Acará Bandeira Leopoldi (Pterophyllum leopoldi)

 

Pterophyllum-leopoldi

Classificação

Classe: Actinopterygii • Ordem: Perciformes • Família: Cichlidae

Nome binomial: Pterophyllum leopoldi (Gosse, 1963)

Sinônimos: Plataxoides leopoldi

Grupo Aquário: Ciclídeos Neotropicais

Nomes comuns

Acará Bandeira Leopoldi

Inglês: Teardrop angelfish , Leopold’s angelfish, Dwarf angelfish e Roman-nosed angelfish

Distribuição & habitat

América do Sul. Bacia do rio Amazonas, ocorre ao longo do rio Amazonas entre Manacapuru e Santarém; também no Rio Rupununi na bacia do Rio Essequibo na Guiana.

Encontrado em rios e córregos lentos, entre as raízes e galhos.

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Mapa por Discover Life

Ambiente & parâmetros da água

Bentopelágico; água doce • pH: 5.0 – 7.2 • Dureza: 2 – 4 • Clima: subtropical; 26°C – 30°C

Tamanho adulto

12 cm (comum 10 cm) • Estimativa de vida: 8 anos

Manutenção em aquário

Aquário com dimensões mínimas de 100 cm X 40 cm X 50 cm (200 litros) requerido. Aquário deverá estar munido de troncos e raízes, preferencialmente com plantas altas formando refúgios e substrato arenoso. Espécie gregária, deverá ser mantido em pelo menos 6 indivíduos. A maioria das espécies são provenientes de captura, exceto se obter de algum criador local, é importante aquário ter água com dureza mole e pH ácido. Fluxo de água não deverá ser forte.

Espécie que vive em cardume, possuem forte disputa pela hierarquia do grupo, motivo o qual deverá manter vários espécimes em bom espaço. Após definido a hierarquia do grupo, tendem a ficar mais pacíficos com membros da mesma espécie. São pacíficos com outras espécies de peixes, mas deve-se evitar inserir com peixes muito menores.

Procure adquirir todos espécimes de uma só vez para que tenham chances iguais de disputar a hierarquia do grupo. Como a maioria dos espécimes provém de coleta, podem demorar a aceitar alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos inicialmente (ex. artêmias) até estarem habituados ao aquário, quando posteriormente poderão ser treinados a comerem alimentos secos.

Alimentação

Onívoro, em seu ambiente natural alimenta-se de zoobentos como pequenos crustáceos e outros invertebrados aquáticos (insetos), além de pequenos peixes e secundariamente de plantas e sementes. Em cativeiro aceitará alimentos secos e vivos. Forneça rações próprias para ciclídeos junto com pequenos alimentos vivos periodicamente.

Reprodução e dimorfismo sexual

Ovíparo, atingem maturidade sexual em torno de 10-12 meses. Formado o casal, irão escolher e limpar o local para desova, normalmente algum objeto de superfície plana como folhas, pedras, rochas ou mesmo vidro. Fêmea irá liberar ovos adesivos e o macho irá fertilizar em sequência. Passando este ritual, casal irá oxigenar os ovos constantemente e defendendo de todos intrusos que se aproximarem. Sempre que um ovo aparece fungado, um dos progenitores encarrega-se de o retirar de modo a evitar a propagação exponencial aos outros ovos. A eclosão ocorre em 2 dias e as larvas permanecem no saco vitelino por mais 4-5 dias se alimentando deste, quando logo mais estarão nadando livremente sob supervisão dos pais. Pais costumam cuidar da progênie pelas próximas semanas.

Machos são ligeiramente maiores com nadadeira caudal mais larga que as fêmeas.

Galeria de imagens

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Descrição

Esta espécie é a menor do gênero dos Acará Bandeira (Pterophyllum) e ao contrário dos seus congêneres, apresenta um contorno pré-dorsal reto. Outra diferenciação é identificada através da mancha negra próximo a quarta listra vertical abaixo da base da nadadeira dorsal.

