Skiffia Dourada (Skiffia francesae)

 

Skiffia francesae (Kingston, 1978)

Macho de Skiffia francesae – Foto de Foto de André Schiwiller (c)

Nome Popular: Skiffia Dourada — Inglês: Golden skiffia

Ordem: Cyprinodontiformes — Família: Goodeidae

Distribuição: América do Norte: Rio Teuchitlan, México.

Tamanho Adulto: 5 cm

Expectativa de Vida: 3 anos

pH: 7.0 a 8.0 — Dureza: 3 a 20

Temperatura: 15°C a 24°C

Posição no aquário: Nadam pelo aquário todo.

Nível de dificuldade: Médio

O Golden Skiffia é endêmico do estado federal mexicano de Jalisco. Historicamente, era conhecido apenas no Rio Teuchitlán, nas cabeceiras do Rio Ameca, e no próprio Rio Ameca, a cerca de 12 km ao leste da cidade de Ameca. Indivíduos coletados em 2007 na lagoa El Molino na bacia endorreica da Laguna de Sayula também pertencem a esta espécie, e aqueles da  Presa La Ciénaga  (Presa Buenavista), drenagem superior do Rio Ameca, também devem ser Golden Skiffia devido à drenagem (determinado como Skiffia multipunctata em 1963, portanto antes de Skiffia francesae ser descrita).

Macho de Skiffia francesae – Foto de Foto de André Schiwiller (c)

No entanto, esta espécie desapareceu de todos estes habitats e só persiste em aquários. Duas subpopulações são reconhecidas: a subpopulação Upper Río Ameca (subpopulação tipo) e a subpopulação Laguna de Sayula. Ambos são considerados extintos na natureza.

Dolores Kingston em sua descrição original (1978) designou Skiffia francesae como uma espécie anã, evoluída de  Skiffia multipunctata e, de fato, o Golden Skiffia está intimamente relacionado.

Aquário Mínimo: 60 cm comprimento X 30 cm largura — analisando seu biótopo, o ideal será o aquário ter fluxo fraco de água, cascalho, pedras, raízes, folhas no substrato e bastante plantas aquáticas.

Em condições ideais é relativamente fácil de criar e um pequeno grupo de seis peixes ou mais pode ser mantido. Como a maioria das espécies do gênero, não costuma tolerar alta temperatura de forma constante preferindo águas mais frias.

Comportamento & Compatibilidade: Possui instinto gregário e comportamento tímido, esta espécie deve ser mantida em grupos tão numerosos quanto possível de acordo com o espaço e condições disponíveis. Pode ser criado em aquário comunitário ou plantado com peixes pacíficos e pequenos.

Alimentação: Documentado conteúdo estomacal composto principalmente por diatomáceas, algas filamentosas, um pequeno caramujo e alguns grãos de pólen. Os dentes são principalmente bífidos em ambas as fileiras. Esta espécie tem definitivamente hábitos alimentares principalmente herbívoros, pastando sobre biomassa (aufwuchs) e algas. Outra indicação desse comportamento alimentar são os lábios arrebitados e a cabeça em forma de cunha.

Em aquário aceitará alimentos vivos e secos sem dificuldades. Deve-se fornecer alimentos de origem vegetal regularmente. Espinafre e ervilha levemente cozidos e descascados podem ser fornecidos, além de rações vegetais e Spirulina.

Fêmea de Skiffia francesae – Foto de André Schiwiller (c)

Reprodução: Vivíparo. Sua fecundação é interna e os alevinos já nascem formados sendo capazes de nadar livremente logo que expelidos da fêmea. Reprodução semelhante aos demais poecilídeos. O número médio de crias por parto ronda entre 10 a 20 alevinos.

Se estiverem devidamente resguardadas de stress e em condições ideais, a gestação dura entre 6 a 8 semanas, dependendo da temperatura. Pais não cuidam da progênie e podem come-los se não houver esconderijos.

Dimorfismo Sexual: Os machos possuem barbatana dorsal maior do que as fêmeas, dando-lhe uma aparência serrilhada na parte anterior. Os machos são mais coloridos e apresentam flancos amarelos e nadadeiras desemparelhadas. Sua coloração dourada é mais evidente nas nadadeiras dorsal, anal e caudal e ligeiramente presente ao longo do pedúnculo caudal. Algumas pequenas manchas cinzentas dispersas podem ocorrer na base da nadadeira caudal e dorsal. As fêmeas e os juvenis são verde-acinzentados com pequenas manchas pretas espalhadas ao longo da fileira de escamas laterais e na superfície dorsal.

Biótopo: O antigo habitat em Teuchitlán era uma água calma, termal e clara a turva, com apenas uma leve corrente. O substrato era lama profunda com algumas pedras, lodo e areia. Algumas espécies de plantas aquáticas estavam presentes, compreendendo Eichhornia,  Pistia, Ceratophyllum e Potamogeton. Prefere profundidades inferiores a 0,5m.

Um levantamento da nascente Cuyacapán na bacia endorreica da Laguna de Sayula no mesmo ano mostrou águas claras, a margem estruturada com raízes de diferentes árvores (principalmente Ficus ) e áreas de junco. O substrato era semelhante ao antigo habitat em Teuchitlán.

Macho de Skiffia francesae – Foto de Lars Vig Jensen (c)

Etimologia: O gênero Skiffia é em homenagem a Frederick James Volney Skiff, o 1º diretor do Field Columbian Museum. A espécie (francesae) foi nomeada por D. Kingston em homenagem à esposa de RR Miller, Frances H. Miller, em reconhecimento por sua ajuda na coleta e identificação de peixes mexicanos.

Sinônimos: Não possui.

Referências:

  • Uyeno, T., R.R. Miller and J.M. Fitzsimons, 1983. Karyology of the Cyprinodontoid fishes of the Mexican family Goodeidae. Copeia
  • Robins, C.R., R.M. Bailey, C.E. Bond, J.R. Brooker, E.A. Lachner, R.N. Lea and W.B. Scott, 1991. World fishes important to North Americans. Exclusive of species from the continental waters of the United States and Canada. Am. Fish. Soc. Spec. Publ.
  • Nelson, J.S., E.J. Crossman, H. Espinosa-Pérez, L.T. Findley, C.R. Gilbert, R.N. Lea and J.D. Williams, 2004. Common and scientific names of fishes from the United States, Canada, and Mexico. American Fisheries Society, Special Publication 29, Bethesda, Maryland.
  • Kingston, D.I., 1978. Skiffia francesae, a new species of goodeid fish from Western Mexico. Copeia
  • Jelks, H.L., S.J. Walsh, N.M. Burkhead, S. Contreras-Balderas, E. Díaz-Pardo, D.A. Hendrickson, J. Lyons, N.E. Mandrak, F. McCormick, J.S. Nelson, S.P. Platania, B.A. Porter, C.B. Renaud, J.J. Schmitter-Soto, E.B. Taylor and M.L. Warren Jr., 2008. Conservation status of imperiled North American freshwater and diadromous fishes. Fisheries
  • Skiffia francesae em Goodeid Working Group

Publicado em Maio/2024

Sobre Edson Rechi 875 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*