Jejú, Morobá (Erythrinus erythrinus)

 

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Erythrinus erythrinus (Bloch & Schneider, 1801)

Nome Popular: Jejú, Mariana, Morobá — Inglês: Red Wolf fish

Família: Erythrinidae (Erythrinídeos)

Origem: América do Sul e Central, bacia Amazônica e rios costeiros das Guianas

Tamanho Adulto: 25 cm (comum: 20 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos +

Temperamento: Pacífico, predador

Aquário Mínimo: 100 cm X 40 cm X 50 cm (200 L)

Temperatura: 22°C a 28°C

pH: 5.0 a 8.o – Dureza: indiferente

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Visão Geral

Encontrado em riachos e zonas pantanosas, onde pode sobreviver em água com baixos níveis de oxigênio, devido modificação anatômica de sua vesícula natatória, que serve como um órgão acessório de respiração. Comumente encontrado na parte inferior, bem como na superfície entre a vegetação flutuante.

Apresentam poderosos e afiados dentes e seu corpo é coberto com grossas escamas cicloides e abundante camada de muco que protege contra parasitas externos como sanguessugas; cabeça grande e bem ossificada; sua musculatura é adaptada a natação curta e veloz, composta pode poderosas fibras brancas que não acumulam gordura.

Sua aparência e fisiologia estão adaptadas para caça em água pouco oxigenada; pedúnculo caudal é musculoso e poderoso, combinando eficientemente com seu metabolismo anaeróbio, permitindo rápidas reações em frações de segundos.

Coloração varia de acordo com seu desenvolvimento e localização, normalmente apresentam coloração cinza misturado com marrom e uma listra escura que corta sua lateral desde a brânquia até o pedúnculo caudal. À medida que o peixe amadurece, mostra forte coloração laranja em seus flancos e ao longo da nadadeira dorsal e bordas da cauda.

Possui aparelho digestivo adaptado a dieta piscívora, independente de seu estágio ontogenético.

Curiosamente, na Guiana Francesa, espécimes juvenis são conhecidos por imitar o padrão de cor da fêmea de uma espécie de killifish do gênero Rivulus, que compartilha o mesmo habitat. Pensando se tratar de uma fêmea de Killifish, os machos de Rivulus são atraídos pela forte coloração da Traíra e acabam encontrando uma morte prematura frente ao predador.

Estudos recentes têm destacado as diferenças genéticas em populações diferentes, sugerindo que E. erythrinus é, na verdade, uma espécie complexo de espécies diferentes.

Possui o hábito de migrar distâncias curtas por terra para novos habitats quando as águas sazonais começam a secar.

Aquário & Comportamento

O aquário deverá possuir substrato preferencialmente macio e arenoso, com bastante vegetação aquática para servir de refúgio e esconderijo. Possui hábitos sedentários não exigindo grande espaço.

Seu comportamento é pacífico, mas são conhecidos por ser intolerante com membros da própria espécie ou estritamente relacionado (vide outras espécies de traíras), podendo ocasionar na morte dos peixes agredidos. Apesar de sua aparência assustadora e respeitável predador, pode ser mantido com peixes de maior porte desde que  igualmente pacífico. Peixes menores serão comidos.

Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo. Estabelece ovos em buracos no substrato. Fazem diversas desovas parceladas ao longo da temporada reprodutiva. Ovos são fertilizados na nadadeira anal em forma de concha da fêmea, sendo posteriormente descartados em buraco no substrato, onde o macho os guardará até que as larvas eclodam e evadam para vegetação aquática. Pai cuida da progênie até que larvas eclodam.

Dimorfismo sexual bastante difícil, não apresenta dimorfismo evidente, embora as fêmeas tendam a ficar com ventre mais desenvolvido em época de reprodução, devido o aumento dos ovários.

Alimentação

Onívoro (essencialmente piscívoro), em seu ambiente natural alimenta-se basicamente de peixes e insetos. Secundariamente de frutos, sementes, detritos, camarões e outros pequenos invertebrados. Em cativeiro poderá não aceitar alimentos secos, sendo necessário o fornecimento de carnes e alimentos vivos, preferencialmente durante período noturno.

EtimologiaErythrinus (grego), erythros = vermelho

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Referências

  1. Oyakawa, O.T., 2003. Erythrinidae (Trahiras). p. 238-240. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  2. Britski, H.A., K.Z. de S> de Silimon and B.S. Lopes, 2007. Peixes do Pantanal: manual de identificaçäo, 2 ed. re. ampl. Brasília, DF: Embrapa Informaçäo Tecnológica, 227 p.
  3. Boujard, T., M. Pascal, F.J. Meunier and P.-Y. Le Bail, 1997. Poissons de Guyane. Guide écologique de l’Approuague et de la réserve des Nouragues. Institut National de la Recherche Agronomique, Paris, 219 p.
  4. Planquette, P., P. Keith and P.-Y. Le Bail, 1996. Atlas des poissons d’eau douce de Guyane. Tome 1. Collection du Patrimoine Naturel Volume 22, MNHN, Paris & INRA, Paris. 429 p.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Julho/2016
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 849 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

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