Lambari Corintiano (Moenkhausia dichroura)

 

Moenkhausia dichroura (Kner, 1858)

Nome Popular: Lambari Corintiano, Piaba do rabo preto – Inglês: Bandtail tetra

Ordem: Characiformes — Família: Characidae (Caracídeos)

Distribuição: América do Sul, bacias dos rios Amazonas, Orinoco e Paraguai

Tamanho Adulto: 10 cm (comum 6 cm)

Expectativa de Vida:  3 a 5 anos +

pH: 6.0 a 7.4 — Dureza: < 12

Temperatura: 22°C a 28°C

Aquário Mínimo: 80 cm (comprimento) X 30 cm (largura) desejável — Preferem aquário com bastante plantas formando áreas sombrias. Mostram-se mais coloridos e ativos quando mantidos em aquário densamente plantado. Pode-se adicionar raízes e folhas secas (opcional) como decoração.

Comportamento & Compatibilidade: É uma espécie gregária que forma hierarquia livre, com machos rivais disputando continuamente entre eles a atenção das fêmeas e posição hierárquica dentro do cardume. São bem ativos e ariscos. Será importante manter em cardume com pelo menos 10 espécimes para que mostrem seu comportamento natural e cores mais realçadas.

Alimentação: Onívoro. A espécie mostrou tendência à insetivoria (insetos aquáticos e terrestres); à zooplanctivoria (micro crustáceos) e a herbivoria a jusante. Em aquário aceitará prontamente alimentos secos e vivos.

Reprodução: Ovíparo. O macho conduzirá a fêmea liberar os ovos, que serão fecundados e sua maioria irá para o fundo do substrato ou aglomerado de plantas. Eclodem em até dois dias e larvas estarão nadando livremente em até 48 h. Pais não exibem cuidado parental.

Dimorfismo Sexual: O dimorfismo sexual é evidente em espécimes adultos, o macho apresenta corpo de forma retilínea e coloração mais intensa, enquanto fêmea possui corpo mais roliço (principalmente na região ventral) e cores mais pálidas.

Biótopo: Ocorre em águas rasas e vegetação ripária, em meio a densa vegetação aquática e raízes, substrato arenoso.

Etimologia: Moenkhausia – Em homenagem ao professor William J. Moenkhaus, ictiólogo e professor da Universidade de Indiana. Colaborador do Museu Paulista da USP em São Paulo.

Sinônimos: Tetragonopterus dichrourus

Informações adicionais: Distribuído na bacia Amazônica e bacia do Paraguai, ocorrendo na Argentina, Brasil, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. No Brasil é encontrado nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul. Reportado na bacia do rio Pardo, município de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo.

O gênero Moenkhausia foi proposto originalmente por Eigenmann (1903) para abrigar a espécie Tetragonopterus xinguensis (STEINDACHNER, 1882). Devido à falta de uma análise filogenética detalhada, os caracteres propostos por Eigenmann, permanecem como os únicos diagnósticos para o gênero, sendo usados atualmente para definir as novas espécies dentro do gênero Moenkhausia (BENINE et al. , 2004; GÉRY e ZARSKE, 2004; ZARSKE et al. , 2004; LIMA e BIRINDELLI, 2006; BERTACO e LUCINDA, 2006).

A grande diversidade morfológica dentro de Moenkhausia tem levado à sugestão de que esse gênero provavelmente seja um grande grupo parafilético (FINK, 1974; COSTA, 1994; WEITZMAN e PALMER, 1997), por compartilhar diversas características com outros gêneros dentro de Characidae, embora também seja possível que existam grupos naturais neste gênero, segundo Benine (2004).

O gênero foi primariamente incluído na subfamília Tetragonopterinae (EIGENMANN, 1917) e agora é considerado incertae sedis (inserta) em Characidae (LIMA et al. , 2003) devido a dificuldades na identificação de caracteres diagnósticos e no estabelecimento das relações filogenéticas entre as espécies do gênero com as demais desta subfamília.

Géry (1977) propôs três grupos de espécies em Moenkhausia com base principalmente no número de escamas acima e abaixo da linha lateral e altura do corpo como uma ferramenta mais conveniente para a identificação de suas espécies, porém sem nenhum embasamento filogenético. De acordo com a hipótese de Benine (2004), o gênero Moenkhausia pertence a um agrupamento parafilético, onde existem espécies relacionadas aos gêneros Bario, Hemigrammus, Astyanax e a gêneros ainda não descritos até o momento.

Referências:

  • Lima, F.C.T., L.R. Malabarba, P.A. Buckup, J.F. Pezzi da Silva, R.P. Vari, A. Harold, R. Benine, O.T. Oyakawa, C.S. Pavanelli, N.A. Menezes, C.A.S. Lucena, M.C.S.L. Malabarba, Z.M.S. Lucena, R.E. Reis, F. Langeani, C. Moreira et al. …, 2003. Genera Incertae Sedis in Characidae. p. 106-168. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  • Barriga, R., 1991. Peces de agua dulce del Ecuador. Revista de Informacion tecnico-cientifica, Quito, Ecuador, Politecnica
  • Benine, R.C., 2002. Moenkhausia levidorsa, a new species from Rio Aripuanã, Amazon basin, Brazil (Characiformes: Characidae). Ichthyol. Explor. Freshwat.
  • Lopez, H.L., R.C. Menni and A.M. Miguelarena, 1987. Lista de los peces de agua dulce de la Argentina. Biologia Acuatica No. 12, 50 p. (Instituto de Limnologia “Dr. Raul A. Ringuelet”).
  • Nomura, H., 1984. Nomes científicos dos peixes e seus correspondentes nomes vulgares. In H. Nomura (ed.). Dicionário dos peixes do Brasil. Editerra, Brasília, Brasil
  • Oliveira, V.A., S.M. Loverde-Oliveira, L.A. Mateus and F. Teixeira-de Mello, 2015. Length-weight relationships of 26 fish species from the streams of the upper section of the Paraguay River basin (Mato Grosso, Brazil). J. Appl. Ichthyol.
  • Ortega, H. and R.P. Vari, 1986. Annotated checklist of the freshwater fishes of Peru. Smithson. Contrib. Zool.
  • SILVA, Marlene R. da  and  HAHN, Norma S.. Influência da dieta sobre a abundância de Moenkhausia dichroura (Characiformes, Characidae) no reservatório de Manso, Estado de Mato Grosso.
  • Rosa, R.S., 2004. Diversidade e conservação dos peixes da caatinga. In J.M.C. da Silva; M. Tabarelli; M.T. da Fonseca; L.V. Lins. (Eds.). Biodiversidade da caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. 1st ed. Brasília: Ministério do Meio Ambiente
  • Marcolino Polaz, C.N., B.F. Melo, R. Britzke, E.K. de Resende, F. de Arruda Machado, J.A.F. de Lima and M. Jr Petrere, 2014. Fishes from the Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, upper Paraguai River basin, Brazil. Check List
  • Nascimento, W.S., N.H.C. Barros, A.S. Araújo, L.L. Gurgel, C. Bhaskara, W.F. Molina, R.S. Rosa and S. Chellappa, 2014. Composição da ictiofauna das bacias hidrográficas do Rio Grande do Norte, Brasil. Acta Amazon
  • Bertaco, V.A. and M.A. Azevedo, 2013. Fishes from rio Ibirapuitã basin, Environmental Protection Area of Ibirapuitã, Pampa Biome.
  • O gênero Moenkhausia por Ricardo Britzke em Nature Planet (blog).

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Setembro/2018
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 851 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*