series 4).

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Janeiro/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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