
Leporinus obtusidens (Valenciennes, 1837)
Nome Popular: Piau, Piava — Inglês: não possui
Família: Anostomidae (Anostomídeos)
Origem: América do Sul; bacias do Paraná, do Prata e São Francisco
Tamanho Adulto: 76 cm (comum: 50 cm)
Expectativa de Vida: 7 anos +
Temperamento: desconhecido
Aquário Mínimo: 200 cm X 60 cm X 60 cm (720 L)
Temperatura: 18°C a 28°C
pH: 6.0 a 7.6 – Dureza: –
Visão Geral
Encontrado em toda Bacia do Prata na região sul e sudeste da América do Sul, no Brasil, Uruguai e Paraguai. Ocorrem em rios médios a grandes e realizam longas migrações para reprodução e alimentação em toda bacia do Paraná. Ocorrem também em lagoas. Bastante comum na lagoa Guaíba no RS.
No Brasil é conhecido por sob uma grande variedade de nomes como Piaba Uçu, Piabuçu, Piapara, Piau, Piau Verdadeiro, Piaussú, Piava, Piava uçu e Piavuçu.
Na região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul a Piava é de grande importância, sendo muito apreciada por consumidores locais e de regiões adjacentes, devido à alta qualidade da carne, pelo seu tamanho e sabor. Segundo alguns autores, a Piava é uma espécie que possui elevado teor de gordura e resultados preliminares já obtidos (dados não mostrados) comprovam este fato. Os lipídios presentes no pescado possuem elevados teores de ácido graxo ômega-3 e baixo teor de gorduras saturadas. Suas proteínas são consideradas de alta qualidade e digestibilidade devido a presença de aminoácidos essenciais em sua composição, como a lisina. (Vieira, Centenaro, Aranha, Viana 2013)
Aquário & Comportamento
Sua manutenção em aquário é desconhecida, porém a decoração do aquário para espécie é um tanto indiferente, embora um arranjo natural formado por rochas e raízes os deixará mais a vontade, sempre deixando uma grande área aberta para nadarem.
Como qualquer peixe de ambiente lótico, é intolerante a presença de amônia na água e requer filtragem impecável para prosperar. Aquário deverá ser mantido bem tampado, costumam pular para fora do aquário.
Seu comportamento é gregário, devendo ser mantido em seis ou mais espécimes. Apesar de certo grau de disputas entre eles, é natural uma vez que formam forte hierarquia. Definida a hierarquia do grupo, normalmente costumam ser pacíficos. Quando mantidos individualmente podem se tornar agressivos, principalmente com peixes de formato e cores semelhantes. Frente a outras espécies de porte similar costumam não incomodar. Eventualmente podem mordiscar nadadeiras de peixes de natação mais lenta ou de hábito sedentário.
Reprodução & Dimorfismo Sexual
Ovíparo. Sabe-se que se reproduzem em época de cheia em meio a densa vegetação. Em cativeiro sua reprodução não foi reportada e seu dimorfismo sexual é pouco evidente.
Alimentação
A alimentação de juvenis e adultos é diversificada e são considerados onívoros de amplo espectro, alimentando-se de insetos, restos de peixes e vegetais, o que proporciona vantagem no aproveitamento dos alimentos. (Vieira, Centenaro, Aranha, Viana 2013)
Em cativeiro aceitarão prontamente alimentos secos e vivos.
Etimologia: Leporinus vem do latim lepus, que significa coelho + sulfixo inus que significa “relativo”, em referência ao par de dentes sínfise ampliados que determinadas espécies do gênero apresentam.
Referências
- Cordiviola de Yuan, E. and C. Pignalberi de Hassan, 1985. Fish population in the Paraná River: lentic environments of Diamante and San Pedro areas (Argentine Republic). Hydrobiologia 127:213-218.
- Zaniboni Filho, E., S. Meurer, O.A. Shibatta and A.P. de Oliverira Nuñer, 2004. Catálogo ilustrado de peixes do alto Rio Uruguai. Floriano?polis : Editora da UFSC : Tractebel Energia. 128 p. :col. ill., col. maps ; 25 cm.
- Britski, H.A., J.L.O. Birindelli and J.C. Garavello, 2012. A new species of Leporinus Agassiz, 1829 from the upper rio Paraná basin (Characiformes, Anostomidae) with redescription of L. elongatus Valenciennes, 1850 and L. obtusidens (Valenciennes, 1837). Papéis Avulsos de Zoologia 52(37):441-475.
- Breder, C.M. and D.E. Rosen, 1966. Modes of reproduction in fishes. T.F.H. Publications, Neptune City, New Jersey. 941 p.
- Riede, K., 2004. Global register of migratory species – from global to regional scales. Final Report of the R&D-Projekt 808 05 081. Federal Agency for Nature Conservation, Bonn, Germany. 329 p.
- Piava (Leporinus obtusidens): conhecimento da espécie e sua composição – Lauren Vieira, Graciela Salete Centenaro, Bianca Camargo Aranha, Cristini Escobar Viana
- Alimentação da piava (Leporinus obtusidens) com diferentes fontes protéicas – João Radünz Neto1 Rafael Lazzari, Fabio de Araújo Pedron, Cátia Aline Veiverberg, Giovani Taffarel Bergamin, Viviani Corrêia, Jorge Eugênio da Silva Filipetto
Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Julho/2016
Colaboradores (collaboration): –
Gostaria de saber se o peixe piau tem muito espinho.
Isso não é piau, é piapara…
Piau, Piapara, Piava… são nomes genéricos/comuns utilizados para a espécie. Dependendo da região pode variar, mas trata-se da mesma espécie.