Skiffia de duas linhas (Skiffia bilineata)

Skiffia bilineata (Bean, 1887)

Nome Popular: Skiffia de duas Linhas — Inglês: Twoline skiffia, Blackfin goodeid

Ordem: Cyprinodontiformes — Família: Goodeidae

Distribuição: América do Norte; bacia do Rio Lerma, Rio Grande de Santiago, Nayarit, México.

Tamanho Adulto: 4 a 6 cm

Expectativa de Vida: 3 anos

pH: 7.0 a 8.0 — Dureza: 3 a 20

Temperatura: 15°C a 24°C

Posição no aquário: Nadam pelo aquário todo.

Nível de dificuldade: Médio

Endêmico dos estados mexicanos de Jalisco, Guanajuato e Michoacá. Historicamente foi encontrado nas seções superiores do Rio Grande de Santiago, na Laguna Chapala, na drenagem do Rio Grande de Morelia, incluindo o Lago Cuitzeo e Presa Cointzio, na Laguna Yuriría e em habitats ao longo do Médio Rio Lerma e ao longo dos rios Turbio e Guanajuato. Historicamente sua distribuição era conhecida em 14 localidades, porém, em um levantamento realizado entre 2000-2001 a espécie foi encontrada somente em duas localidades (De La Vega-Salazar et al. , 2003).

Esta espécie pode tolerar baixas temperaturas e produzir descendentes em águas com uma temperatura de 10°C, no entanto foi encontrada em vários levantamentos do GWG de 2014-2017 em águas muito rasas e parcialmente quentes. A tolerância à amplitude térmica tolerada pela espécie parece ser grande.

Aquário Mínimo: 60 cm comprimento X 30 cm largura — analisando seu biótopo, o ideal será o aquário ter fluxo fraco de água, cascalho, pedras, raízes, folhas no substrato e bastante plantas aquáticas.

Em condições ideais é relativamente fácil de criar e um pequeno grupo de seis peixes ou mais pode ser mantido. Como a maioria das espécies do gênero, não costuma tolerar alta temperatura de forma constante preferindo águas mais frias.

Comportamento & Compatibilidade: Possui instinto gregário e comportamento tímido, esta espécie deve ser mantida em grupos tão numerosos quanto possível de acordo com o espaço e condições disponíveis. Pode ser criado em aquário comunitário ou plantado com peixes pacíficos e pequenos.

Alimentação: O intestino tem cerca de 1,5 a pouco mais de 2 vezes o comprimento do peixe e é nitidamente mais curto do que nas espécies de Skiffia. Ambas as fileiras de dentes são pré-molares e soltas, portanto, no geral, esta espécie parece ser onívora micrófaga, preferindo pequenos invertebrados, algas e detritos.

Em aquário aceitará alimentos vivos e secos sem dificuldades. Deve-se fornecer alimentos de origem vegetal regularmente. Espinafre e ervilha levemente cozidos e descascados podem ser fornecidos, além de rações vegetais e Spirulina.

Reprodução: Vivíparo. Sua fecundação é interna e os alevinos já nascem formados sendo capazes de nadar livremente logo que expelidos da fêmea. Reprodução semelhante aos demais poecilídeos. O número médio de crias por parto ronda entre 10 a 20 alevinos.

Se estiverem devidamente resguardadas de stress e em condições ideais, a gestação dura entre 6 a 8 semanas, dependendo da temperatura. Pais não cuidam da progênie e podem come-los se não houver esconderijos.

Dimorfismo Sexual: Machos são menores e apresentam nadadeira dorsal maior, além de serem mais coloridos apresentando cores pretas e amarelas em seus flancos, enquanto as fêmeas são cinza levemente azuladas. Em época de reprodução fêmea apresenta um ponto escuro na região da barriga.

Biótopo: Os habitats são águas calmas, turvas a lamacentas de lagos, canais semelhantes a lamaçais, lagoas, valas e canais. Eles podem ser encontrados em profundidades inferiores a 1m sobre lama, lodo, areia, argila e rochas, preferindo correntes nulas a fracas. A vegetação é composta por algas verdes, fenos aquáticos, Potamogeton, Chara, Typha e Scirpus.

Etimologia: O nome da espécie é derivado do latim. O prefic bi- significa “dois”, enquanto lineatus tem origem no substantivo linea, a linha, e significa “marcado com uma linha”. O epíteto significa, portanto, “marcado com duas linhas”, detalhe de coloração que esta espécie apresenta.

O gênero Skiffia é em homenagem a Frederick James Volney Skiff, o 1º diretor do Field Columbian Museum.

Sinônimos: Neotoca bilineata, Goodea bilineata, Characodon bilineatus

Referências:

• Bassleer, G., 2003. The new ilustrated guide to fish diseases in ornamental tropical and pond fish. Bassleer Biofish, Stationstraat 130, 2235 Westmeerbeek, Belgium, 1st Edition
• Breder, C.M. and D.E. Rosen, 1966. Modes of reproduction in fishes. T.F.H. Publications, Neptune City, New Jersey.
• Espinosa Pérez, H., M.T.G. Dillanes and P.F. Mata, 1993. Listados faunísticos de México. III. Los peces dulceacuicolas Mexicanos. Universidad Nacional Autonoma de Mexico, Mexico.
• Robins, C.R., R.M. Bailey, C.E. Bond, J.R. Brooker, E.A. Lachner, R.N. Lea and W.B. Scott, 1991. World fishes important to North Americans. Exclusive of species from the continental waters of the United States and Canada. Am. Fish. Soc. Spec. Publ.
• Uyeno, T., R.R. Miller and J.M. Fitzsimons, 1983. Karyology of the Cyprinodontoid fishes of the Mexican family Goodeidae. Copeia
• Neotoca bilineata em Goodeid Working Group

Publicado em Maio/2024