Jundiá (Rhamdia quelen)

 
Espécime adulto coletado na Colômbia
Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824)

Ficha Técnica

Ordem: Siluriformes — Família: Heptapteridae (Heptapterídeos)

Nomes Comuns: Jundía, Bagre — Inglês: South American catfish

Distribuição: América do Sul e Central, desde o México até Argentina

Tamanho Adulto: 47 cm (comum: 35 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos +

Comportamento: pacífico

pH: 6.0 a 7.0 — Dureza: indiferente

Temperatura: 22°C a 28°C

Distribuição e habitat

Amplamente distribuído na América Central e América do Sul, desde o sul do México até a Argentina.

Ocorre em riachos litorâneos, sobre fundo arenoso cobertos com folhas mortas, além de lagos e rios, mas parece preferir rios com uma corrente moderada. Prefere fundo enlameado coberto com folhas e madeira em decomposição, o último provendo esconderijos durante o dia.

Descrição

Peixe e curo, possui coloração acinzentada-escura e ventre branco. Destaca-se por ser uma das mais promissoras no cultivo por meio da Aquicultura, uma vez que apresenta rápido crescimento, fácil adaptação à criação intensiva, rústico, facilmente induzido à reprodução, com alta taxa de fecundação, possuindo ainda carne saborosa, com baixo teor de gordura e poucas espinhas.

Dados empíricos, obtidos através de piscicultores e pescadores, confirmam que o jundiá é uma espécie rústica, de rápido crescimento e que suporta bem as baixas temperaturas ocorridas na região sul do País, inclusive alimentando-se durante o inverno.

Possui raios espinhosos venenosos.

Conhecido por inúmeros nomes comuns no Brasil como Bagre amarelo, Bagre da lagoa, Bagre guarié, Bagre morcego, Jandiá, Jandiaí, Jundiá amarelo, Jundiá, Mandi guaru, Nhandiá e Sapipoca.

O nome comum Jundiá é utilizado não apenas na identificação de Rhamdia quelen, é também utilizado na identificação de Leiarinus marmoratus, Leiarinus pictus, peixe gato da família Pimelodidae.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 200 cm de comprimento e 60 cm de largura desejável.

Capaz de tolerar uma ampla gama de condições de água. A decoração do aquário é um tanto indiferente para a espécie. Se quiser simular seu ambiente natural, opte por utilizar areia ou cascalho de granulometria pequena no substrato, além de certificar da presença de inúmeros refúgios onde passará a maior parte de seu tempo.

Comportamento

Só deve ser alojado com peixes grandes e robustos (os grandes ciclídeos são ideais), pois pequenos peixes serão comidos. Apresenta comportamento territorial e agressivo em relação a peixes semelhantes.

Reprodução

Ovíparo. A maturação sexual destes peixes é precoce, ainda dentro do primeiro ano de vida.

O aparelho reprodutivo do macho inclui testículos multi-lobados e órgãos acessórios para secreção e armazenamento. A fertilização é externa. São colocados ovos demersais sem aderência, incubando após cerca de 48 horas a 22 ° C. Dez dias depois, as larvas pesam aproximadamente 100 mg, mas o crescimento é lento (0,5 a 1,15 g por dia).

Desova em locais com água limpa, calma e de fundo pedregoso. Não apresenta cuidado parental. Apresenta desova múltipla, com dois picos reprodutivos por ano (um no verão e outro na primavera).

Dimorfismo Sexual

A identificação dos machos durante o processo de seleção dos reprodutores é um trabalho fácil devido à diferença morfológica das papilas genitais entre os sexos. Os machos apresentam uma protuberância característica e facilmente percebida, além de expelir sêmen após massagem ventral no sentido céfalo-caudal. Outra característica observada, e que facilita a identificação dos sexos, é o crescimento reduzido dos machos em relação às fêmeas.

Alimentação

É um peixe omnívoro, com tendência a piscívoro, e bentônico, especulador do substrato. Também se alimenta de insetos terrestres e aquáticos, crustáceos e restos vegetais, além de peixes como os lambaris e os guarus.

Em aquário aceitará prontamente alimentos secos e vivos, principalmente durante período noturno.

Etimologia: O nome de Rhamdia é aparentemente um erro de ortografia de ‘nhamdiã’, uma variante ortográfica do nome Tupi-Guarani para o peixe ‘jandiá’.

SinônimosRhamdia lehmanni, Rhamdia sebae martyi, Rhamdia duquei, Caecorhamdia urichi, Rhamdia micayi, Silurus rivularis, Rhamdia microps, Silurus sapipoca, Pelodus deppei, Pimelodus hilarii, Heterobranchus sextentaculatus, Silurus quadrimaculatus.

Referências

  1. Henández, C.L., A. Ortega-Lara, G.C. Sánchez-Garcés and M.H. Alford, 2015. Genetic and morphometric evidence for the recognition of several recently synonymized species of Trans-Andean Rhamdia (Pisces: Siluriformes: Heptapteridae). Copeia.
  2. Albieri, R.J., M.R. Costa, A.B.I. Santos, R.C. Albieri and F.G. Araújo, 2014. Weight-length relationships of 22 fish species from the Paraíba do Sul River in Rio de Janeiro State, southeastern Brazil. J. Appl. Ichthyol.
  3. Alonso, L.E. and H.J. Berrenstein, 2006. A Rapid Biological Assessment of the Aquatic Ecosystems of the Coppename River Basin, Suriname. RAP Bull. Of Biol. Assessment
  4. Batista-Silva, V.F., D. Bailly, E.A.L. Kashiwaqui, M.C.F. Abelha and W.J. Graça, 2015. Length-weight relationships for 55 freshwater fish species from the Iguatemi River, Upper Paraná basin, Brazil. J. Appl. Ichthyol.
  5. Bockmann, F.A. and G.M. Guazzelli, 2003. Heptapteridae (Heptapterids). p. 406-431. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  6. Britski, H.A. and J.C. Garavello, 2003. Hisonotus insperatus: new species, from the upper Rio Paraná basin (Pisces: Ostariophysi: Loricariidae). Copeia
  7. Castro, R.M.C. and L. Casatti, 1997. The fish fauna from a small forest stream of the Upper Parana River Basin, southern Brazil. Ichthyol. Explor. Freshwat.
  8. Zaniboni Filho, E., S. Meurer, O.A. Shibatta and A.P. de Oliverira Nuñer, 2004. Catálogo ilustrado de peixes do alto Rio Uruguai. Floriano?polis : Editora da UFSC : Tractebel Energia.
  9. Jundiá: Um Grande Peixe para a Região Sul – Revista Panorama da Aquicultura 

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Junho/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

6 Comentário

  1. Aquele da primeira foto não é de maneira alguma o Jundiá (Rhamdia quelen). Trata-se de uma espécie de mandi que cresce muito pouco e tem nome científico de Pimelodella gracilis.

     

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