Baiacu Amazônico (Colomesus asellus)

 
Colomesus asellus (Müller & Troschel, 1849)

Ficha Técnica

Ordem: Tetraodontiformes — Família: Tetraodontidae

Nomes Comuns: Baiacu Amazônico — Inglês: Amazon puffer

Distribuição: América do Sul: Bacia Amazônica do Peru à Ilha Marajó no Brasil

Tamanho Adulto: 13 cm (comum: 8 cm)

Expectativa de Vida: desconhecido, supõe-se que cinco anos +

Comportamento: pacífico, predador

pH: 5.5 a 7.6 — Dureza: 5 a 15

Temperatura: 22°C a 28°C

Distribuição e habitat

Distribuído em grande parte da bacia Amazônica no Brasil, Colômbia, Peru e Equador, incluindo canais principais dos rios Amazonas e Solimões, além dos rios Pará, Tocantins, Jari, Xingu, Tapajós, Uatumã, Madeira, Trombetas, Negro, Purus, Tefé, Japurá / Caquetá, Juruá, Jutaí, Içá / Putomayo, Javary, Ampiyacu, Amacayacú, Napo, Nanay, Marañón e Ucayali.

Há inúmeros registros de sua presença em drenagens ao norte da foz da Amazônia.

Ocorre em bancos de areia, praias, lagos de planície inundado, bancos com vegetação pendente e corredeiras rápidas sobre rochas e pedras. É maioritariamente encontrado em águas com níveis elevados de oxigênio, sugerindo que pode ser sensível a baixo nível de OD.

Bastante adaptável, penetra afluentes do alto do Amazonas e Orinoco, embora não frequente ambiente de água negra. Encontrado principalmente em córregos de água doce, mas pode tolerar água levemente salobra.

Espécime de 3 cm (Manaus 2003)

Descrição

Conhecido no comércio de peixes ornamentais como Baiacu Amazônico, Baiacu Sul Americano ou Baiacu Amazônico.

Dentro do gênero difere de seus congêneres por apresentar uma única fila transversal de retalhos térmicos em todo seu queixo, ausente nas demais espécies do gênero.

Distingue-se de C. psittacus pelo seu menor tamanho quando adulto (máximo 128 mm SL vs. 289 mm SL em C. psittacus), posse de 13-16 (vs. 17-19) raios na nadadeira peitoral, presença de 5 ( Vs. 6) manchas escuras transversais dorsalmente no corpo. Frequenta água doce, enquanto psittacus frequenta água costeira (salobra).

Possuem a capacidade de inflar seu estomago elástico com água ou ar quando ameaçado. O peixe torna-se duas ou três vezes maior que seu tamanho original, o suficiente para afugentar muitos predadores em potencial, tornando difícil de ser engolido.

Outras adaptações merecem ser destacadas, sendo um dos poucos peixes que realmente podem piscar ou fechar os olhos, além de sua boca ser similar a um bico formado por fusão de duas placas de dentes em cada mandíbula que é utilizada para triturar e esmagar invertebrados que possuem conchas carbonatadas.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 80 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.

A decoração do aquário será um tanto indiferente, devendo deixar espaços abertos para nadarem, pois é uma espécie bastante ativa.

É muito sensível à deterioração das condições da água, pelo que são necessárias mudanças regulares de água parciais, além de alimentação especializada, sendo indicado apenas para aquaristas mais experientes.

Comportamento

Pacífico, mas inadequado para aquário comunitário em geral. Irá mordiscar a nadadeira e escamas de outros peixes, principalmente peixes com longas nadadeiras (véu) e de natação lenta. Peixes menores serão comidos. É melhor quando mantido em aquário mono espécie.

Forma naturalmente cardumes livres e seu comportamento se mostra mais natural quando mantido em pequenos grupos. Opte em manter em número de cinco ou mais, se manter em dupla ou trio poderá haver perseguições severas ao mais fraco do grupo.

