Amia, Bowfin (Amia calva)

Amia-calva

Classificação

Classe: Actinopterygii • Ordem: Amiiformes • Família: Amiidae

Nome binomial: Amia calva – Linnaeus, 1766

Sinônimos: Amia piquotii, Amia thompsonii, Amia subcoerulea, Amia lintiginosa, Amia canina, Amia cinerea, Amia reticulata, , Amia ornata, Amia marmorata, Amia occidentalis, Amia ocellicauda

Grupo Aquário: Peixes primitivos, Peixes Jumbo, Predadores

Nomes comuns

Amia, Alcaraz (Portugal)

Inglês: Bowfin, Blackfish, Beaverfish, Cottonfish, Cypress trout, Freshwater dogfish, Grindle, Grinnel, Marshfish

Distribuição & habitat

América do Norte; encontrado no rio São Lourenço, Lago Champlain, drenagens de Quebec e Vermont até drenagem Mississipi em Minnesota.

Países: Canadá e Estados Unidos

Habitat: encontrado em áreas pantanosas, lagos e rios com densa vegetação. Também pode habitar água mal oxigenada, incluindo águas estagnadas.

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Mapa por Discover Life

Ambiente & parâmetros da água

Demersal; água doce • pH: 6.0 – 7.6 • Dureza: indiferente • Clima: temperado; 15°C – 24°C

Tamanho adulto

109 cm (comum 55 cm) • Estimativa de vida: 20 a 30 anos

Manutenção em aquário

Aquário com dimensões mínimas de 180 cm X 60 cm X 60 cm (648 litros) requerido. A decoração do aquário é indiferente, porém, se desejar poderá adicionar raízes ou rochas formando refúgios, assim como algumas plantas mais robustas ou plantas flutuantes, simulando seu ambiente natural.

Certifique-se que o peixe poderá ter fácil acesso a superfície para tomar goles de ar regulares ou poderá morrer afogado. Esta espécie retira o oxigênio obrigatoriamente da superfície e pode difundir o oxigênio dissolvido em seu sangue através de suas brânquias ou oxigênio atmosférico através de uma vesícula altamente vascularizada (pseudo pulmão).

Mantenha o aquário bem tampado, esta espécie é um excelente saltador.

Como a espécie provém de regiões de clima temperado, uma temperatura amena é crucial para a manutenção da espécie em aquário. Logo, considere utilizar um chiller para resfriar a água e deixá-la com temperatura mais amena, principalmente se mora em região tropical.

É um predador por excelência e comerá qualquer outro peixe, mesmo os de porte similar ao seu. Embora apresente comportamento bastante agressivo na hora de se alimentar, é uma espécie pacífica e poderá ser mantido com peixes maiores, embora corra o risco de também serem devorados (variável).

Em cativeiro, podem viver incrivelmente por décadas se mantidos adequadamente. Deve-se atentar em seu manuseio, principalmente na hora da alimentação ou manutenção do aquário, um espécime adulto pode facilmente cortar um dedo.

Alimentação

Carnívoro, em seu ambiente natural alimenta-se de inúmeros itens incluindo peixes, insetos, crustáceos, sapos, carcaças de outros animais e detritos. Em cativeiro dificilmente aceitará alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos e filés de peixes, secundariamente poderá fornecer minhocas, camarões, mexilhões, anfíbios, entre outros.

Reprodução e dimorfismo sexual

Ovíparo. Em seu ambiente natural desovam anualmente, com os peixes se reunindo em grandes números em águas rasas entre densa vegetação aquática. Macho constrói ninho no substrato (buraco) e a desova ocorrerá após o cortejo do macho junto a fêmea, onde ela liberará os óvulos que serão fecundados em simultâneo pelo macho.

