Piau Três Pintas (Leporinus friderici)

 

Leporinus-friderici

Leporinus friderici (Bloch, 1794)

Nome Popular: Piau Três Pintas — Inglês: Threespot leporinus

Família: Anostomidae (Anostomídeos)

Origem: América do Sul; Bacia do rio Amazonas e rio Suriname. Reportado na bacia do Paraná.

Tamanho Adulto: 40 cm (comum: 25 cm)

Expectativa de Vida: 7 anos +

Temperamento: Variável

Aquário Mínimo: 150 cm X 50 cm X 50 cm (375 L)

Temperatura: 20°C a 28°C

pH: 5.0 a 8.0 – Dureza: 4 a 12

Visão Geral

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Esta espécie foi descrita a partir do rio Suriname, mas a localização específica não foi mencionada. Atualmente sabe-se que ocorre em grande parte do sistema do rio Amazonas, no Brasil, Peru e Bolívia com registros adicionais de em drenagens costeiras da Guiana, Suriname e Guiana Francesa além da ilha de Trinidad (Trinidad e Tobago). Reportado na Bacia do Paraná.

Adultos ocorrem em lagoas rios lóticos. Bastante ativo durante a estação chuvosa, invadem zonas inundadas onde frequentemente são capturados com redes, enquanto na estação seca, estão confinados nas partes mais profundas dos rios, onde são capturados com varas de pesca.

Variando a região e populações, poderá apresentar diferenças em sua coloração. No Brasil é conhecido por sob uma grande variedade de nomes como Acaru Paca, Acaru Cabeça Gorda, Araçu, Piabam Piapara, Piau, Piau Cabeça Gorda, Piau Listrado, Piau Três Pintas, Piava e Uaracu.

A sua excelente carne torna-o ideal para o consumo humano, apesar de seus inúmeros espinhos.

Aquário & Comportamento

A decoração do aquário para espécie é um tanto indiferente, embora um arranjo natural formado por rochas e raízes os deixará mais a vontade, sempre deixando uma grande área aberta para nadarem.

Como qualquer peixe de ambiente lótico, é intolerante a presença de amônia na água e requer filtragem impecável para prosperar. Aquário deverá ser mantido bem tampado, costumam pular para fora do aquário.

Seu comportamento é gregário, devendo ser mantido em seis ou mais espécimes. Apesar de certo grau de disputas entre eles, é natural uma vez que formam forte hierarquia. Definida a hierarquia do grupo, normalmente costumam ser pacíficos. Quando mantidos individualmente podem se tornar agressivos, principalmente com peixes de formato e cores semelhantes. Frente a outras espécies de porte similar costumam não incomodar. Eventualmente podem mordiscar nadadeiras de peixes de natação mais lenta ou de hábito sedentário.

Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo. Sabe-se que se reproduzem em época de cheia em meio a densa vegetação. Em cativeiro sua reprodução não foi reportada e seu dimorfismo sexual é pouco evidente.

Machos são sexualmente maduros em 1 ano, enquanto as fêmeas são maduros aos 2 anos. A reprodução ocorre de novembro a junho, com um pico de dezembro a março, mas indivíduos maduros podem ser encontrados durante todo o ano. As fêmeas desovam em torno de 100.000 a 200.000 ovos.

Alimentação

Onívoro, com forte tendência a herbívoro. Alimentam principalmente de frutos, sementes e cupins. A comida é esmagada por quatro dentes fortes localizados em suas mandíbulas. Em cativeiro aceitarão prontamente alimentos secos e vivos, devendo ser evitado fornecer alimentos ricos em proteínas frequentemente.

Etimologia: Leporinus vem do latim lepus, que significa coelho + sulfixo inus  que significa “relativo”, em referência ao par de dentes sínfise ampliados que determinadas espécies do gênero apresentam.

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Referências

  1. Garavello, J.C. and H.A. Britski, 2003. Anostomidae (Headstanders). p. 71-84. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  2. Beder, C.M. and D.E. Rosen, 1966. Modes of reproduction in fishes. T.F.H. Publications, Neptune City, New Jersey. 941 p.
  3. Lopez, H.L., R.C. Menni and A.M. Miguelarena, 1987. Lista de los peces de agua dulce de la Argentina. Biologia Acuatica No. 12, 50 p. (Instituto de Limnologia “Dr. Raul A. Ringuelet”).
  4. Cordiviola de Yuan, E. and C. Pignalberi de Hassan, 1985. Fish population in the Paraná River: lentic environments of Diamante and San Pedro areas (Argentine Republic). Hydrobiologia 127:213-218.
  5. Riede, K., 2004. Global register of migratory species – from global to regional scales. Final Report of the R&D-Projekt 808 05 081. Federal Agency for Nature Conservation, Bonn, Germany. 329 p.
  6. Caracterização do desenvolvimento inicial de Leporinus friderici (Osteichthyes, Anostomidae) da bacia do rio Paraná, Brasil – Paulo Vanderlei Sanches, Gilmar Baumgartner, Andréa Bialetzki, Mirian Rodrigues
    Suiberto, Fernando Duran Canedo Gomes, Keshiyu Nakatani e Norma Dulce de Campos Barbosa.
  7. The reproductive strategy ofLeporinus friderici (Characiformes, Anostomidae) in the Paraná River basin: the effect of reservoirs – LOPES, C. de A., BENEDITO-CECILIO, E. and AGOSTINHO, A. A.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Julho/2016

Sobre Edson Rechi 875 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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