Rasbora Espei (Trigonostigma espei)

 

Trigonostigma espei (Meinken, 1967)

Foto: Heng Wah Choy

Nome Popular: Rasbora Espei — Inglês: Lambchop rasbora

Ordem: Cypriniformes — Família: Cyprinidae (Ciprinídeos)

Distribuição: Ásia, Tailândia e Camboja

Tamanho Adulto: 3.0 cm (comum 2.5 cm)

Expectativa de Vida: 3 anos +

pH: 5.5 a 7.4 — Dureza: 2 a 12

Temperatura: 22°C a 28°C

Aquário Mínimo: 60 cm (comprimento) X 30 cm (largura) — Prefere aquário com plantas formando áreas sombreadas. Mostram-se mais coloridos e ativos quando mantidos em aquário plantado com áreas abertas para natação. Pode-se adicionar raízes e folhas secas (opcional) como decoração.

Comportamento & Compatibilidade: Espécie pacífica e gregária que forma hierarquia livre, podendo ser mantido em aquário comunitário com peixes de tamanho diminuto. Será importante manter em cardume com pelo menos 10 espécimes para que mostrem seu comportamento natural e cores mais realçadas. Devido seu tamanho diminuto se torna ideal para aquário plantado ou de camarões ornamentais.

Alimentação: Em seu ambiente natural se alimenta de insetos, vermes e crustáceos. Em cativeiro aceitará prontamente alimentos secos e vivos, podendo ser fornecido este último esporadicamente.

Reprodução: Ovíparo. A desova ocorre em águas rasas de 15 a 20 cm de profundidade. Sua reprodução é diferente do padrão da maioria dos pequenos ciprinídeos, depositam ovos na parte inferior das folhas de plantas ou de outros objetos, em vez de espalhar os ovos aleatoriamente. Os ovos eclodem entre 24 e 48h e os alevinos estarão nadando livremente após cerca de uma semana. Atingem a maturidade sexual com cerca de 10-12 meses e não ocorre o cuidado parental.

Dimorfismo Sexual: Fêmeas são ligeiramente maiores e mais roliças que os machos, principalmente na região ventral. Machos adultos possuem corpo retilíneo e são ligeiramente mais coloridos. Um método alternativo de sexagem é examinar a mancha escura em forma de cunha nos flancos do peixe; nos machos tende a ter um contorno mais definido, enquanto nas fêmeas tem uma aparência “arredondada”.

Biótopo: Variável de acordo com a localidade. Habitualmente ocorre em riachos e afluentes em meio a densa vegetação aquática. A água pode ter tonalidade marrom devido a presença de taninos e outras substâncias químicas liberadas pela matéria orgânica em decomposição. O substrato é arenoso e composto com folhas caídas e raízes. Tais ambientes caracteristicamente contêm água macia, ácida a neutra e são pouco iluminados devido à densa vegetação marginal e aquática.

Na região de Krabi, no sul da Tailândia, pode ser encontrado em uma área cárstica (calcário) com água neutra a levemente alcalina ( pH 7,0-7,4). O habitat consiste em uma série de sumidouros calcários profundos formando piscinas na superfície. A água é muito clara e tem uma cor azul / verde brilhante devido ao reflexo da luz nos altos níveis de carbonato de cálcio que contém na água. Essas lagoas representam a única localidade conhecida onde o Betta simplex também pode ser encontrado.

Etimologia: Trigonostigma: do grego, tria = três + grego, gonias = ângulo, canto + estigma = sinal.

Sinônimos: Rasbora heteromorpha, Rasbora espei, Rasbora heteromorpha espei

Informações adicionais: Parece haver duas populações principais dessa espécie, uma no extremo sudoeste da Tailândia e outra no sudeste do país, na fronteira com o Camboja. Sua distribuição é conhecido por se estender pelo menos até a bacia do rio Prek Tuk Sap, perto da cidade costeira de Sihanoukville, no sudoeste do Camboja, enquanto sua presença no Laos provavelmente representa casos de identificações equivocadas. Recentemente uma população foi descoberta na ilha vizinha de Phu Quoc, no Vietnã.

A cor do peixe pode variar dependendo da localidade; por exemplo, espécimes da província de Krabi, sul da Tailândia, têm uma coloração avermelhada mais intensa do que os da província de Chanthaburi, no leste.

T. espei é por vezes referido pelos nomes vernaculares alternativos. Ele pode ser confundido com os similares T. heteromorpha e T. hengeli, embora, em uma observação mais minuciosa, sejam realmente fáceis de diferenciar.

O gênero foi criado por Kottelat e Witte (1999) para separar membros do agrupamento de Rasboras.

Rasbora tem sido reconhecida como uma linhagem polifilética, como observado por Kottelat (1999) entre outros, e em 2010 os resultados de uma análise filogenética por Liao et al. sugeriu uma série de mudanças para melhorar a taxonomia. Os autores encontraram espécies de gêneros de rasborina para representar um agrupamento monofilético existente em seis clados e criaram quatro novos gêneros contendo antigos membros do gênero Rasbora, a fim de preservar o monofiletismo dos grupos existentes.

Os dois primeiros desses clados contêm novos agrupamentos Kottelatia Brevibora, respectivamente. O terceiro compreende BorarasHoradandiaRasboroides Trigonostigma , além dos novos gêneros Trigonopoma Rasbosoma. No entanto, os resultados para Boraras Trigonostigma foram considerados inconclusivos em alguns aspectos e trabalhos adicionais sobre sua posição filogenética foram recomendados.

Logo após, um artigo investigando a sistemática da subfamília Danioninae foi publicado (Tang et al. 2010). Os resultados diferiram significativamente e os quatro novos gêneros de Liao et al., além de Boraras Trigonostigma, foram sinonimizados com Rasbora, uma abordagem descrita como “mais conservadora”.

Embora nenhuma das conclusões possa ser considerada 100% corretas, o sistema de Liao et al. é seguido neste site, embora exista estudos futuros pendentes, apenas preferimos manter os gêneros familiares Boraras Trigonostigma.

Foto: Ricardo Britzke

Referências:

  • Kottelat, M. and K.E. Witte, 1999. Two new species of Microrasbora from Thailand and Myanmar, with two new generic names for small Southeast Asian cyprinid fishes (Teleostei: Cyprinidae). J. South Asian Nat. Hist.
  • Rainboth, W.J., 1996. Fishes of the Cambodian Mekong. FAO species identification field guide for fishery purposes. FAO, Rome
  • Baird, I.G., V. Inthaphaisy, P. Kisouvannalath, B. Phylavanh and B. Mounsouphom, 1999. The fishes of southern Lao. Lao Community Fisheries and Dolphin Protection Project. Ministry of Agriculture and Forestry, Lao

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Janeiro/2019
Colaboradores (collaboration): —

Sobre Edson Rechi 851 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*