Piramboia (Lepidosiren paradoxa)

 

Lepidosiren-paradoxa

Lepidosiren paradoxa (Fitzinger, 1837)

Nome Popular: Piramboia, Caramuru, Carapaná, Piracuru-bóia, Traíra bóia — Inglês: South American lungfish

Família: Lepidosirenidae

Origem: América do Sul. Bacia Amazônica, bacia do Paraguai e do Paraná

Tamanho Adulto: 125 cm (comum: 80 cm)

Expectativa de Vida: 20 anos +

Temperamento: Pacífico, predador

Aquário Mínimo: 200 cm X 50 cm X 50 cm (500 L)

Temperatura: 24°C a 28°C

pH: 6.0 a 8.0 – Dureza: indiferente

Visão Geral

Encontrado em quase toda bacia Amazônica, além das bacias do Paraguai e Paraná. Habita regiões pantanosas e águas estagnadas, incluindo riachos e pequenos afluentes. Muitos destes ambientes são carente de oxigênio e por vezes desprovidos até mesmo de água durante período de seca. É nesta época que abandona sua respiração branquial, se enterra na lama em profundidas que variam entre 30 cm e 50 cm, passando a respirar por meio de sua bexiga natatória (dois pulmões sem brônquios). Ao se enterrar na lama veda a entrada com argila e deixa somente dois ou três buracos para a areação.

Obrigado subir sempre à superfície para obter ar atmosférico e suprir a necessidade de ar decorrente de sua condição de pulmonado. A Pirambóia marca a transição entre peixes e anfíbios podendo ser considerado um verdadeiro fóssil vivo. São capazes de sobreviver em condições extremas.

Piramboia” é um termo de origem tupi que significa “peixe-cobra”, através da junção dos termos pirá (“peixe”) e mboîa (“cobra”)

Suas nadadeiras são longas, finas e musculosas que são utilizadas principalmente para o toque, no entanto também podem ser apoiadas por um forte conjunto de músculos permitindo que o peixe “ande” em pequenas distâncias em terra seca, quando necessário.

Aquário & Comportamento

Embora atinja tamanho grande, é uma espécie de hábito sedentário não se movendo muito pelo aquário. Crescem rapidamente até cerca de 60 cm, depois seu crescimento é bastante lento. Comprimento e largura do aquário são mais importantes do que a altura. A decoração do aquário não é crítica, mas se faz melhor com substrato arenoso e macio, além do fluxo de água lento. Iluminação artificial deverá ser fraca a moderada. Esconderijos formado por raízes e pedras é desejável, uma vez que a espécie passará a maior parte de seu tempo entocada. Utilizar tampas no aquário, uma vez que fogem facilmente.

É uma espécie pacífica, mas poderá comer qualquer peixe que couber em sua boca. Deverá ser mantido com peixes grandes demais para serem considerados alimento e de comportamento pacífico. Ciclídeos de médio a grande porte, assim como alguns ciprinídeos e peixes de superfície são ideais.

Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo. Sua reprodução ocorre durante a estação chuvosa. Pais reúnem detritos vegetais formando um toca onde os ovos serão inseridos. Após a postura dos ovos, o macho fica responsável pela guarda dos mesmos até que eclodam e os alevinos nadem livremente. Os filhotes, com sacos vitelinos de até seis centímetros, vivem juntos, próximos à superfície de raizames densos. Alevinos apresentam brânquias externas que são utilizados exclusivamente para a respiração até que seu pseudo pulmão se desenvolva plenamente em até dois meses. Juvenis são surpreendentemente coloridos, apresentando coloração escura com manchas douradas.

Não apresentam dimorfismo sexual evidente.

Alimentação

Juvenis se alimentam de larvas de insetos e caramujos. Adultos são onívoros e se alimentam de peixes, anfíbios e invertebrados como caramujos, moluscos e camarões, além de algas e algumas plantas fanerógamas. Em cativeiro aceitará quase todos tipo de alimento como vivos, filés de peixes e rações de fundo. Em fase jovem convém alimentar regularmente e quando adulto uma ou duas vezes por semana somente.

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Referências

  1. Santos, E., 1981. Peixes da Água doce (Vida e costumes dos peixes do Brasil). Belo Horizonte, Brasil, Editora Itatiaia Limitada.267.
  2. Nomura, H., 1984. Nomes científicos dos peixes e seus correspondentes nomes vulgares. In H. Nomura (ed.). Dicionário dos peixes do Brasil. Editerra, Brasília, Brasil: 27-63.
  3. Robins, C.R., R.M. Bailey, C.E. Bond, J.R. Brooker, E.A. Lachner, R.N. Lea and W.B. Scott, 1991. World fishes important to North Americans. Exclusive of species from the continental waters of the United States and Canada. Am. Fish. Soc. Spec. Publ. (21):243 p.
  4. Arratia, G., 2003. Lepidosirenidae (Aestivating lungfishes). p. 671-672. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Novembro/2015 – Atualizado Janeiro/2020
Colaboradores (collaboration): Edgar Zulini

 

Sobre Edson Rechi 848 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

10 Comentário

  1. Caro Edson

    Tenho interesse em adquirir alguns exemplares de Lepidosiren (Pirambóia) provenientes das bacias do Parana e Paraguai. Por acaso voce tem para vender ou conhece outro aquatinta que tenha?

    Cordialmente

    Horacio

     
  2. Peixe fácil de criar, há dois anos eu crio. São pacíficos, porém cada um no seu aquário, tentei colocar junto mas não funciona, eles literalmente se machucam muito.
    Minha única dificuldade foi na alimentação, passaram meses sem se alimentar até mostrarem interesse apenas em camarão fresco.

     

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