Coridora (Corydoras flaveolus)

 
Corydoras flaveolus (Ihering, 1911)

Ficha Técnica

Ordem: Siluriformes — Família: Callichthyidae (Calictídeos)

Nomes Comuns: Coridora, Rouquinho — Inglês: não possui

Distribuição: América do Sul; alto da bacia do Paraná

Tamanho Adulto: 3.8 cm (comum: 3 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos

Comportamento: pacífico, gregário

pH: 6.0 a 7.6 — Dureza: 2 a 15

Temperatura: 22°C a 28°C

Distribuição e habitat

Encontrado em inúmeras drenagens tributárias do rio Tietê, um afluente da bacia do alto do rio Paraná, no estado de São Paulo, sudeste do Brasil. Estes incluem os rios Piracicaba, Alambari, Corumbataí, Capivari e Bauru.

Habitam rios menores e pequenos riachos rasos com substrato macio.

Descrição

Entre seus congêneres, o mais similar é C. lacrimostigmata. Pode ser distinguido por possuir mais serrilhas na margem posterior da espinha da nadadeira peitoral (27-36 vs. 16-19) e na margem posterior da espinha dorsal (15-22 vs. 7-10), e pela presença de serrações simples e bífidas bem desenvolvidas (vs. fraca-desenvolvidas) na margem posterior da espinha da nadadeira peitoral. Em C. flaveolus o focinho é arredondado e o perfil dorsal da cabeça é abruptamente côncavo (contra o focinho ligeiramente apontado e o perfil dorsal da cabeça gradualmente côncavo em C. lacrimostigmata). Os flancos, nadadeira dorsal e caudal apresentam inúmeras manchas e barras (contra fraco-modelado).

São respiradores de ar facultativos e possuem o intestino modificado e altamente vascularizado que evoluiu para facilitar a absorção de oxigênio atmosférico, podendo sobreviver em águas com baixo nível de oxigênio.

Possui dois espinhos em suas extremidades junto as nadadeiras peitorais, este mecanismo serve como defesa contra predadores. Ao ser molestado, os espinhos são projetados ferindo o predador. Os espinhos duros da nadadeira peitoral são capazes de perfurar a pele humana e uma ‘picada’ pode ser muito dolorosa, de fato, por isso deve-se ter atenção durante o manuseio.

Esta espécie possui senso olfativo bastante evoluído e seus barbilhões permitem que ela encontre alimentos enterrados no substrato. Como a maioria dos peixes gatos, é uma espécie blindada não possuindo escamas, apresentando duas fileiras de placas ósseas em cada lateral de seu corpo cobrindo a região da cabeça.

Considerados como peixes de “couro” e possuem uma camada bastante fina de muco epitelial externo, não suportando a presença de sal na água, podendo facilmente levá-lo a morte por desidratação devido a diferença osmótica criada.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 60 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.

Usar preferencialmente substrato fino de areia ou cascalho arredondado, evitando o uso de cascalhos pontiagudos que poderá danificar seus barbilhões e boca. Espécie aprecia aquário com bastante plantas e refúgios formando áreas sombrias.

Comportamento

É uma espécie pacífica e gregária, devendo ser mantido em grupo de pelo menos 6 indivíduos. Pode ser mantido em aquário comunitário, desde que com peixes pequenos e igualmente pacíficos. Possui hábito noturno.

Devido sua capacidade de respirar ar atmosférico, comumente pode ser visto nadando rapidamente até a superfície para engolir ar e voltar para o substrato para repousar. Conhecido por “piscar” os olhos, quando na verdade os olhos giram em suas órbitas causando a impressão de estarem piscando.

Reprodução

Ovíparo. Durante ritual de acasalamento, o casal assume a posição conhecido como “T”, com o macho assumindo a parte superior do “T” e a fêmea posicionada perpendicularmente a ele. A fêmea prenderá de dois a quatro ovos entre suas nadadeiras pélvicas, onde o macho irá fertilizá-los durante cerca de 30 segundos. Só então a fêmea nadará para um local adequado onde ela depositará os ovos adesivos, normalmente em alguma superfície plana como o vidro do aquário, raízes e folhas. Este processo será repetido por inúmeras vezes.

Período de incubação dura em torno de 4 a 5 dias quando as larvas eclodem e estarão nadando livremente em 3 dias depois. Não ocorre cuidado parental.

Dimorfismo Sexual

Machos são ligeiramente menores do que as fêmeas, esta última é mais encorpada e possui a região ventral maior e mais dilatada. Como na maioria das Corydoras, são facilmente distinguidos olhando de cima, onde as fêmeas são mais encorpadas (barriga maior e mais arredondada) do que os machos.

Alimentação

Onívoro, em seu ambiente natural se alimentam de vermes, crustáceos, insetos e matéria vegetal. Em cativeiro aceitará alimentos secos e vivos sem dificuldades. Como a maioria das Corydoras, irão comer alimentos que se depositam no fundo do aquário.

Esta espécie costuma ser mais ativa a noite, devendo fornecer alimentos ao apagar as luzes do aquário, embora se alimentem também durante período diurno, porém são lentos para comer podendo não competir com outros peixes pelo alimento.

Infelizmente estes peixes são taxados erroneamente como peixe limpador e que se alimentam de restos de rações e fezes dos demais peixes. Sob nenhuma circunstância deve-se esperar que sobrevivam com ‘sobras’ de outros habitantes do aquário e muito menos de fezes de outros peixes, devendo ser fornecido alimentos apropriados incluindo rações específicas para peixes de fundo e alimentos vivos regularmente.

Etimologia: CorydorasCory = capacete + doras = pele.

Flaveolus; do latim flaveolus , que significa “amarelado”.

Sinônimosnão possui

Referências

  1. Reis, R.E., 2003. Callichthyidae (Armored catfishes). p. 291-309. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  2. Tencatt, L.F.C., M.R. Britto and C.S. Pavanelli, 2014. A new long-finned Corydoras Lacépède, 1803 (Siluriformes: Callichthyidae) from the lower rio Paraná basin, Brazil. Neotrop. Ichthyol. 12(1):71-79.
  3. Rondineli, G.R. & Braga,F.M.S. Biologia populacional de Corydoras flaveolus (Siluriformes, Callichthyidae) no Rio Passa Cinco, sub-bacia do Rio Corumbataí, São Paulo, Brasil.
  4. Ihering, R. von, 1911 – Revista do Museo São Paulo 8: 380-404
    Algumas especies novas de peixes d’agua doce (Nematognatha) ( Corydoras , Plecostomus , Hemipsilichthys ).
  5. Tencatt, LFC, MR Brtto and CS Pavanelli, 2014 – Neotropical Ichthyology 12(1): 89-96
    A new species of Corydoras Lacépède, 1803 (Siluriformes: Callichthyidae) from the upper rio Paraná basin, Brazil.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Maio/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 851 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

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