Piranha, Pirambeba (Serrasalmus maculatus)

 
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Espécime coletado no rio Tocantins

Serrasalmus maculatus (Kner, 1858)

Nome Popular: Piranha, Pirambeba — Inglês: Piranha

Família: Serrasalmidae

Distribuição: América do Sul, bacias do Paraguai, Paraná e Amazônica

Tamanho Adulto: 26 cm

Expectativa de Vida: 10 anos

Temperamento: agressivo

Aquário Mínimo: 150 cm X 50 cm X 50 cm (375 L)

Temperatura: 22°C a 30°C

pH: 6.0 a 7.4 – Dureza: 5 a 15

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Espécime de 8 cm em Pocone (MS – Brasil)

Visão Geral

Conhecido por inúmeros nomes comuns como Catirina, Pirambeba, Piranha, Piranha amarela e Piranha mafura.

Espécie temida devido seu ataque agressivo e frenético frente a suas presas, possui a reputação de um predador voraz e apetite insaciável. Possui dentes triangulares extremamente afiados e mandíbula potente, além do focinho achatado, características que a credenciam a atacar e morder com força notável. Sua dentição é substituída constantemente em lados alternados, permitindo sua alimentação contínua. Possui sistema auditivo evoluído.

Vivem em pequenos cardumes de até 20 indivíduos, embora não exibam comportamento de caça em grupo. Ocasionalmente poderá atacar presas em grupo, numa espécie de frenesi alimentar, onde irá dilacerar sua presa em questão de segundos, o que contribui para a reputação da espécie. Estes ataques não são aleatórios e ocorrem somente quando estão com fome. Ataque a seres humanos ocorre ocasionalmente, principalmente quando estão protegendo ninhadas.

Mudanças no padrão de coloração poderão variar de acordo com sua idade e a localização geográfica.

Aquário & Comportamento

Aquário com comprimento mínimo de 150 cm requerido — embora seja considerado um peixe de tamanho médio, exigem um aquário com boas dimensões, uma vez que deve ser criado em cardume. Iluminação moderada e plantas ou raízes formando refúgios é desejável. A água deverá possuir alto nível de oxigênio dissolvido, a decoração poderá incluir substrato arenoso e algumas raízes e troncos.

Apesar de sua fama de peixe agressivo, em aquário seu comportamento é bastante tímido e deve ser mantido em pequenos grupos de no mínimo 5 exemplares. Deve-se evitar manter com qualquer outras espécies de peixe, possivelmente serão devorados. Alguns aquaristas conseguem mantê-las com Cascudos ou bagres de grande porte, ainda assim corre-se o risco.

Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo. Casal começará a nadar em círculos, ocorrendo interações entre o macho e a fêmea. Ovos serão depositados em um ninho construído pelo macho rente a vegetação inferior. Ovos serão fecundados pelo macho e este cuidará da prole até que as larvas eclodam e nadem livremente.

Dimorfismo sexual difícil distinguir, porém as fêmeas tendem ser mais gordas e maiores que os machos. Este último pode apresentar cores mais chamativas em época de reprodução.

Alimentação

Carnívoro. Sua alimentação varia conforme estágio de vida. Larvas e juvenis se alimentam de crustáceos microscópicos e pequenos insetos aquáticos. Juvenis (até 2 cm) se alimentam de nadadeiras de outros peixes e insetos, enquanto jovens e adultos se alimentam principalmente de peixes.

Em cativeiro dificilmente aceitam alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos, pedaços de carnes brancas, camarões, mexilhões, lulas e minhocas.

Não deverá fornecer grandes quantidades de carne de mamífero e aviária, tal como coração de frango ou boi. Alguns dos lípidos contidos nestas carnes não são adequadamente metabolizado pelo peixe, e pode causar excesso de depósitos de gordura e degeneração do órgão.

Etimologia: maculatus (latim) que significa “manchado”.

Referências

  1. Cordiviola de Yuan, E. and C. Pignalberi de Hassan, 1985. Fish population in the Paraná River: lentic environments of Diamante and San Pedro areas (Argentine Republic). Hydrobiologia 127:213-218.
  2. Ferreira, E.J.G., J.A.S. Zuanon and G.M. dos Santos, 1998. Peixes comerciais do médio Amazonas. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. 211p.
  3. Jégu, M., 2003. Serrasalminae (Pacus and piranhas). p. 182-196. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  4. Nobile, A.B., E.M. Brambilla, F.P. de Lima, D. Freitas-Souza, I.L. Bayona-Perez and E.D. Carvalho, 2015. Length-weight relationships of 37 fish species from the Taquari River (Paranapanema Basin, Brazil). J. Appl. Ichthyol. 31:580-582.
  5. Sazima, I. and C. Zamprogno, 1985. Use of water hyacinths as shelter, foraging place, and transport by young piranhas, Serrasalmus spilopleura. Environ. Biol. Fish. 12(3):237-240.
  6. Sazima, I. and J.P. Pombal Jr., 1988. Mutilação de nadadeiras em acarás, Geophagus brasiliensis, por piranhas, Serrasalmus spilopleura. Rev. Bras. Biol. 48(3):477-483.
  7. Sazima, I. and S. de Andrade Guimaraes, 1987. Scavenging on human corpses as a source for stories about man-eating piranhas. Environ. Biol. Fish. 20(1):75-77.
  8. Zaniboni Filho, E., S. Meurer, O.A. Shibatta and A.P. de Oliverira Nuñer, 2004. Catálogo ilustrado de peixes do alto Rio Uruguai. Floriano?polis : Editora da UFSC : Tractebel Energia. 128 p. :col. ill., col. maps
  9. Alimentação de Serrasalmus maculatus (Kner, 1858) (Characiformes; Serrasalmidae) no trecho inferior bacia do rio Sorocaba, São Paulo, Brasil – Gilberto Aparecido Villares Junior, Leandro Muller Gomiero, Roberto Goitein

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Setembro/2016

Sobre Edson Rechi 849 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

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