Coridora Azul (Corydoras nattereri)

 
Corydoras nattereri (Steindachner, 1876)

Ficha Técnica

Ordem: Siluriformes — Família: Callichthyidae (Calictídeos)

Nomes Comuns: Coridora Azul — Inglês: Blue corydoras

Distribuição: América do Sul; rios costeiros no sudeste do Brasil, entre o Espírito Santo e Paraná

Tamanho Adulto: 6 cm (comum: 4 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos

Comportamento: pacífico, gregário

pH: 6.0 a 7.6 — Dureza: 2 a 15

Temperatura: 18°C a 26°C

Distribuição e habitat

Ocorre em toda zona costeira da região sudeste brasileira nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, além do sul do Brasil no estado do Paraná.

Habitam rios menores e pequenos riachos com substratos macios e bancos de areias.

Descrição

Corydoras nattereri é um dos peixes mais comuns entre aquaristas.

São respiradores de ar facultativos e possuem o intestino modificado e altamente vascularizado que evoluiu para facilitar a absorção de oxigênio atmosférico, podendo sobreviver em águas com baixo nível de oxigênio.

Possui dois espinhos em suas extremidades junto as nadadeiras peitorais, este mecanismo serve como defesa contra predadores. Ao ser molestado, os espinhos são projetados ferindo o predador. São capazes de perfurar a pele humana e uma ‘picada’ pode ser muito dolorosa, por isso deve-se ter atenção durante o manuseio.

Esta espécie possui senso olfativo bastante evoluído e seus barbilhões permitem que ela encontre alimentos enterrados no substrato. Como a maioria dos peixes gatos, é uma espécie blindada não possuindo escamas, apresentando duas fileiras de placas ósseas em cada lateral de seu corpo cobrindo a região da cabeça.

Considerados como peixes de “couro” e possuem uma camada bastante fina de muco epitelial externo, não suportando a presença de sal na água, podendo facilmente levá-lo a morte por desidratação devido a diferença osmótica criada.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 60 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.

Usar preferencialmente substrato fino de areia ou cascalho arredondado, evitando o uso de cascalhos pontiagudos que poderá danificar seus barbilhões e boca. Espécie aprecia aquário com bastante plantas e refúgios formando áreas sombrias.

Comportamento

Comportamento extremamente pacífico e adequado para aquário comunitário com peixes igualmente pacíficos e de pequeno porte.

Mantenha sempre em grupo de no mínimo seis indivíduos ou mais, desta forma ficam mais confiantes e ativos.

Devido sua capacidade de respirar ar atmosférico, comumente pode ser visto nadando rapidamente até a superfície para engolir ar e voltar para o substrato para repousar.

Conhecidos por “piscar” os olhos, quando na verdade os olhos giram em suas órbitas causando a impressão de estarem piscando.

Reprodução

Ovíparo. Durante ritual de acasalamento, o casal assume a posição conhecido como “T”, com o macho assumindo a parte superior do “T” e a fêmea posicionada perpendicularmente a ele. A fêmea prenderá de dois a quatro ovos entre suas nadadeiras pélvicas, onde o macho irá fertilizá-los durante cerca de 30 segundos. Só então a fêmea nadará para um local adequado onde ela depositará os ovos adesivos, normalmente em alguma superfície plana como o vidro do aquário, raízes e folhas. Este processo será repetido por inúmeras vezes.

Período de incubação dura em torno de 4 a 5 dias quando as larvas eclodem e estarão nadando livremente em 3 dias depois. Não ocorre cuidado parental.

Dimorfismo Sexual

Machos são ligeiramente menores do que as fêmeas, esta última é mais encorpada e possui a região ventral maior e mais dilatada. Como na maioria das Corydoras, são facilmente distinguidos olhando de cima. onde as fêmeas são mais encorpadas (barriga maior e mais arredondada) do que os machos.

Alimentação

Onívoro, em seu ambiente natural se alimentam de vermes, crustáceos, insetos e matéria vegetal. Em cativeiro aceitará alimentos secos e vivos sem dificuldades. Como a maioria das Corydoras, irão comer alimentos que se depositam no fundo do aquário.

Esta espécie costuma ser mais ativa a noite, devendo fornecer alimentos ao apagar as luzes do aquário, embora se alimentem também durante período diurno, porém são lentos para comer podendo não competir com outros peixes pelo alimento.

Infelizmente estes peixes são taxados erroneamente como peixe limpador e que se alimentam de restos de rações e fezes dos demais peixes. Sob nenhuma circunstância deve-se esperar que sobrevivam com ‘sobras’ de outros habitantes do aquário e muito menos de fezes de outros peixes, devendo ser fornecido alimentos apropriados incluindo rações específicas para peixes de fundo e alimentos vivos regularmente.

Etimologia: CorydorasCory = capacete + doras = pele. Nattereri; nomeado para homenagear o Sr. Johann Natterer, famoso naturalista e explorador austríaco.

Sinônimos: Corydoras juquiaae, Corydoras nattereri triseriatus

Referências

  1. Reis, R.E., 2003. Callichthyidae (Armored catfishes). p. 291-309. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  2. Nomura, H., 1984. Nomes científicos dos peixes e seus correspondentes nomes vulgares. In H. Nomura (ed.). Dicionário dos peixes do Brasil. Editerra, Brasília, Brasil: 27-63.
  3. Oliveira, C., L.F. Almeida-Toledo and S.A. Toledo-Filho, 1990. Comparative cytogenetic analysis of three cytotypes of Corydoras nattereri (Pisces, Siluriformes, Callichthyidae). Cytologia 55:21-26.

* Fotos gentilmente cedidas por Cinthia Emerich do blog Sekai Scaping

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Maio/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 875 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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