Acará Papa Terra (Geophagus brasiliensis)

 

Geophagus-brasiliensis

Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824)

Nome Popular: Nome popular — Inglês: Pearl cichlid, Pearl Eartheater

Família: Cichlidae (Ciclídeos)

Origem: América do Sul, rios costeiros do leste e Sul do Brasil e Uruguai

Tamanho Adulto: 28 cm (comum: 20 cm)

Expectativa de Vida: 8 anos

Temperamento: Variável

Aquário Mínimo: 100 cm X 40 cm X 50 cm (200 L)

Temperatura: 18°C a 30°C

pH: 6.0 a 7.6 – Dureza: 5 a 10

Visão Geral

Sua área de distribuição situa-se principalmente no sudeste e sul do Brasil e nas zonas fronteiriças com o Uruguai. Relatos de introdução e estabelecimento em países como EUA, Austrália, Tailândia e Filipinas.

Habita ambientes de águas paradas, mas também é encontrado nos rios, especialmente nos remansos ou nas margens com vegetação abundante. É uma das poucas espécies que se adaptam muito bem às condições de reservatórios.

Conhecido popularmente por inúmeros nomes como: Acará, Acará Diadema, Acará Ferreira, Acará Roque, Acará Topete, Acaraí, Cará, Caratinga e Papa-terra.

Possui uma coloração bem característica, principalmente quando bem aclimatado e alimentado, mostra pontos fosforescentes e cores vermelho vinho, azul petróleo e cinza, entre outras cores. Seu corpo e suas nadadeiras variam do castanho claro ao escuro, apresentando uma pinta preta no meio do corpo. Também possui pequenas pintas claras por toda a extensão do corpo, principalmente na parte debaixo e nas nadadeiras.

Espécimes selvagens apresentam diferenças significativas na cor do corpo e padronização dependendo da localidade com base coloração sendo dominados por vários tons de azul, verde ou amarelo, por exemplo. Algumas populações também apresentam diferenças na forma do corpo, dependendo do tipo de ambiente em que habitam, por exemplo, amostras de caudalosos rios e afluentes são mais alongados que os de águas lentas ou estagnadas.

É possível que as espécies como atualmente reconhecidos pode vir a representar um grupo de taxa intimamente relacionados e devem ser realizados estudos adicionais.

O cará é uma espécie resistente, podendo sobreviver até mesmo em lagoas salinizadas. Ele é utilizado como bioindicador da qualidade da água. A quantidade de parasitas grudados no cará pode revelar as condições dos rios onde ele vive.

Espécies do gênero Geophagus são um dos ciclídeos mais difundidos no Brasil, podendo ser encontrado em qualquer bacia hidrográfica do Brasil.

Aquário & Comportamento

Aquário de 200 litros para abrigar um espécime ou casal, para aquário comunitário considere 300 litros ou mais. O aquário deverá possuir preferencialmente substrato arenoso e macio, além de iluminação relativamente fraca. Troncos e rochas podem ser utilizados para minimizar sua agressividade e territorialismo.

Esta espécie, comparada com outras espécies de Geophagus, é bastante agressiva e territorialista, chegando a agredir peixes maiores (não se intimida facilmente). Apesar da agressividade, são tímidos ao olhar do observador, porém muito resistentes e belos. Possuindo uma definição de cores bastante interessante, e quando bem aclimatados e alimentados, mostram pontos fosforescentes, e cores vibrantes, vermelho vinho, azul petróleo e cinza, dentre outras.

Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo. São peixes que põem os ovos no substrato. Durante o ritual de acasalamento, a fêmea depositará os ovos. No seu meio natural, o casal escolhe normalmente um lugar entre duas rochas. A fêmea enquanto se ocupa dos ovos, que eclodem ao fim de 3 ou 4 dias, o macho defende o território de possíveis predadores. Depois de nascerem, os alevinos são transportados pelos pais para pequenas crateras escavadas na areia para esse efeito.

O dimorfismo sexual é bastante evidente. Em época de reprodução, os machos da espécie desenvolvem uma protuberância (calo nupcial) na testa, dando-lhes um ar mais varonil. No macho a nadadeira caudal é arredondada e as barbatanas dorsal bastante longas acabando em bico. As fêmeas são menores que os machos, muitas das vezes têm pouco mais que metade do tamanho dos machos com a mesma idade.

Alimentação

Onívoro. Em seu ambiente natural se alimenta de uma ampla variedade de alimentos como matéria vegetal, invertebrados aquáticos (principalmente chironomideos, ostracodes e cladocerans), pequenos peixes e matéria orgânica, estes triados com sua boca protrátil. Muitas vezes referido como um “Papa Terra’, esta espécie não possui somente hábito bentófago como outros membros do gênero. Embora possam peneirar o substrato a procura de alimento, também podem ser vistos se alimentando longe do substrato.

Em cativeiro aceitarão prontamente alimentos secos, vivos e congelados.

EtimologiaGeophagus (Grego), geo = terra + grego, phagus = comer. Brasiliensis = brasileiro

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Referências

  1. Kullander, S.O., 2003. Cichlidae (Cichlids). p. 605-654. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  2. Hugg, D.O., 1996. MAPFISH georeferenced mapping database. Freshwater and estuarine fishes of North America. Life Science Software. Dennis O. and Steven Hugg, 1278 Turkey Point Road, Edgewater, Maryland, USA.
  3. Riede, K., 2004. Global register of migratory species – from global to regional scales. Final Report of the R&D-Projekt 808 05 081. Federal Agency for Nature Conservation, Bonn, Germany. 329 p.
  4. Romero, P., 2002. An etymological dictionary of taxonomy. Madrid, unpublished.
  5. MADI, Rubens Riscala. Biblioteca Digital da UNICAMP. Data de Publicação: 2005. Local de Publicação: Campinas, SP. Instituição: Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Nível: Tese (doutorado). UNICAMP: Programa de Pós-graduação em Biologia Animal.
  6. Pesquisa de comparação entre a taxa de crescimento do Acará Geophagus brasiliensis e a Tilápia Oreochromis niloticus em condições de monocultivo intensivo utilizando ração e alimento vivo – Hilton Amaral Junior; José Roberto Argento Netto, Silvano Garcia. Giovanni Lemos de Mello.
  7. Soluble malate dehydrogenase of Geophagus brasiliensis (Cichlidae, Perciformes): isolated isoforms and kinetics properties – Maria Regina de Aquino-Silva; Maria Luiza Barcellos Schwantes; Flavia Simone Munin; Arno Rudi Schwantes; Silvana Pereira dos Santos
  8. Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) por João Magalhães (Site ciclideos.com)
  9. Peixes de água doce do Brasil – Acará (Geophagus brasiliensis) – CPT (Curso de Produções Técnicas)

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Junho/2016

Colaboradores (collaboration): –-

Sobre Edson Rechi 848 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

5 Comentário

  1. Olha, eu tentei criá-los em comunitários com peixes menores… mas eles crescem muito e são extremamente territorialistas e podem atacar qualquer peixe a não ser que seja bem maior e também territorialista. Agora estou a tentar trazer uns menores, pois no rio Paraná aqui no MS tem muitos e os pescadores matam todos… 🙁 vou tentar os pequenos. O maior problema sempre foi a adaptação nos primeiros dias… eles se estressam muito e ai morrem com facilidade. Vamos ver essa nova empreitada. Ah! tem uma técnica para trazer dos rios… não é fácil. Porém, depois de adaptados vivem no aquario di boa.

     

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