Dourado (Salminus brasiliensis)

 

Salminus brasiliensis (Cuvier, 1816)

Nome Popular: Dourado, Pirajuba, Saipe — Inglês: Jaw characin

Ordem: Characiformes — Família: Bryconidae (Bryconídeos)

Distribuição: América do Sul; bacias do Paraná, Paraguai, Uruguai e São Francisco (Brasil), drenagens da lagoa dos Patos e bacia do rio Mamoré na Bolívia.

Tamanho Adulto: 130 cm (comum: 100 cm)

Expectativa de Vida:  10 anos +

pH: 6.0 a 7.6 — Dureza: 2 a 15

Temperatura: 22°C a 28°C

Aquário Mínimo: Não é considerado um peixe ornamental, sendo mais apreciado na pesca ou consumo humano. Ideal criá-lo em lagos ou grandes tanques, se trata de uma espécie bastante ativa e que atinge grande tamanho. Hipoteticamente um aquário com cerca de 9.000 litros seria requerido para a criação da espécie, com sistema de filtragem bem dimensionado criando um fluxo lótico. A decoração do aquário não seria crítica para a espécie.

Comportamento: Juvenis são gregários, quando adultos são solitários.

Compatibilidade: Seu comportamento é agressivo e predador, podendo comer peixes com praticamente até 70% de seu tamanho. Em aquários públicos é comum ser criado com Pacus de grande porte, entre outros peixes de grande porte.

Alimentação: Piscívoro. Alimentam-se de pequenos peixes nas corredeiras e na boca das lagoas, principalmente durante a vazante quando os outros peixes migram para o canal principal, além de insetos, crustáceos bentônicos e pássaros. Em cativeiro dificilmente aceita alimentos secos, devendo ser fornecido camarões, alimentos vivos e filé de peixes.

Reprodução: Ovíparo. Nadam em cardumes nas correntezas dos rios e afluentes e realizam longas migrações reprodutivas. Atingem a maturidade em torno de 37 centímetros de comprimento. Necessita da correnteza dos rios para completar o seu ciclo reprodutivo durante a Piracema.

Dimorfismo Sexual: O dimorfismo sexual é pouco evidente, fêmeas maduras são maiores e apresentam corpo roliço enquanto machos apresentam corpo retilíneo.

Biótopo: Principalmente uma espécie ribeirinha, mas também é encontrada em lagos e lagoas.

Etimologia: Salminus, do latim, salmo, –onis = pequeno salmão. Brasiliensis (latim) = brasileiro

Sinônimos: Hydrocynus brasiliensis, Hydrocyon brevidens, Salminus cuvieri, Salminus maxillosus, Salminus orbignyanus, Salmo auratus, Salmo vigintiseptemradiatus.

Informações adicionais: Distribuído nas Bacias do Paraná, de São Francisco, do Rio Doce e do Paraíba do Sul. Ocorre em águas rápidas, corredeiras e cachoeiras, assim como as margens de barrancos, bocas de corixos e galhadas no meio dos rios. No Brasil é nativo dos estados do Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo, sendo introduzido em Minas Gerais e Espírito Santo.

É um peixe de escamas. Cada escama tem um pequeno risco preto no meio, formando linhas longitudinais da cabeça à cauda. Possui uma coloração dourada por todo o corpo, com reflexos avermelhados. Tem uma cabeça grande, com uma boca que alcança a metade desta, repleta de caninos em forma cônica. Possui nadadeira caudal bastante robusta. Existem relatos de espécimes capturados com 130 cm de comprimento e peso de mais de 30 quilos.

S. brasiliensis e S. maxillosus são bastante semelhantes, sendo que o primeiro, além de ser maior, apresenta uma coloração dourada com reflexos avermelhados, enquanto o segundo é dourado com as nadadeiras alaranjadas.

O Dourado é um peixe apreciado por seu sabor, sendo conhecido como o “Rei do Rio”. Muito apreciado pelos pescadores esportivos, é lendário por sua bravura e resistência uma vez fisgado. Se o salmão é frequentemente citado como o alvo mais cobiçado da pescaria esportiva no hemisfério norte, na América do Sul impera o dourado.

Espécime juvenil

Referências:

  1. de Godoy, M.P., 1975. Peixes do Brazil suborden Characoidei basin do Rio Mogi Guassu. p. 217-398. In Piracicaba (ed.) Franciscana II.
  2. Fowler, H.W., 1950. Os peixes de agua doce do Brazil. Arquivos de Zoologia do Estado de Sao Paolo, VI:205-404.
  3. Lima, F.C.T., L.R. Malabarba, P.A. Buckup, J.F. Pezzi da Silva, R.P. Vari, A. Harold, R. Benine, O.T. Oyakawa, C.S. Pavanelli, N.A. Menezes, C.A.S. Lucena, M.C.S.L. Malabarba, Z.M.S. Lucena, R.E. Reis, F. Langeani, C. Moreira et al. …, 2003. Genera Incertae Sedis in Characidae. p. 106-168. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  4. Lins, L.V., A.B.M. Machado, C.M.R. Costa and G. Herrmann, 1997. Roteiro Metodológico Para Elaboração de Listas de Espécies Ameaçadas de Extinção (Contendo a Lista Oficial de Fauna Ameaçada de Extinção de Minas Gerais). Publicações Avulsas da Fundção Biodiversitas. 49 p.
  5. López, H.L., A.M. Miquelarena and J. Ponte Gómez, 2005. Biodiversidad y distribución de la ictiofauna Mesopotámica. Miscelánea 14:311-354.
  6. Oliveira, C., F. Foresti and G. Pedroso, 1992. Análise da distribuiçao da heterocromatina constitutiva em Salminus maxillosus (Dourado) e S. hilarii (Tabarana). p. 27. In IV. Simp. Citogenet. Evol. e Aplic. de Peixes Neotropicais, Rio de Janeiro-RJ.
  7. Nomura, H., 1984. Nomes científicos dos peixes e seus correspondentes nomes vulgares. In H. Nomura (ed.). Dicionário dos peixes do Brasil. Editerra, Brasília, Brasil: 27-63.
  8. Estudo da Migração do Dourado (Salminus brasiliensis) no Alto Rio Uruguai, Brasil, com o Uso de biotelemetria – A. P. O. Nuñer, LAPAD, E. Zaniboni-Filho, LAPAD, J. H. Schütz, LAPAD e S. L. Souza, TBLE

Ficha por (Entered by): Edson Rechi
Junho/2016 — Atualizado em Julho/2018
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 875 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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