Jaraqui, Jaraqui de escama fina (Semaprochilodus taeniurus)

 

Semaprochilodus taeniurus

Classificação

Classe: Actinopterygii • Ordem: Characiformes • Família: Prochilodontidae

Nome binomial: Semaprochilodus taeniurus (Valenciennes, 1821)

Sinônimos: Prochilodus taeniurus, Curimatus taeniurus

Grupo Aquário: Peixes jumbo, Grandes Caracídeos

Nomes comuns

Jaraqui, Jaraqui de escama fina. Inglês: Silver prochilodus

Distribuição & habitat

América do Sul: áreas centrais da Bacia Amazônica e afluentes

Países: nativo do Brasil

Espécie que realiza migrações, encontrado principalmente em várzeas e igarapés.

Semaprochilodus taeniurus-map
Mapa por Discover Life

Ambiente & parâmetros da água

Bentopelágico; potamódromo, água doce • pH: 5.5 – 7.4 • Dureza: 1 – 15 • Clima: tropical; 23°C – 30°C

Tamanho adulto

Aproximadamente 25 cm • Estimativa de vida: 8 anos +

Manutenção em aquário

Aquário com dimensões mínimas de 150 cm X 50 cm X 50 cm (375 litros) requerido. Não é exigente na decoração do aquário, mas substrato arenoso e iluminação moderada são recomendados. Use tampas no aquário, são excelente saltadores. São peixes que sujam bastante a água dado a sua alimentação, terá que possuir um sistema de filtragem bastante eficiente.

De um modo geral é uma espécie pacífica, mas pode se tornar agressivo com membros da própria espécie se for mantido em pouca quantidade ou em aquário de porte pequeno. Para evitar disputas intra-espécie podem ser mantidos em pelo menos seis espécimes em aquários de grande porte, caso contrário será melhor manter um único espécime. Embora possua dieta herbívora, poderá comer peixes menores devendo ser mantido com peixes de porte semelhante ou maior.

Alimentação

Herbívoro, detritívoro. Em seu ambiente natural alimenta-se principalmente de detritos e plantas superiores.

Em cativeiro aceitará alimentos secos e vivos, devendo ser fornecido principalmente alimentos de origem vegetal como espinafre, alface, pepino, abobrinha e rações a base vegetal e algas. Eventualmente forneça alimentos vivos.

Reprodução e dimorfismo sexual

Ovíparo, sua reprodução em cativeiro é desconhecida, mas sabe-se que são disseminadores livres de ovos e migram longas distâncias em seu meio natural para se reproduzirem.

Seu dimorfismo sexual é um tanto difícil, embora fêmeas sejam ligeiramente mais cheias na região ventral.

Galeria de imagens

Semaprochilodus taeniurus2

Semaprochilodus taeniurus3

Descrição

Um dos peixes de cardume de grande porte mais comum da região Amazônica, sendo descrito mais de uma dezena de espécies do gênero. Sua carne é bastante apreciada pela população local, principalmente pelo seu preço diminutivo. Ao lado de seus congêneres Semaprochilodus, recebe o nome comum de Jaraqui no Brasil.

É uma espécie que realiza migrações de grandes distâncias em enormes cardumes de acordo com a época do ano. A primeira migração ocorre na estação chuvosa para realizarem a reprodução quando migram para as cabeceiras dos rios. Migram centenas de quilômetros e não raramente são vistos pulando pelas corredeiras, de um modo semelhante aos Salmões, voltando a seu local de origem para realizar a desova. Após a desova, os ovos fertilizados ficam a deriva junto a várzeas ricas em nutrientes, funcionando como uma espécie de berçário para os alevinos se desenvolverem.

Curiosamente parece que os peixes mais velhos não realizam estas migrações, conforme relatado por Ribeiro e Petrere (1990). Não sugerem uma idade limite para a migração, mas foi observado que os indivíduos maiores não realizaram a migração permanecendo acima dos afluentes.

Por possuir hábito alimentar detritívoro e natureza migratória, desempenha um papel importante na manutenção estrutural e dinâmica do ecossistema, uma vez que processa grandes quantidades de sedimentos orgânicos peneirando os alimentos. Possuem dois estômagos, um do qual está presente lama para ajudar em sua digestão.

São capazes de saltar vários metros, de modo a evitar predadores ou obstáculos. Jaraquis desenvolveram um órgão respiratório acessório conhecido como Labirinto, que lhe permite respirar a partir da superfície (ar atmosférico) em águas deficientes em oxigênio. Em aquário poderá testemunhar a espécie subindo até a superfície para “beber” água periodicamente, similar aos anabantídeos (bettas e gouramis).

Pode ser confundido com o S. insignis, porém, as manchas escuras presentes em seus flancos permanecem por toda sua vida, enquanto em S. insignis se perde conforme amadurecimento do peixe. Seu corpo é prata com grandes escamas, enquanto sua nadadeira causal e anal apresentam barras horizontais pretas e amarelas. Nadadeiras pélvicas são vermelhas enquanto a dorsal á alta e translúcida, com tons de amarelo e manchas brancas. Pode apresentar coloração vermelha em torno da cabeça e boca e guelras.

Semaprochilodus insignis-geral

1. Semaprochilodus insignis
2. Semaprochilodus kneri. Raramente são encontrados, é similar ao seus congeneres, porém, apresenta escamas negras a partir da nadadeira caudal em linha.
3. Semaprochilodus taeniurus
4. Semaprochilodus taeniurus amarelo, note a ausência das cores laranja e vermelho em suas nadadeiras caudal, anal e pélvica. Em geral costuma manter a coloração prateada comum da espécie.

Referências

  • Ferreira, E.J.G., J. Zuanon and G.M. dos Santos, 1996. A list of commercial fish species from Santarém, State of Pará, Brazil. Naga ICLARM Q. 19(3):41-44.
  • Castro, R.M.C. and R.P. Vari, 2003. Prochilodontidae (Fannel mouth characiforms). p. 65-70. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  • FAO-FIES, 2014. Aquatic Sciences and Fisheries Information System (ASFIS) species list.
  • Riede, K., 2004. Global register of migratory species – from global to regional scales. Final Report of the R&D-Projekt 808 05 081. Federal Agency for Nature Conservation, Bonn, Germany. 329 p.
  • A natural hybrid between two tropical fishes: Semaprochilodus insignis x Semaprochilodus taeniurus (Teleostei, Characoidei, Prochilodontidae) – Mauro César Lambert de Brito Ribeiro – Departamento Regional de Pesquisas Ecológicas, Fundação IBGE, Brasília, DF

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Outubro/2014
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 851 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

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