Tetra Savana (Hyphessobrycon stegemanni)

 

Hyphessobrycon stegemanni (Géry, 1961)

Nome Popular: Tetra Savana — Inglês: Savanna tetra

Ordem: Characiformes — Família: Characidae (Caracídeos)

Distribuição: América do Sul, bacia do rio Tocantins

Tamanho Adulto: 3 cm

Expectativa de Vida: 3 a 5 anos +

pH: 5.5 a 7.4 — Dureza: 1 a 8

Temperatura: 23°C a 28°C

Aquário Mínimo: 60 cm (comprimento) X 30 cm (largura) desejável — se mostram mais coloridos quando mantidos em aquário densamente plantado. Pode-se adicionar raízes e folhas secas (opcional). Substrato arenoso e escuro realça ainda mais suas cores.

Comportamento & Compatibilidade: Espécie de comportamento pacífico podendo ser mantido em aquário comunitário com peixes de mesmo porte. Peixe gregário, será importante manter em cardume com pelo menos 10 espécimes para que mostrem seu comportamento natural e cores mais realçadas.

Alimentação: Onívoro. Naturalmente se alimenta de pequenos invertebrados, crustáceos, algas filamentosas, frutos caídos e afins na natureza. Em aquário aceitará prontamente alimentos vivos e secos.

Reprodução: Ovíparo. O macho conduzirá a fêmea liberar os ovos livremente, que serão fecundados e sua maioria irá para o fundo do aquário ou ficará em meio a aglomerado de plantas. Eclodem em até três dias e larvas estarão nadando livremente em até 48h. Pais não exibem cuidado parental.

Dimorfismo Sexual: Machos são ligeiramente menores e possuem corpo retilíneo, enquanto fêmeas corpo de forma mais roliça. Machos adultos são mais coloridos.

Biótopo: Ocorre praticamente na eco região do cerrado brasileiro, uma grande área de prados tropicais arborizados que é considerado o ambiente de savana de maior biodiversidade do mundo, com altos números de fauna e flora endêmicas. Existem pequenos riachos que drenam para os rios Tocantins e Araguaia. Esses afluentes estão sujeitos a flutuações na vazão, com pronunciadas estações anuais úmidas e secas, e tipicamente consistem em canais com substrato que compreende rochas de tamanhos variados, raízes de árvores submersas, galhos caídos e folhas.

EtimologiaHyphessobrycon; do grego hyphesson, que significa de menor estatura + grego bryko = morder, mordedor. Stegemanni, nomeado em homenagem ao aquarista alemão Carlos Stegemann, de São Paulo, Brasil, “amigo íntimo” de Harald Schultz (1909-1966), que criou e reproduziu a espécie em cativeiro.

Sinônimos: Hemigrammus stegemanni

Informações adicionais: Endêmico do Brasil ocorrendo na bacia do rio Tocantins nos estados do Maranhão e Tocantins, região central do Brasil, além de seu principal afluente, o rio Araguaia, nos estados do Pará, Tocantins e Mato Grosso.

No aquarismo, o binomial Hyphessobrycon stegemanni tem sido frequentemente aplicado erroneamente a uma espécie que foi descrita como Hemigrammus ataktos (Marinho, Dagosta e Birindelli 2014). As razões para essa confusão são presumivelmente que as duas espécies ocorrem simpaticamente no sistema rio Tocantins e ambas possuem uma listra lateral escura no corpo.

H. stegemanni distingue-se de Hemigrammus ataktos pela seguinte combinação de caracteres: nadadeiras dorsais e anais curtas em machos adultos (vs. alongadas em Hemigrammus ataktos); dentes pré-maxilares internos com 7-9 cúspides (vs. 3-5); dentes menores com 7-9 cúspides (vs. maiores com 3-5 cúspides); escamas na nadadeira caudal restrita à base (em relação aos lobos da nadadeira caudal, em grande parte escalonados); 16-18 raios de nadadeira anal ramificados (vs. 16-18).

O crescente impacto da construção de barragens e do desmatamento para o cultivo de soja, algodão, milho, cana-de-açúcar e pastagens gerou fortes críticas internacionais e identificou como ameaças severas aos sistemas fluviais na região de sua origem, com a degradação do habitat já generalizada e mais da metade vegetação original do cerrado destruída.

Referências:

  • Lima, F.C.T., L.R. Malabarba, P.A. Buckup, J.F. Pezzi da Silva, R.P. Vari, A. Harold, R. Benine, O.T. Oyakawa, C.S. Pavanelli, N.A. Menezes, C.A.S. Lucena, M.C.S.L. Malabarba, Z.M.S. Lucena, R.E. Reis, F. Langeani, C. Moreira et al. …, 2003. Genera Incertae Sedis in Characidae. p. 106-168. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  • Romero, P., 2002. An etymological dictionary of taxonomy. Madrid, unpublished.
  • Géry, J. , 1961 – Tropical Fish Hobbyist 9(9): 7-13  The Savannah tetra: Hyphessobrycon stegemanni sp. nov.
  • Lima, FCT, DP Coutinho and WB Wosiacki, 2014 – Zootaxa 3872(2): 167-179 A new Hyphessobrycon (Ostariophysi: Characiformes: Characidae) from the middle Amazon basin, Brazil.
  • Marinho, MMF, FCP Dagosta and JLO Birindelli, 2014 – Neotropical Ichthyology 12(2): 257-264 Hemigrammus ataktos : a new species from the rio Tocantins basin, central Brazil (Characiformes: Characidae).

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Setembro/2018
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 848 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

6 Comentário

  1. Bom dia.
    Tenho um aquário de meio metro por 40, e tenho um casal de Tricogaster e 1 casal de beta, queria saber qual o tipo de peixe é compatível com esses casais. Queria florir meu aquário com mais espécie.

     
  2. Boa noite,

    Fiquei muito feliz de ver o nome do meu bisavó nesta linda especie. Agradeço por vocês o divulgarem, embora eu não o tenha conhecido em vida, sua lembrança esta marcado em nossa historia.

    Gostaria de saber se vocês sabem aonde encontro esta especie para velo de perto?

     

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