Dificilmente é encontrado a venda em lojas de aquário, sendo muitas vezes vendido erroneamente por criadores locais como Pterophyllum dumerilii. Este nome foi atribuído para a espécie por Castelnau em 1855, que o descreveu como Plataxoides dumerilii, porém este binomial encontra-se em desuso atualmente.

P. leopoldi foi a última espécie descrita dentro do gênero, feito por J. Gosse, em 1963, embora ele os tenha enquadrado no antigo gênero Plataxoides, porque acreditava que o nome Pterophyllum havia sido utilizado para descrever um gênero de insetos. Schultz, em 1967, descobriu então, que o gênero utilizado para os insetos possuía o nome de Pterophylla, então sob as regras do ICZN, Pterophyllum estava disponível e foi atribuído para estas espécies de peixes. O nome desta espécie (Leopoldi) homenageia o rei Leopoldo III da Bélgica (1901 – 1990) que coletou amostras do qual Gosse descreveu e os nomeou mais tarde.

Em 1979, Warren Burgess considerou que P. scalare e P. altum eram variantes da mesma espécie, e foram inseridos como subespécie conhecido como P. scalare scalare e P. scalare altum respectivamente, como espécies distintas de P. leopoldi. Em 1986, Sven Kullander determinada que existem três espécies válidas e distintas, P. scalare, P. altum e P. leopoldi. Em 1998, Dr. Kullander cria a sub-família Cichlasomatinae englobando vários gêneros, incluindo Pterophyllum.

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Referências

  1. Kullander, S.O., 2003. Cichlidae (Cichlids). p. 605-654. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  2. Burgess, Warren E. (1979), The Species of Angelfish , Aqualog IV.
  3. Kullander, Sven O. (1986), Guide to South American Cichlids , Aqualog IV.
  4. Kullander, Sven O. (1998), “A phylogeny and classification of the South American Cichlidae (Teleostei: Perciformes),” in Malabarba, L., et al. (eds), Phylogeny and Classification of Neotropical Fishes , pp. 461-498.

Agradecimentos a Stef´s Aquariumwereld e Vesculcas pela concessão das fotos.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Abril/2014
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 851 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

8 Comentário

  1. Apreciei muito o artigo. Simples, direto e esclarecedor, pois a classificação dos acarás-bandeiras sempre foi meio confusa, de acordo com a época. Sei disso pois sou aquarista há décadas e sempre vi essa classificação sofrer mudanças constantes. Parabenizo o autor por seu interesse em pesquisar e, principalmente, em divulgar o que aprendeu.

     
  2. Bom dia. No artigo foi mencionado que a variação de ph para este peixe é de 5 a 7.2. É que eu estava planejando comprar alguns selvagens, sendo assim, gostaria de saber qual seria o ph ideal e/ou qual você recomendaria para espécies selvagens. Sou aquarista há alguns anos, mas nunca tive essa espécie e havia visto um vídeo no youtube mencionando que o acará bandeira criado se adapta melhor a ph menos ácido, mas que o selvagem fica melhor em ph mais ácido. Me perdoe se eu não soube me expressar bem quanto a minha dúvida. De qualquer forma gostaria de lhe parabenizar por suas postagens e artigos.

     
    • Está correto, espécimes selvagens ficam melhor em pH próximo de 6.0 ou menos, enquanto variedades reproduzidas em cativeiro toleram melhor um pH levemente acido até levemente alcalino. Mas ambos são bem tolerantes a um grande range de pH. Note que o Bandeira do artigo se trata de um Leopoldi, logo possivelmente só encontrará espécimes selvagens, enquanto a outra espécie de Bandeira (scalare) é mais comum de encontrar nas lojas justamente por ser reproduzido em cativeiro.

       
  3. Olá, Excelente artigo, você poderia me ajudar?
    Tenho um aquário de 120L com neons, rodostomos, cooridoras e uns 7 ciclídeos anões, acha possível colocar alguns leopoldi? Corro mais de eles predarem meus neons?

     
  4. Tenho uma dúvida. Alguns também chamam esse Acará de anão? Porque em alguns artigos a foto é a mesma e diz que o tamanho adulto atinge até 5cm.

     

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