Acará terrapurpura (Gymnogeophagus terrapurpura)

 

Gymnogeophagus terrapurpura (Loureiro, Zarucki, Malabarba & González-Bergonzoni, 2016)

Foto obtida em wildfishaquarium.com

Nome Popular:  — Inglês:

Ordem: Perciformes  — Família: Cichlidae

Distribuição: América do Sul, bacia inferior do rio Uruguai na república homônima

Tamanho Adulto: 9 cm (comum 6 cm)

Expectativa de Vida: desconhecido

pH: 6.4 a 7.6 — Dureza: –

Temperatura: 18°C a 26°C

Aquário Mínimo: 80 cm comprimento X 30 cm largura — O aquário deverá possuir substrato arenoso e macio, além de iluminação relativamente fraca. Troncos e rochas podem ser utilizados para minimizar a agressividade e territorialismo dos peixes.

Comportamento & Compatibilidade: Territorialista intra-espécie. São tímidos ao olhar do observador, porém muito resistentes depois de adaptados ao aquário. Pode ser mantido em aquário comunitário com peixes de mesmo porte e igualmente pacíficos.

Alimentação: Onívoro. Naturalmente se alimenta de perifíton e especialmente macro-invertebrados e zooplâncton. Sua atividade trófica diminui durante o outono e inverno, de acordo com a baixa térmica da água que caracteriza os cursos de latitudes intermediárias. Em aquário poderá demorar a aceitar alimentos secos.

Reprodução: Ovíparo. A estação reprodutiva ocorre de novembro a janeiro. Durante este período, mostra um comportamento territorial agressivo. É uma espécie que faz postura no substrato. Após o nascimento da prole, apresenta um intenso cuidado parental, mostrando como proteção uma acentuada agressividade em relação a outros peixes.

G. terrapurpura pertence ao grupo dos rabdótomos, uma das subdivisões em que o gênero Gymnogeophagus é seccionado. Isso significa que os machos, nem durante o período reprodutivo nem fora dele, nunca desenvolvem nenhum tipo de protuberância na cabeça ou pescoço. Possui também a peculiaridade reprodutiva de depositar seus ovos no substrato, os incubam em uma superfície, não é um incubador bucal como outras espécies de Gymnogenys.

Dimorfismo Sexual: O dimorfismo sexual é limitado a pequenas diferenças de tamanho, o macho é ligeiramente maior do que a fêmea e mais colorido.

Biótopo: Ocorre em uma ampla variedade de habitats, incluindo lagoas eutróficas rasas, áreas inundadas, rios e córregos. Pode ser encontrado em camas que possuem pedregulhos, areia ou substratos lamacentos.

Etimologia: Gymnogeophagus, das palavras gregas gymnos (nu) + gea (terra) + phaegein (comer), em alusão a estratégia trófica dos membros do gênero. O nome específico terrapurpura é um substantivo em aposição que se refere ao romance do escritor argentino Guillermo Enrique Hudson “La tierra purpúrea”, no qual o personagem principal faz uma viagem pela mesma região onde esta espécie pode ser encontrada.

Sinônimos: não possui.

Informações adicionais: Distribuído na bacia do Prata, no inferior da bacia do rio Uruguai.

O tipo de localidade referido é: “Perto da cidade de Juanicó – na área metropolitana de Montevidéu, em Glen de la Lana , parte da bacia do rio Santa Lucía (afluente do rio da Prata ),departamento de Canelones , Uruguai”.

A coloração do corpo e das nadadeiras pode mudar dependendo do humor do peixe ou da época do ano, bem como do que acontece com os ciclídeos em geral. Gymnogeophagus terrapurpura tem um corpo castanho claro a amarelo- oleaginoso , no qual aparece, de cada lado, até 7 barras verticais difusas um pouco mais escuras, a primeira cruza o olho desde a nuca até a borda ventral do pré-opérculo. O mais destacado é o ponto central – estendido verticalmente como uma faixa – de cor preta, destacando-se por ser marginalizado na frente e atrás por faixas cinza-claras ou amareladas.

A partir da base da barbatana caudal, aparecem 4 linhas conspícuas compostas de pontos celestes brilhantes, às quais outras linhas paralelas podem ser adicionadas abaixo e acima. Entre as linhas celestes apresenta um rosário de pontos de cor laranja-avermelhada, ainda que menos estendido para a frente. Todas essas linhas celestes são descontinuadas ou interrompidas na região umeral pelo ponto preto (especialmente na parte medial), reaparecendo no lado oposto por uma curta distância. Em G. rhabdotus essas linhas são mais claras e, quase escondendo a mancha umeral escura, elas se estendem mais adiante, enquanto que em G. meridionalis elas são mais claras, menos difusas e menos visíveis.

Em G. terrapurpura, as bochechas geralmente mostram pequenas manchas azuis brilhantes que podem formar uma linha quase reta do topo da área de contato pré-opérculo do opérculo atrás do olho até a extremidade posterior da maxila. Também costuma ter um ou dois pontos alongados de cor celeste na posição anteroventral em relação ao olho. A porção ventral do corpo e da cabeça é amarela clara a branca.

Foto de Tom Fischer
Foto de Die zorro CC BY-SA 4.0

Referências:

  1. Loureiro, Marcelo e M. Zarucki, LR Malabarba, I. González-Bergonzoni. 2016. “Uma nova espécie de Gymnogeophagus Miranda Ribeiro do Uruguai (Teleostei: Cichliformes)”. Ictiologia Neotropical . v. 14
  2. Reis, R. E., L. R. Malabarba & C. S. Pavanelli. 1992. Gymnogeophagus setequedas, a new cichlid species (Teleostei: Labroidei) from middle rio Paraná system, Brazil and Paraguay. Ichthyological Exploration of Freshwaters
  3. Pereyra, S. & G. García. 2008. Patterns of genetic differentiation in the Gymnogeophagus gymnogenys species complex, a neotropical cichlid from South American basins. Environmental Biology of Fishes
  4. Serra, S., J. Bessonart, F. Teixeira de Mello, A. Duarte, L. Malabarba & M. Loureiro. 2014. Peces del Río Negro. Montevideo, MGAP-DINARA, 207p.
  5. Reis, R. E. and L. R. Malabarba (1988). Revision of the Neotropical Cichlid Genus Gymnogeophagus Ribeiro, 1918, with Descriptions of Two New Species (Pisces, Perciformes), Revista Brasileira de Zoologia 4 (4): 259-305.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Julho/2019
Colaboradores (collaboration): —

Sobre Edson Rechi 849 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

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