Bacu, Roque Roque (Platydoras armatulus)

 
Platydoras armatulus  (Valenciennes, 1840)

Ficha Técnica

Ordem: Siluriformes — Família: Doradidae (Doradídeos)

Nomes Comuns: Bacu, Roque Roque — Inglês: Southern striped raphael

Distribuição: América do Sul, bacia do rio Paraná

Tamanho Adulto: 24 cm (comum: 15 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos +

Comportamento: pacífico, gregário

pH: 6.0 a 7.6 — Dureza: 2 a 20

Temperatura: 22°C a 28°C

Distribuição e habitat

Distribuído em inúmeras bacias incluindo a bacia do Orinoco na Colômbia e Venezuela, rio Essequibo na Guiana, drenagens costeiras do Suriname e Guiana Francesa, parte da bacia amazônica no Peru, Bolívia e Brasil e as bacias do Rio Tocantins e Rio Paraná também no Brasil. 

Ocorre em águas lentas incluindo afluentes, riachos e pântanos. Geralmente é encontrado entre raízes ou vegetação submersa.

Descrição

Conhecido no Brasil por inúmeros nomes como Abotoado, Armadillo, Bacu Pedra, Botoado e Roque Roque.

O apelido de “peixe falante” ou “roque roque” é derivado da habilidade do peixe em produzir sons quando se comunica com membros da mesma espécie ou quando ameaçado. Pode produzir esses sons de duas maneiras. O primeiro envolve o bloqueio parcial das nadadeiras peitorais em suas bases, onde o peixe pode então raspar as espinhas peitorais. O segundo é contraindo e relaxando um músculo que está preso entre a parte de trás do crânio e a frente da bexiga natatória. Isso faz com que a bexiga ressoe e produza um som ligeiramente mais profundo. Os ruídos são claramente audíveis.

Curiosamente, os juvenis desta espécie foram observados participando da “limpeza” de peixes maiores, especificamente uma espécie de Traíra (Hoplias cf. malabaricus). Traíras normalmente são altamente piscícolas, mas permitem que o peixe-gato passeie sobre seu corpo comendo parasitas em um comportamento que lembra algumas espécies marinhas.

No comércio de aquarismo comumente é vendido sob o nome de Bagre Raphael ou Platydora Listrado e amplamente confundido com Platydoras costatus. Somente em  2008 foi reconhecido como P. armatulus. Sua distinção pode ser feita pelo focinho mais alongado e a nadadeira adiposa mais longa. Além destes, Platydoras costatus possui distribuição mais restrita sendo pouco comum no aquarismo.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 100 cm de comprimento e 40 cm de largura desejável.

Não é muito ativo, logo o aquário não precisa ter grandes dimensões. Fornecer ambundancia de esconderijos formado por plantas, troncos, pedras ou qualquer outro adorno, uma vez que esta espécie possui hábito noturno.

Tenha cuidado ao manusear, pois as espinhas no corpo e nas nadadeiras podem ficar facilmente enredadas na malha das redes de aquário. Os espinhos da nadadeira peitoral são afiados e podem causar uma ferida dolorosa.

Comportamento

De comportamento pacífico, mas poderá comer peixes menores que couber em sua boca. É tolerante com seus congêneres podendo ser mantido em cardume, embora também possa ser criado sozinho.

Quando mantido em cardume compartilharão o mesmo esconderijo durante o dia, disputando constantemente e vigorosamente por espaço. Tais disputas não causa nenhum dano físico.

Reprodução

Ovíparo. Não há relatos de sua reprodução em cativeiro. Aparentemente em seu ambiente natural desova entre vegetação superficial ou ninhos em beira do rio.

Dimorfismo Sexual

Fêmeas adultas são mais largas quando visualizadas de cima, principalmente na região ventral.

Alimentação

Onívoro. Em aquário aceitará prontamente alimentos secos e vivos.

Etimologia: Platydoras; Platies (grego) = plano, achatado + Dora (grego) = pele, em alusão a sua cabeça comprimida.

Sinônimos: Doras armatulus

Referências

  1. Burgess, W.E., 1989. An atlas of freshwater and marine catfishes. A preliminary survey of the Siluriformes. T.F.H. Publications, Inc., Neptune City, New Jersey (USA).
  2. Garcia-Ayala, J.R., E.M. Brambilla, F.A. Travassos, E.D. Carvalho and G.S. David, 2014. Length?weight relationships of 29 fish species from the Tucuruí Reservoir (Tocantins/Araguaia Basin, Brazil). J. Appl. Ichthyol.
  3. Romero, P., 2002. An etymological dictionary of taxonomy. Madrid, unpublished.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Junho/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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