Lambari (Astyanax altiparanae)

 
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Espécime de 9 cm coletado no Mato Grosso do Sul

Astyanax altiparanae (Garutti & Britski, 2000)

Nome Popular: Lambari, Tambiú— Inglês: não possui

Família: Characidae (Caracídeos)

Origem: América do Sul, alto da Bacia do rio Paraná

Tamanho Adulto: 12 cm (comum: 9 cm)

Expectativa de Vida: 5 anos +

Temperamento: Pacífico

Aquário Mínimo: 80 cm X 30 cm X 40 cm (96 L)

Temperatura: 22°C a 28°C

pH: 6.0 a 7.6 – Dureza: desconhecido

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Espécime adulto coletado no alto do rio Paraná em Minas Gerais

Visão Geral

Encontrado no alto da bacia do rio Paraná, endêmico do Brasil. Ocorre em riachos em meio a área sombreada normalmente sob densa vegetação flutuante ou ciliar.

O gênero Astyanax apresenta mais de 80 espécies conhecidas popularmente como Lambaris ou Tambiús, com grande diversidade em praticamente todas as bacias da América do Sul. Muitas espécies são muito semelhantes, mas com grande variabilidade genômica, o que leva alguns pesquisadores a considerarem algumas delas como complexo de espécies. Os grupos ou complexos de espécies são formados por espécies de um mesmo gênero, reunidas de acordo com seu nível de parentesco.

Espécie com grande capacidade de colonizar diferentes habitats, os Lambaris do complexo Astyanax possuem uma grande adaptabilidade a diferentes habitats, além de serem sensíveis a mudanças em seu ambiente natural. Isso os torna excelente bioindicadores de alterações ambientais.

Comunidades tradicionais utilizam este pequeno peixe como fonte de alimentação. Outra posição importante é que os Lambaris possuem importante posição na cadeia alimentar, fazendo parte da alimentação de inúmeros vertebrados, mamíferos aquáticos, aves e até mesmo de alguns anfíbios e répteis. Além disso, são considerados dispersores secundários de sementes, contribuindo com a preservação das matas ciliares.

Aquário & Comportamento

O aquário deverá conter plantas formando zonas sombrias com algumas áreas abertas para natação. Outras peças de decoração poderão incluir troncos e raízes.

Seu comportamento é pacífico e gregário, devendo ser mantido em pelo menos meia dúzia de espécimes ou mais para que mostrem seu comportamento natural. Pode ser mantido em aquário comunitário com peixes de pequeno a médio porte igualmente pacíficos. Ocasionalmente pode mordiscar peixes mais lentos ou que apresentem longas nadadeiras.

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Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo. Nas primeiras horas do dia o macho conduzirá a fêmea liberar os ovos não adesivos em meio a plantas que serão fecundados. A maioria dos ovos irá cair para o fundo ou poderá ficar flutuando. Eclodem em até 2 dias e larvas estarão nadando livremente em até 48h. Pais não exibem cuidado parental.

O dimorfismo sexual da espécie é evidente em indivíduos adultos. Macho tem forma corpo de forma retilínea e a fêmea apresenta corpo em forma mais roliça.

Alimentação

Onívoro. Em seu ambiente natural se alimenta de vermes, crustáceos, insetos e secundariamente material vegetal. Em cativeiro aceitará prontamente alimentos secos e vivos.

EtimologiaAstyanax; nome do filho de Heitor da mitologia grega. Altiparanae, em alusão a sua ocorrência no Alto do rio Paraná.

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Espécime de 6 cm coletado no Rio Itaqueri (Itirapina – SP)

Referências

  1. Lima, F.C.T., L.R. Malabarba, P.A. Buckup, J.F. Pezzi da Silva, R.P. Vari, A. Harold, R. Benine, O.T. Oyakawa, C.S. Pavanelli, N.A. Menezes, C.A.S. Lucena, M.C.S.L. Malabarba, Z.M.S. Lucena, R.E. Reis, F. Langeani, C. Moreira et al. …, 2003. Genera Incertae Sedis in Characidae. p. 106-168. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  2. Oliva-Paterna, F.J., M. Torralva and E.D. Carvalho, 2009. Length-weight relationships of 20 species collected in the Jurumirim reservoir (Paranapanema Basin, Brazil). J. Appl. Ichthyol. 25:360-361.
  3. Astyanax altiparanae (Pisces, Characiformes) como modelo biológico de espécie de peixe para exploração zootécnica e biomanipulação – Rodrigo Braz de Castilho Almeida (2007)
  4. Desempenho reprodutivo de lambaris (Astyanax altiparanae) alimentados com óleo obtidos a partir de resíduos de peixe –  Elisabete Maria Macedo Viegas

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Agosto/2016

Sobre Edson Rechi 869 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

3 Comentário

  1. Legal sua página, parabéns, continue desenvolvendo este site. A propósito eu sou o autor da primeira imagem (Lucas Brandão-Gonçalves).Quando eu olhei na busca do Google, já reconheci imediatamente, rsrsrs.

     
  2. legal!
    Gostei!
    Eu tenho um aquário(se assim pode ser chamado), é um tanque de mais ou menos 1,80 de de altura com 0,80 cm no chão e 100,00 cm saltando fora da terra com 100,00 cm de largura por 600,00 cm de comprimento. Geralmente fica cheio d’agua até o limite; eu o alimento com agua de poço artesanal do meu terreiro.
    alí mantenho algumas tilapinhas, cascudos, cascudinhos minusculos, caborginhas e também os lambaris. Como alimentos, dou-lhes folhas de capins, almeirão, alface, restos de milho verde, milho seco triturado, minhocas, etc.
    Sempre que tenho um tempo disponível fico a aprecia-los. Não há nada mais descontraído que esse tempo de observaçao.

     

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