Goby Arco-íris (Stiphodon ornatus)

 

Stiphodon ornatus (Meinken, 1974)

Nome Popular: Goby Arco-íris — Inglês: Rainbow Stiphodon

Ordem: Perciformes — Família: Gobiidae (Gobídeos)

Distribuição: Ásia, Sumatra e Indonésia

Tamanho Adulto: 7 cm (comum: 5 cm)

Expectativa de Vida: 1 a 2 anos em seu ambiente natural

pH: 6.5 a 7.5 — Dureza: —

Temperatura: 20°C a 28°C

Aquário Mínimo: 80 cm X 30 cm X 40 cm (96 L) — Exige água bem oxigenada. O substrato pode ser de cascalho, areia ou uma mistura de ambos, ao qual deve ser adicionado uma camada de pedras e rochas de tamanhos variados. A iluminação deverá ser forte para promover o crescimento de algas e micro organismos que servirão de alimento. Embora não seja uma característica de seu habitat, plantas aquáticas podem ser usadas como Microsorum, Crinum e Anubias.

Comportamento & Compatibilidade: Espécie extremamente pacífica, sua agressividade se limita entre os machos da espécie durante época de reprodução. Embora não possua comportamento gregário, pode ser mantido em grupos desde que o aquário contenha adornos que quebrem a linha de visão dos espécimes machos. Fêmeas são pacíficas entre si e podem ser mantidas na proporção de duas para cada macho. Pode ser criado em aquário comunitário com peixes escolhidos criteriosamente. Espécies pacíficas, de tamanho semelhante, que naturalmente habitam riachos bem oxigenados, como TanichthysMicrodevario ou espécies de Danios menores, são as melhores escolhas para os níveis superiores, mas também pode ser mantido com pequenos caracídeos, poecilídeos e camarões de água doce dos gêneros Caridina Neocaridina.

Alimentação: Se alimentam naturalmente de algas bentônicas e micro organismos associados, possuindo boca com dentição projetada para esse propósito, incluindo dentes regenerativos. O disco pélvico é importante não apenas para manter sua posição na água, mas também é projetado para sucção que os permite aderir a superfícies duras e escalar declives íngremes, em alguns casos até mesmo em cachoeiras verticais ascendentes com rochas salientes.

Para o sucesso a longo prazo, é essencial fornecer um aquário maduro com um suprimento abundante de rochas cobertas de algas e outras superfícies. Se não for possível cultivar algas suficientes no tanque principal ou se você tiver um aquário comunitário contendo numerosos peixes herbívoros que consomem rapidamente o que está disponível, pode ser necessário manter um recipiente separado para cultivar algas nas rochas e trocá-las com as do tanque principal periodicamente. O tipo de alga também é importante, eles possuem preferência por diatomáceas, cianobactérias e algas verdes, rejeitando algas mais duras como as petecas.

Alimentos vivos ou congelados ricos em proteínas podem ser oferecidos, mas só devem ser fornecidos esporadicamente, uma vez que seu intestino é projetado para processar matéria vegetal.

Reprodução: Sua reprodução em cativeiro é difícil devido à sua complexa estratégia reprodutiva anfídromo, na qual os adultos vivem e desovam em riachos de água doce, mas as larvas pelágicas pós-nascimento são levadas para o mar onde os alevinos passam a primeira parte de sua vida se desenvolvendo em condições marinhas. Quando atingem um certo estágio de desenvolvimento, começam a migrar rio acima, uma jornada que às vezes inclui subidas em quedas d´água ou outras obstruções.

As fêmeas são extraordinariamente férteis para seu tamanho e podem depositar até 10.000 ovos em uma única reprodução. Estes são minúsculos (~ 0,5 mm de diâmetro), piriformes e ligados a superfícies sólidas por filamentos, normalmente sendo colocados na parte inferior das rochas.

A desova é iniciada pelo macho que apresentará uma coloração intensa. Ele tenta persuadir as fêmeas para o seu local de desova escolhido, enquanto se defende dos rivais.

A desova geralmente ocorre sob as rochas. Uma vez fertilizada, a massa de ovos, que pode chegar aos milhares, é guardada pelo macho durante o período de incubação que dura menos de 24 horas.

O saco vitelínico é absorvido em 3 a 4 dias e durante esse período eles devem alcançar o oceano, provavelmente a razão pela qual a incubação é curta, já que a eclosão precoce lhes dá uma chance melhor de sucesso. As larvas inicialmente ficam entre o plâncton em uma forma pelágica antes de chegar ao substrato dentro da zona de rebentação superficial.