Uma curiosidade refere-se a fêmea que pode visitar o ninho de diversos machos, portanto, não é incomum um único ninho apresentar ovos em diferentes estágios de desenvolvimento. A grande proporção de machos para fêmeas chega a ser três por uma, talvez por isso elas possuam este comportamento. Machos defendem seus ninhos tão vigorosamente que atacam qualquer coisa que se aproxime, não importando o tamanho.

O cuidado parental do macho ocorre até que as larvas estejam com tamanho próximo de 8cm.

Os machos adultos são menores e mais coloridos do que as fêmeas. Nos peixes jovens, os machos podem ser distinguidos pela presença de um ponto negro (ocelo) no topo do pedúnculo caudal . Este ponto é bastante fraco ou completamente ausente nas fêmeas. Machos podem apresentar nadadeiras ventrais de cor verde.

Galeria de imagens

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Espécime juvenil
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Em seu ambiente natural
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Espécimes sub-adultos
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Espécime adulto

Descrição

Apresenta corpo longo e robusto, cabeça cônica, boca grande com maxilar estendendo desde os olhos. Mandíbulas apresentam dentes fortes e cônicos, narinas com dois barbilhões curtos. Sua característica mais distinta é a presença de uma longa nadadeira dorsal, que possui tamanho de aproximadamente 1/3 de seu corpo.

Possui uma boca grande e extremamente poderosa com os dentes cônicos, bastante afiados, que travam e seguram suas presas, enquanto uma placa gular, localizada em seu maxilar inferior, esmaga e dilacera.

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O Bowfin, como é popularmente conhecido, é uma espécie primitiva estritamente relacionado com os Gars (família Lepisosteidae). O grupo diversificou-se a partir dos Osteoglossiformes há cerca de 250 milhões de anos, no início do Triássico.

É o último membro sobrevivente da ordem Amiiformes (que inclui três famílias, agora extintas adicionais que datam do Jurássico , ao Eoceno ) e da família Amiidae (que contém numerosas espécies em cerca de quatro subfamílias, das quais apenas uma , Amiinae, é sobrevivente).

Pode respirar ar atmosférico utilizando sua vesícula natatória, que está ligado a seu trato gastrointestinal e permite flutuabilidade regular na água, similar a um pulmão de um peixe primitivo (vide pulmonados como Piramboia e Lungfish). Por este motivo, comumente podem ser vistos próximo a superfície engolindo ar.

O bowfin é um predador indiscriminado que prontamente ataca, por emboscada ou oportunamente, uma ampla variedade de presas. É um hábil predador de topo.

Referências

  1. FAO-FIES, 2013. Aquatic Sciences and Fisheries Information System (ASFIS) species list. Retrieved from http://www.fao.org/fishery/collection/asfis/en, July 2013.
  2. Nelson, J.S., E.J. Crossman, H. Espinosa-Pérez, L.T. Findley, C.R. Gilbert, R.N. Lea and J.D. Williams, 2004. Common and scientific names of fishes from the United States, Canada, and Mexico. American Fisheries Society, Special Publication 29, Bethesda, Maryland. ix, 386 p. + 1 CD.
  3. Etnier, D.A. and W.C. Starnes, 1993. The fishes of Tennessee. The University of Tennessee Press, Knoxville, Tennessee, USA. (pls. check date).
  4. Grande, L. and W.E. Bemis, 1998. A comprehensive phylogentic study of amiid fishes (Amiidae) based on comparative skeletal anatomy. An empirical search for interconnected patterns of natural history. Society of Vertebrate Paleontology Memoir 4:i-x, 1-690; supplement to Journal of Vetrebrate Paleontology.
  5. Jones, P.W., F.D. Martin and J.D. Hardy Jr., 1978. Development of fishes of the Mid-Atlantic Bight. An atlas of eggs, larval and juvenile stages. Vol. 1. Acipenseridae through Ictaluridae. U.S. Fish Wildl. Ser. Biol. Serv. Program FWS/OBS-78/12. 336 p

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Abril/2014
Colaboradores (collaboration): –

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