Aspidoras lakoi

 
Aspidoras lakoi (Miranda Ribeiro, 1949)
Espécime coletado na cidade de Cajobi no estado de São Paulo.

Ficha Técnica

Ordem: Siluriformes — Família: Callichthyidae (Calictídeos)

Nomes Comuns: Não possui

Distribuição: América do Sul, alto da bacia do rio Paraná

Tamanho Adulto: 4 cm

Expectativa de Vida: 5 anos +

Comportamento: pacífico, gregário

pH: 6.0 a 7.0 — Dureza: 2 a 12

Temperatura: 22°C a 25°C

Distribuição e habitat

Sua distribuição ocorre no alto da bacia do Paraná, onde parece ser endêmico.

Descrição

O gênero Aspidoras difere de Corydoras por apresentar olhos menores, corpo menor e menor forma da cabeça em comparação com Corydoras. Aspidoras possuem uma estrutura óssea fontanela dupla no crânio, enquanto que as Corydoras têm apenas uma fontanela maior.

Na maioria dos casos é difícil identificar espécies do gênero Aspidoras, exceto que quando se sabe sua área de captura, além de marações de holótipo ou parátipo.

São respiradores de ar facultativos e possuem o intestino modificado e altamente vascularizado que evoluiu para facilitar a absorção de oxigênio atmosférico, podendo sobreviver em águas com baixo nível de oxigênio.

Possui dois espinhos em suas extremidades junto as nadadeiras peitorais, este mecanismo serve como defesa contra predadores. Ao ser molestada, os espinhos são projetados ferindo o predador. Os espinhos duros da nadadeira peitoral são capazes de perfurar a pele humana e uma ‘picada’ pode ser muito dolorosa, por isso deve-se ter atenção durante seu manuseio.

Como a maioria dos peixes gato, é uma espécie blindada não possuindo escamas, apresentando duas fileiras de placas ósseas em cada lateral de seu corpo cobrindo a região da cabeça.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 60 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.

Usar preferencialmente substrato fino de areia ou cascalho arredondado, evitando o uso de cascalhos pontiagudos que poderá danificar seus barbilhões e boca. Espécie aprecia aquário com bastante plantas e refúgios formando regiões sombrias.

Considerado como peixe de “couro”, possui uma camada bastante fina de muco epitelial externo não suportando a presença de sal na água, podendo facilmente levá-lo a morte por desidratação devido à diferença osmótica criada.

Comportamento

É uma espécie de comportamento pacífico e gregário, devendo ser mantido em grupo de pelo menos 6 indivíduos.

Em seu ambiente natural pode ser encontrado em cardumes variando de 20 a 100 espécimes. Devido sua capacidade de respirar ar atmosférico, comumente pode ser visto nadando rapidamente até a superfície para engolir ar e voltar para o substrato para repousar.

Pode ser mantido em aquário comunitário, desde que com peixes pequenos e igualmente pacíficos.

Reprodução

Ovíparo. Durante ritual de acasalamento o casal assume a posição conhecido como “T”, com o macho assumindo a parte superior do “T” e a fêmea posicionada perpendicularmente a ele. A fêmea prenderá os ovos entre suas nadadeiras pélvicas e o macho irá fertilizá-los em seguida. Só então a fêmea nadará para um local adequado onde depositará os ovos adesivos. Normalmente deposita os ovos em alguma superfície plana como o vidro do aquário, raízes ou folhas. Este processo será repetido por inúmeras vezes podendo ser liberado centenas de ovos parceladamente.

Período de incubação dura em torno de 4 a 5 dias quando as larvas eclodem e estarão nadando livremente após 3 dias. Não ocorre cuidado parental.

Dimorfismo Sexual

O dimorfismo sexual da espécie é evidente, os machos são ligeiramente menores do que as fêmeas. Esta última é mais encorpada e possui a região ventral maior e mais dilatada que os machos. São facilmente distinguidos olhando de cima, as fêmeas são mais encorpadas (barriga maior e mais arredondada) do que os machos, principalmente em época de reprodução.

Alimentação

Onívoro. Em seu ambiente natural se alimenta de vermes, crustáceos bênticos, insetos e matéria vegetal.

Em aquário aceitará alimentos secos e vivos sem dificuldades. Possui senso olfativo bastante evoluído e seus barbilhões permitem que ela encontre alimentos enterrados no substrato. Como a maioria das dos peixes-gato, irão comer alimentos que se depositam no fundo do aquário.

Esta espécie costuma ser mais ativa a noite, devendo fornecer alimentos ao apagar as luzes do aquário, embora se alimentem também durante período diurno, porém são lentos para comer podendo não competir com outros peixes pelo alimento.

Infelizmente são taxados erroneamente como peixe limpador e que se alimentam de restos de rações e fezes dos demais peixes. Sob nenhuma circunstância deve-se esperar que sobrevivam com ‘sobras’ de outros habitantes do aquário e muito menos de fezes de outros peixes, devendo ser fornecido alimentos apropriados incluindo rações específicas para peixes de fundo e alimentos vivos regularmente.

Etimologia: Aspidoras: aspis (Grego) –idos = escudo + dora (grego) = pele. Em referência às placas ósseas de seu corpo.

Sinônimos: não possui

Referências

  1. Burgess, W.E., 1992. Colored atlas of miniature catfish. Every species of Corydoras, Brochis and Aspidoras. T.F.H. Publications, Inc., USA. 224 p. (Ref. 26041)
  2. Reis, R.E., 2003. Callichthyidae (Armored catfishes). p. 291-309. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  3. Romero, P., 2002. An etymological dictionary of taxonomy. Madrid, unpublished.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Abril/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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