Durante o período de frio entre dezembro e abril, a atividade das gônadas reduz consideravelmente em ambos os sexos e os peixes provavelmente param de se reproduzir, enquanto a alta temporada de reprodução ocorre entre junho a novembro.

Uma vez assentadas no substrato, as larvas começam a perder suas especializações temporárias, como a nadadeira caudal emarginada, e começam sua jornada rio acima para se juntar aos adultos. Eles podem precisar viajar vários quilômetros para o interior, muitas vezes em cachoeiras ou através de águas que fluem rapidamente.

Essa jornada pode levar vários meses, mas os peixes são sexualmente maduros dentro de um ano e, como sua expectativa de vida natural é de apenas dois anos, é provável que comece a desovar logo depois, se não imediatamente, na chegada aos criadouros.

Dimorfismo Sexual: Como em todas as espécies do gênero, o dimorfismo sexual é pronunciado, embora neste caso os machos sejam difíceis de definir. A coloração corporal básica varia de azeitona pálida a castanha escura com escamas de bordas escuras, mas elas são capazes de mudar rapidamente para um padrão muito mais escuro, e o grau em que isso ocorre também é altamente variável. A coloração da bochecha pode ser laranja ou dourada a azul vivo.

As fêmeas são relativamente simples e semelhantes em aparência às de outras espécies com uma coloração base pálida e duas listras escuras laterais do corpo.

Biótopo: Ocorrem quase exclusivamente em riachos costeiros, frequentemente situados acima de cachoeiras ou cataratas. Isso os torna inacessíveis para a maioria dos peixes, embora outros Gobídeos e Eleotrídeos frequentemente ocorram simpatricamente.

Espécies de Stiphodon que não possuem raios ou espinhos dorsais estendidos e apresentam a nadadeira dorsal arredondada tendem a frequentar riachos lóticos ou viver no nível superior das cachoeiras.

Em contraste, aqueles que possuem a primeira nadadeira dorsal mais alongada (“mais alta”) com um ou mais raios estendidos tendem a viver em riachos mais lentos e não escalam cachoeiras como parte de seu ciclo de vida. S. ornatus se enquadra neste último grupo, embora detalhes de seus habitats naturais não são detalhados.

O substrato normalmente é rochoso, dispersos de pedras e rochas, enquanto a vegetação ripária e aquática geralmente não estão presentes. Todos os habitats contêm água muito clara e bem oxigenada que, aliada ao sol tropical, facilita o desenvolvimento de superfícies cobertas de biofilme.

EtimologiaStiphodon, do grego stifos, que significa “multidão, muitos”, e odon que significa ‘dentes’, em referência aos numerosos dentes compactos no lábio superior das espécies. Ornatus (latim) que significa ‘adornado, decorado’.

Sinônimos: não possui.

Informações adicionais: Distribuído apenas nas províncias de Aceh na Sumatra Ocidental. A localidade tipo é rio Barung Belantai, que parece corresponder a um pequeno rio que corre perto de uma aldeia chamada Barung Barung Belantai na província de Sumatra Ocidental.

Todos os Stiphodon encontrados em lojas de aquários são coletados na natureza e seu status de conservação começa a ser preocupante, uma vez que são endêmicos e podem estar ameaçados pela degradação do habitat, poluição ou introdução de espécies exóticas como a tilápia.

Referências:

  • Kottelat, M. and A.J. Whitten, 1996. Freshwater fishes of Western Indonesia and Sulawesi: additions and corrections. Periplus Editions, Hong Kong.
  • Maeda, K. and H.H. Tan, 2013. Review of Stiphodon (Gobiidae: Sicydiinae) from Western Sumatra, with description of a new species. The Raffles Bulletin of Zoology 61(2):749-761.
  • Watson, RE and M. Kottelat, 1995 – Ichthyological Exploration of Freshwaters 6(1): 1-16
    Gobies of the genus Stiphodon from Leyte, Philippines, with descriptions of two new species (Teleostei: Gobiidae: Sicydiinae).
  • Yamasaki, N. and K. Tachihara, 2006 – Icthyological Research 53(1): 13-18
    Reproductive biology and morphology of eggs and larvae of Stiphodon percnopterygionus(Gobiidae: Sicydiinae) collected from Okinawa Island.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Novembro/2018
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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