Reprodução

Ovíparo, sabe-se que sua reprodução é semelhante aos baiacus marinhos, em contraste com outros tetraodontídeos, com alta fecundidade, ovos pequenos e não ocorre o cuidado parental.

Estudos limitados na bacia central da Amazônia sugerem que a desova ocorre em canais de rios principais ou perto de bancos nas bocas de lagos e afluentes de planície inundadas, durante períodos de águas altas (inundação). As larvas pelágicas são criadas em lagos de planície inundada onde eles completam seu desenvolvimento, retornando aos canais de rio quando as águas de inundação retrocedem.

Dimorfismo Sexual

O dimorfismo sexual é pouco evidente por meios externos.

Alimentação

Onívoro, essencialmente moluscívoro. Em seu ambiente natural se alimenta de moluscos, crustáceos e outros invertebrados, secundariamente de plantas e detritos. Em cativeiro pode não aceitar alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos e congelados.

Fornecer regularmente caramujos e mariscos com casca dura (ex. patas de caranguejo, camarões, etc) para gastar seus dentes, uma vez que eles crescem continuamente podendo trazer problemas em longo prazo para a saúde do peixe. Pode-se ainda usar areia calcária fina no substrato, o qual os dentes do peixe serão gastos através da mastigação de alimentos capturados no substrato junto com a areia.

Etimologia: Colomesus : do grego cholós, que significa “fisicamente defeituoso, aleijado”, e o grego mésos que significa “médio”, presumivelmente em referência aos ossos frontais estreitados, não conectados à órbita.

Asellus: derivação não clara; Possivelmente do latim asellus , que significa “burro pequeno”.

Sinônimos: Cheilichthys asellus, Chelichthys asellus

Referências

  1. Eschmeyer, W.N. (ed.), 1998. Catalog of fishes. Special Publication, California Academy of Sciences, San Francisco. 3 vols.
  2. Kullander, S.O., 2003. Family Tetraodontidae (Pufferfishes). p. 670. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  3. Menezes, N.A., P.A. Buckup, J.L. Figueiredo and R.L. Moura, 2003. Catálogo das espécies de peixes marinhos do Brasil. São Paulo. Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, 160 pp.
  4. Soares, M.G.M., R.G. Almeida and W.T. Tunk, 1986. The trophic status of the fish fauna in Lago Camaleao, a macrophyte dominated floodplain lake in the middle Amazon. Amazoniana, IX(4):511-526.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Janeiro/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 869 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

6 Comentário

  1. Amigos, tenho um baiacu que só come ração flocada tetramini, alguma solução?
    Já ofereci camarão, ampularia, racao de peixe carnivoro e o bendito baiacu só come a tetramini

     
    • Oi, Guilherme, tudo bem? olha, estou com um problema contrário ao seu. Comprei desses baiacus e eles só comiam alimento vivo de início, dei minhoca até achar tenébrio e começar minha própria criação de tenébrios monitor para amenizar o bolso, mas depois eles aceitaram Gammarus da Alcon e Aviú da MegaFood, embora percebo que eles amam o Gammarus, comem como doidos. Gostaria que eles comessem rações para um complemento alimentar melhor, acho que dar somente a Gammarus não parece tão saudável, mas você pode usar como petisco semanal (que é o uso que estou fazendo dos tentórios). Inclusive com os tentórios tive que fazer o seguinte: estou com dois baiacus, um deles é bastante comilão, daí eu ofereço tenébrio com uma pinça e vou segurando firme pra ele despedaçar o verme e comer em pedacinhos, do contrário ele engole tudo e sai inteiro nas fezes.

      Espero ter ajudado, boa sorte com os teus baiacus.

       
      • Opa amigo, tudo certo?

        Cara, tenta dar a BSF, todo peixe que tive que não queria comer alimentos secos, eu experimentei dar a BSF da Poytara, comeram bem.

        Essa ração tem um cheiro forte, parece cheiro de file de peixe, e é muito nutritiva também.

         

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