Rasboras Naevus (Boraras naevus)

 

Boraras naevus  (Conway & Kottelat, 2011)

Nome Popular: Rasbora Naevus — Inglês: —

Ordem: Cypriniformes — Família: Cyprinidae (Ciprinídeos)

Distribuição: Ásia, na península da Tailândia

Tamanho Adulto: 1.3 a 2.0 cm

Expectativa de Vida: 3 anos +

pH: 6.0 a 7.0 — Dureza: —

Temperatura: 22°C a 28°C

Aquário Mínimo: 60 cm (comprimento) X 30 cm (largura) — Prefere aquário com plantas formando áreas sombreadas. Mostram-se mais coloridos e ativos quando mantidos em aquário plantado com áreas abertas para natação. Pode-se adicionar raízes e folhas secas (opcional) como decoração. Apesar de seu tamanho diminuto, precisa de espaço para nadar e os machos dominantes formarem territórios temporários durante a desova.

Comportamento & Compatibilidade: Espécie pacífica e gregária que forma hierarquia livre, podendo ser mantido em aquário comunitário com peixes de tamanho diminuto. Será importante manter em cardume com pelo menos 10 espécimes para que mostrem seu comportamento natural e cores mais realçadas. Devido seu tamanho diminuto se torna ideal para aquário plantado ou de camarões ornamentais.

Alimentação: Onívoro, em seu ambiente natural é provável que se alimenta de pequenos insetos, vermes, crustáceos e zoo plâncton. Em cativeiro aceitará prontamente alimentos secos.

Reprodução: Ovíparo, sua reprodução é similar dos pequenos ciprinídeos. A fêmea irá disseminar ovos livremente no substrato ou em folhas e o macho irá fecundar em seguida. Não ocorre cuidado parental e os alevinos eclodem em até dois dias permanecendo no saco vitelínico. Em 24 h estarão nadando livremente.

Dimorfismo Sexual: Fêmeas são ligeiramente maiores e mais roliças que os machos, principalmente na região ventral. Machos adultos possuem corpo retilíneo e são ligeiramente mais coloridos.

Biótopo: Ocorre em corpos rasos de água como pântanos, várzeas e arrozais. Preferem áreas com bastante vegetação sumersa e muitos de seus habitats potenciais foram convertido em arrozais.

EtimologiaBoraras; anagrama do nome genérico Rasbora, em referência à relação inversa de vértebras abdominais e caudais neste gênero. Naevus do latim naevus, que significa “mancha, marca na pele”, em alusão à grande mancha sexualmente dicromática e, seu flanco.

Sinônimos: Não possui

Informações adicionais: Distribuído no sul da Tailândia, província de Surat Thani. Registrado no baixo do rio Tapi, na encosta do Golfo da Tailândia, Península Malaia.

Antes de sua descrição científica, esta espécie foi comercializada sob vários nomes. É exportado esporadicamente e pouco se sabe sobre sua distribuição ou história natural.

Entre seus congêneres, parece estar mais relacionado com B. maculatus e B. micros, uma vez que compartilha alguns aspectos no padrão de cores, além da presença de manchas escuras no corpo. No entanto, em B. naevus, a mancha ao lado de seu corpo é muito maior nos machos do que nas fêmeas, enquanto nas outras duas espécies é do mesmo tamanho em ambos os sexos. Também difere pela posse de 9 + 8 raios da nadadeira caudal principal versus 9 + 9 em B. micros e 9-10 + 9 em B. maculatus.

Boraras naevus é considerado um dos menores ciprinídeos do mundo. O gênero Boraras é um anagrama de seu antigo gênero (Rasbora), em alusão as vértebras abdominal e caudal invertidas deste gênero. Micros vem a partir da palavra grega mikrós que significa “pequeno”, em alusão ao seu tamanho diminuto.

Seu pequeno tamanho quando adulto evoluiu através de um processo conhecido como miniaturização, caracterizado por adultos sexualmente maduros com um tamanho significativamente reduzido. Entre os peixes ósseos da ordem Cypriniformes, todas as espécies dos gêneros BarboidesDanionellaMicrodevarioMicrorasboraHoradandiaBoraras, Sawbwa e Sundadanio apresentam este fenômeno.

A estrutura anatômica dos ciprinídeos miniaturizados pode variar muito, e existem dois ‘agrupamentos’ com algumas espécies possuindo características intermediárias em algum grau. O primeiro contém aqueles peixes que, embora pequenos, são essencialmente versões anãs de seus parentes maiores, por exemplo, Barboides, Microdevario, Microrasbora, Boraras, etc.

O outro grupo inclui espécies em que o desenvolvimento anatômico para num ponto em que o adulto ainda se assemelha a forma larval de seu ancestral maior, ou seja, Danionella e Paedocypris.

Os últimos geralmente são referidos como “truncados” em seu desenvolvimento e acredita-se que tenham evoluído através de um processo conhecido como “pedomorfose progenética”, ou seja, a pedomorfose causada pela maturação acelerada. Eles tipicamente exibem uma estrutura esquelética simplificada juntamente com peculiaridades morfológicas específicas da espécie.

Espécies Boraras do Arquipélago Malaio (B. brigittae , B. maculatus e B. merah) tendem a ter um perfil corporal mais magro e alongado do que as da Indochina (B. micros, B. urophthalmoides, B. naevus) que pode ajudar quando tentar identificá-los.

Referências:

  • Conway, K.W. and M. Kottelat, 2011. Boraras naevus, a new species of miniature and sexually dichromatic freshwater fish from peninsular Thailand (Ostariophysi: Cyprinidae). Zootaxa
  • The fishes of the inland waters of southeast Asia: a catalogue and core bibiography of the fishes known to occur in freshwaters, mangroves and estuaries.
  • Mayden, RL, KL Tang, KW Conway, J. Freyhof, S. Chamberlain, M. Haskins, L. Schneider, M. Sudkamp, RM Wood, M. Agnew, A. Bufalino, Z. Sulaiman, M. Miya, K. Saitoh, and S. He, 2007 – Journal of Experimental Zoology, Molecular Development and Evolution 308B: 1-13
    Phylogenetic relationships of Danio within the order Cypriniformes: a framework for comparative and evolutionary studies of a model species.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Janeiro/2019
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 849 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

3 Comentário

  1. Estas Rasboras mini levam ao pé da letra a frase: – Nos menores frascos estão os melhores perfumes!
    Que coisa linda da natureza um ser tão diminuto e com tantos detalhes e cores de tamanha beleza.

     
  2. Oi Edson, você aconselha 2 cardumes de especies diferentes no mesmo aquário? Como 10 rasboras + 10 tanictes ou outra espécie de tetra? Estou inserindo aos poucos a fauna no novo aquario de 80cm largura (96 litros) com sump traseiro.
    – atual: 5 coridoras panda + 6 ottocinclos
    – futuro: 1 ou casal ciclideo anão e o cardume
    Grata por ser um canal de info super profissional e de confiabilidade altíssima.

     
    • Olá Manuela, Ambas espécies cardumeiras ficará bem com a fauna atual. Vai mais na questão de gosto. Sou suspeito para falar, pois gosto de rasboras e tanicts. Este último é mais rustico e fácil de manter.

       

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*