Bagre Andador (Clarias batrachus)

 

Clarias batrachus (Linnaeus, 1758)

Foto: Jon Moore, Atlantic State University

Nome Popular:  Clarias, Bagre Andador — Inglês: Walking Catfish

Ordem: Siluriformes — Família: Clariidae (Clarídeos)

Distribuição: Ásia. Java e Indonésia.

Tamanho Adulto: 47 cm (comum 30 cm)

Expectativa de Vida: desconhecido

pH: 6.0 a 8.0 — Dureza: indiferente

Temperatura: 10°C a 28°C

Aquário Mínimo: Aquário com dimensões mínimas de 200 cm de comprimento e 60 cm de largura desejável.

O comprimento e lateral do aquário são mais importantes do que a altura. Substrato macio com inúmeras tocas formando refúgios é necessário para se abrigar, uma vez que a espécie possui hábito noturno. Devido sua capacidade de respirar ar atmosférico, é comum a espécie querer fugir do aquário principalmente no período noturno. Desta forma deve-se tampar muito bem o aquário para evitar fugas.

É uma espécie incrivelmente resistente, sendo tolerante a uma ampla gama de química e temperatura da água.

Comportamento & Compatibilidade: Possui comportamento pacífico, porém altamente predatório podendo comer qualquer peixe que couber em sua boca. Pode ser criado em aquário comunitário com peixes de grande porte.

Alimentação: Onívoro. Naturalmente se alimenta de larvas de insetos, minhocas, camarões, peixes pequenos, plantas aquáticas e detritos. É um predador voraz que consome seu alimento rapidamente, por isso é considerado prejudicial quando invasivo. Em aquário é uma espécie que aceitará praticamente qualquer alimento oferecido. É recomendável uma mistura variada de grânulos secos, alimentos congelados com carne e matéria vegetal.

Os espécimes adultos não precisam ser alimentados diariamente. Tenha cuidado para não alimentar excessivamente, pois este é um peixe que simplesmente não sabe quando parar de comer.

Reprodução: Ovíparo. A reprodução ocorre principalmente durante a noite em áreas rasas e inundadas de rios, lagos e riachos. Os peixes realizam migração para planícies inundadas para se reproduzir e retornam ao rio ou lago logo após o ritual de reprodução, enquanto os juvenis permanecem na área inundada.

Machos se tornam extremamente agressivos entre si devido a disputas por fêmeas. Uma vez estabelecido o local de desova, normalmente uma caverna na beira do rio ou em um buraco cavado pelos pais no substrato, o macho se dobra em forma de U em torno da cabeça da fêmea, se mantendo nesta posição por vários segundos. Um lote de ovos é liberado, seguido de uma mistura vigorosa da cauda da fêmea para distribuir os ovos em uma ampla área. O par geralmente repousa após o acasalamento (segundos até vários minutos) e, em seguida, retoma o acasalamento.

Não ocorre cuidado parental junto aos alevinos, exceto pela escolha do local que será realizado a reprodução.

Dimorfismo Sexual: Fêmeas costumam ser um pouco maiores e seu corpo mais roliço principalmente na região ventral, enquanto machos apresentam corpo mais retilíneo. O macho desta espécie normalmente é mais colorido do que a fêmea com uma mancha escura na parte traseira da nadadeira dorsal.

Biótopo: Adultos ocorrem em córregos, pântanos, lagoas, valas e arrozais, geralmente confinado a água estagnada, enlameada. Realiza migrações para áreas inundadas durante a época das cheias e retorna aos corpos de água permanentes no início da estação seca.

Etimologia: Grego, chlaros = vivido, em referência à capacidade do peixe de viver por um longo tempo fora da água.

Sinônimos: Macropteronotus magur, Clarias assamensis, Clarias punctatus, Silurus batrachus

Informações adicionais: Apresenta corpo esbelto, cabeça óssea plana (mais lisa em comparação com outros siluros), boca larga e terminal com quatro pares de barbilhões.

Possui um órgão respiratório acessório que permite respirar ar atmosférico, podendo sobreviver em ambientes com baixo índice de oxigênio. Permanecem nos substratos enlameados de lagoas e ocasionalmente engolem ar através da boca. Pode deixar a água à noite e caminhar por terra utilizando suas fortes nadadeiras e espinhas, em busca de alimentos ou migrando para outros corpos de água para se reproduzir.

Bastante comum na aquicultura, é um alimento bastante comum sendo comercializado vivo ou congelado em seu local de origem.

O nome comum é derivado da sua capacidade natural de se mover através da terra usando suas espinhas peitorais rígidas, desde que seu corpo permaneça úmido. Possui poros especiais produzindo mucosas em seu corpo para ajudar e pode selar suas brânquias para evitar a perda de umidade.

A maioria dos espécimes vistos no comércio são variantes de aquários albinos ou leucísticos, dos quais a variedade marmorizada é bastante popular. O espécime selvagem é marrom com barriga branca e é encontrado com menor frequência no aquarismo.

Fêmea carregada de ovos – Foto Wolfgang Ros
Variedade marmorizada de Clarias batrachus – Foto: Wolfgang Ros

Referências:

  • Rahman, A.K.A., 1989. Freshwater fishes of Bangladesh. Zoological Society of Bangladesh. Department of Zoology, University of Dhaka.
  • Yamamoto, M.N. and A.W. Tagawa, 2000. Hawai’i’s native and exotic freshwater animals. Mutual Publishing, Honolulu, Hawaii.
  • Knud-Hansen, C.F., T.R. Batterson, C.D. McNabb, Y. Hadiroseyani, D. Dana and H. Muhammed Eidman, 1990. Hatchery techniques for egg and fry production of Clarias batrachus (Linnaeus). Aquacult.
  • Vidthayanon, C., 2002. Peat swamp fishes of Thailand. Office of Environmental Policy and Planning, Bangkok, Thailand

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Abril/2019
Colaboradores (collaboration): —

Sobre Edson Rechi 848 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

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