Snakehead Amur (Channa argus)

 
Channa argus (Cantor, 1842)

Ficha Técnica

Ordem: Perciformes — Família: Channidae (Canídeos)

Nomes Comuns: Cabeça de cobra — Inglês: Snakehead “Amur”

Distribuição: Ásia, China e sudeste da Rússia

Tamanho Adulto: 100 cm (comum: 40 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos +

Comportamento: predador

pH: 6.0 a 8.0 — Dureza: indiferente

Temperatura: 4°C a 30°C

Distribuição e habitat

Nativo do sistema dos rios Amarelo e Yangtze no leste da China, drenagens de Amur no sudeste da Rússia e no leste da China, além de vários rios da península coreana.

Introduzido no Japão, Estados Unidos, Ásia Central e partes da Europa Oriental, com relatos de impactos ecológicos adversos nos EUA e Japão após sua introdução. Nos EUA foi originalmente destinado a ser utilizado para projetos de aquicultura.

É uma espécie generalista coletado em diferentes tipos de ambientes, embora comumente possa ser encontrado em rios de fluxo lento.

Espécime juvenil

Descrição

O formato do corpo deste peixe permite-lhe deslocar-se por entre vegetação aquática e espessa. Cabeça grande, semelhante à de uma cobra, com os olhos na metade anterior.

Nos Estados Unidos, o peixe é considerado como uma espécie altamente invasiva. Em um incidente conhecido, vários foram encontrados em uma lagoa em Crofton, Maryland, em junho de 2002, o que levou a cobertura da grande mídia e dois filmes. Houve avistamentos no Central Park, em Burnaby, BC.

Atualmente, é ilegal importar ou possuir a espécie nos Estados Unidos, no Reino Unido e em vários outros países, a menos que esteja em posse de uma licença oficial.

Os membros da família Channidae são comumente referidos como “snakeheads” devido à presença de grandes escamas na cabeça que são uma reminiscência das escamas epidérmicas (placas cefálicas) nas cabeças de cobras.

Todas as espécies do gênero Channa possuem aparelho de respiração complementar na forma de câmaras pareadas localizadas atrás e acima das brânquias. Embora estas não sejam labirínticas, mas são alinhadas com o epitélio respiratório. Estas câmaras permitem aos peixes respirar ar atmosférico e sobreviver em condições hipóxicas ou mesmo fora da água por um período considerável de tempo. Em aquários muitas vezes são vistos subindo para a superfície para tomar goles de ar.

Pode permanecer fora da água por 3 a 4 dias em temperaturas que variam de 10 a 15°C.

Criação em Aquário

Sua criação em aquários particulares não é indicada, sendo adequado somente para aquários públicos ou tanques de grande porte.

Prefere aquário mal iluminado com uma camada de vegetação flutuante como Ceratopteris spp. Além de folhas e raízes espalhados pelo substrato.

É essencial manter o aquário bem tampado, sua capacidade de escapar é notória.

Importante haver oscilações na temperatura da água de acordo com a época do ano. Durante o período mais frio o peixe não requer muita alimentação.

Comportamento

Predador por excelência costuma comer qualquer peixe que couber em sua boca, muitas vezes até mesmo com metade de seu tamanho ou maior.

Melhor se mantido em aquário específico (pet-fish) ou com peixes grandes o suficiente para não serem comidos, caso o aquário tenha espaço adequado para comportá-los.

Juvenis e sub-adultos são relativamente pacíficos uns com os outros, mas se tornam extremamente agressivos quando atingem a maturidade sexual.

Espécime adulto de 75 cm no rio Syr Darya (Uzbequistão)

Reprodução

Ovíparo. Desovam em pequenos córregos em meio a densa vegetação. Demoram a atingir a maturidade sexual, se tornando maduro com cerca de dois anos de idade ou com tamanho aproximado de 30 cm.

Adultos formam pares em áreas inundadas ou pequenos riachos com densa vegetação submersa no início da estação chuvosa. Os ovos flutuam na superfície da água até que eclodam, provavelmente sendo a mesma estratégia reprodutiva observada em alguns de seus congêneres.

O cuidado parental é relativamente estendido e os adultos são extremamente agressivos na defesa de sua ninhada, com peixes selvagens ocasionalmente podendo ferir até mesmo humanos. Os juvenis mais velhos formam grandes cardumes, presumivelmente como um meio para reduzir ameaça representada pelos predadores.

Dimorfismo Sexual

Quando vistos de cima, os machos adultos tendem a ter a forma da cabeça mais larga do que as fêmeas.

Alimentação

Carnívoro. Em seu ambiente natural se alimenta de peixes e insetos terrestres.

É um típico predador de emboscada que fica à espera de sua presa no fundo. Caça principalmente de manhã e à noite, alimentando-se principalmente de peixes.

Em cativeiro poderá ter dificuldades em aceitar alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos ou congelados (mortos). Alguns espécimes podem vir a aceitar alimentos secos, porém esta nunca deverá ser sua dieta principal.

Juvenis e sub-adultos podem ser alimentados diariamente, enquanto espécimes adultos de duas a três vezes por semana será o suficiente.

Evite fornecer carne de mamíferos ou aviária, uma vez que alguns dos lipídios contidos nestes não podem ser devidamente metabolizados pelos peixes e pode causar depósitos de gordura em excesso e até mesmo degeneração de órgãos.

Etimologia: Channa; channe (grego) -es = uma anchova

Sinônimos: Ophicephalus argus, Ophicephalus pekinensis e Ophiocephalus warpachowskii

Referências

  1. Bogutskaya, N.G., A.M. Naseka, S.V. Shedko, E.D. Vasil’eva and I.A. Chereshnev, 2008. The fishes of the Amur River: updated check-list and zoogeography. Ichthyol. Explor. Freshwat. 19(4):301-366. (Ref. 82587)
  2. Berg, L.S., 1965. Freshwater fishes of the U.S.S.R. and adjacent countries. volume 3, 4th edition. Israel Program for Scientific Translations Ltd, Jerusalem. (Russian version published 1949).
  3. Bogutskaya, N.G. and A.M. Naseka, 1996. Cyclostomata and fishes of Khanka Lake drainage area (Amur river basin). An annotated check-list with comments on taxonomy and zoogeography of the region. Zool. Inst. Russ. Acad. Sci. :89 p.
  4. Breder, C.M. and D.E. Rosen, 1966. Modes of reproduction in fishes. T.F.H. Publications, Neptune City, New Jersey. 941 p.
  5. Japan Ministry of Environment, 2005. List of alien species recognized to be established in Japan or found in the Japanese wild. Website of the Japanese Ministry of the Environment (as of October 27, 2004) [PDF] accessed 4 February 2005.
  6. Masuda, H., K. Amaoka, C. Araga, T. Uyeno and T. Yoshino, 1984. The fishes of the Japanese Archipelago. Vol. 1. Tokai University Press, Tokyo, Japan. 437 p. (text).
  7. U.S. Fish and Wildlife Service, 2002. Injurious wildlife species: snakeheads (family Channidae). U.S. Environmental Protection Agency, Federal Register Environmental Documents, Vol. 67, No. 193.
  8. Uonokai, T. Nakajima and K. Ohara (eds.), 2005. Activities of Uonokai (Fish survey group): Fish distribution in the watershed of Lake Biwa. Shiga, Japan: Lake Biwa Museum. 233 p.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Março/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 848 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*