Coridora Vela (Scleromystax macropterus)

 
Scleromystax macropterus (Regan, 1913)

Ficha Técnica

Ordem: Siluriformes — Família: Callichthyidae (Calictídeos)

Nomes Comuns: Coridora Nadadeira de Vela — Inglês: Sailfin cory

Distribuição: América do Sul, região sudeste e sul do Brasil

Tamanho Adulto: 9 cm (comum: 6 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos

Comportamento: pacífico, gregário

pH: 6.0 a 7.6 — Dureza: 2 a 25

Temperatura: 16°C a 28°C

Distribuição e habitat

Ocorre em rios menores nas zonas costeiras de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, no sudeste e sul do Brasil, além de alguns afluentes da bacia do rio Paraná, no Paraguai.

Encontrado em pequenos rios de água negra que drenam diretamente para o Oceano Atlântico, além de fossas e riachos em beira de estradas e outros ambientes similares.

Descrição

Seu padrão de manchas pode ser confundido com Corydoras paleatus.

São respiradores de ar facultativos e possuem o intestino modificado e altamente vascularizado que evoluiu para facilitar a absorção de oxigênio atmosférico, podendo sobreviver em águas com baixo nível de oxigênio.

Esta espécie possui senso olfativo bastante evoluído e seus barbilhões permitem que ela encontre alimentos enterrados no substrato. Como a maioria dos peixes gatos, é uma espécie blindada não possuindo escamas, apresentando duas fileiras de placas ósseas em cada lateral de seu corpo cobrindo a região da cabeça.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 80 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.

Usar preferencialmente substrato fino de areia ou cascalho arredondado, evitando o uso de cascalhos pontiagudos que poderá danificar seus barbilhões e boca. Espécie aprecia aquário com bastante plantas e refúgios formando áreas sombrias.

Apesar da familiaridade com as Corydoras, seu tamanho quando adulto é maior se tornando inadequado para aquários pequenos.

Em seu ambiente natural vive em região sub-tropical, preferindo água mais fria. Desta forma convém manter em temperaturas não elevadas (tropical), podendo ser mantido com peixes que também apreciem água fria.

Considerados como peixes de “couro” e possuem uma camada bastante fina de muco epitelial externo, não suportando a presença de sal na água, podendo facilmente levá-lo a morte por desidratação devido a diferença osmótica criada.

Espécime macho

Comportamento

Tal como as Corydoras, possui comportamento extremamente pacífico, embora machos sejam territoriais entre si. Pode ser mantido em aquário comunitário com peixes de pequeno porte e pacíficos.

É uma espécie gregária, devendo ser mantido em grupo de pelo menos 6 indivíduos.

Possui dois espinhos em suas extremidades junto as nadadeiras peitorais, este mecanismo serve como defesa contra predadores. Ao ser molestado, os espinhos são projetados ferindo o predador. Os espinhos duros da nadadeira peitoral são capazes de perfurar a pele humana e uma ‘picada’ pode ser muito dolorosa, de fato, por isso deve-se ter atenção durante o manuseio.

Devido sua capacidade de respirar ar atmosférico, comumente pode ser visto nadando rapidamente até a superfície para engolir ar e voltar para o substrato para repousar. Conhecido por “piscar” os olhos, quando na verdade os olhos giram em suas órbitas causando a impressão de estarem piscando.

Reprodução

Ovíparo. Sua reprodução ocorre de forma semelhante a muitas espécies de Corydoras.

Durante ritual de acasalamento, o casal assume a posição conhecido como “T”, com o macho assumindo a parte superior do “T” e a fêmea posicionada perpendicularmente a ele. A fêmea prenderá de dois a quatro ovos entre suas nadadeiras pélvicas, onde o macho irá fertilizá-los durante cerca de 30 segundos. Só então a fêmea nadará para um local adequado onde ela depositará os ovos adesivos, normalmente em alguma superfície plana como o vidro do aquário, raízes e folhas. Este processo será repetido por inúmeras vezes.

Período de incubação dura em torno de 4 a 5 dias quando as larvas eclodem e estarão nadando livremente em 3 dias depois. Não ocorre cuidado parental.

Espécime fêmea

Dimorfismo Sexual

Machos apresentam nadadeiras peitorais e dorsal mais longas comparado com as das fêmeas.

Alimentação

Onívoro. Em seu ambiente natural se alimenta de vermes, crustáceos bênticos, insetos e matéria vegetal. Em aquário aceitará prontamente alimentos secos e vivos.

Esta espécie costuma ser mais ativa a noite, devendo fornecer alimentos ao apagar as luzes do aquário, embora se alimentem também durante período diurno, porém são lentos para comer podendo não competir com outros peixes pelo alimento.

Infelizmente estes peixes são taxados erroneamente como peixe limpador e que se alimentam de restos de rações e fezes dos demais peixes. Sob nenhuma circunstância deve-se esperar que sobrevivam com ‘sobras’ de outros habitantes do aquário e muito menos de fezes de outros peixes, devendo ser fornecido alimentos apropriados incluindo rações específicas para peixes de fundo e alimentos vivos regularmente.

Etimologia: Scleromystax; Do grego sclero que significa “duro” e o Latin mystax que significa “lábio superior“.

Macropterus; do grego makrós, que significa ‘longo, comprido’, e pterón, que significa ‘nadadeira’, em referência à nadadeira dorsal prolongada em machos adultos.

Sinônimos: Corydoras macropterus Regan, 1913; Corydoras bertoni Eigenmann, 1942

Referências

  1. Reis, RE, SO Kullander and CJ Ferraris, Jr. (eds), 2003 – EDIPUCRS, Porto Alegre: i-xi + 1-729 Check list of the freshwater fishes of South and Central America. CLOFFSCA.
  2. Ferraris, CJ, Jr., 2007 – Zootaxa 1418: 1-628 Checklist of catfishes, recent and fossil (Osteichthyes: Siluriformes), and catalogue of siluriform primary types.
  3. Regan, CT, 1913 – Annals and Magazine of Natural History (Series 8) v. 11 (no. 62): 231-232  Descriptions of two new fishes from Paranagua, Brazil, presented to the British Museum by Herr A. Rachow.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Junho/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 851 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*