Oscar, Apaiari (Astronotus ocellatus)

 

Astronotus-ocellatus1

Classificação

Actinopterygii • Ordem: Perciformes • Família: Cichlidae

Nome binomial: Astronotus ocellatus (Agassiz, 1831)

Sinônimos: Lobotes ocellatus, Cychla rubroocellata, Acara compressus, Astronotus ocellatus zebra, Astronotus orbiculatus

Grupo Aquário: Peixes Jumbo, Predadores, Ciclídeos Neotropicais

Nomes comuns

Apaiari, Acará Açu, Acará-grande, Apiari, Bola-de-ouro, Cará pirosca, Cará-boi, Corró-baiano, Dorminhoco

Inglês: Velvet cichlid, Oscar, Red oscar

Distribuição & habitat

América do Sul. Originário da bacia Amazônica, encontra-se disseminado em quase todo o Brasil (Braga, 1953). Encontrado na Argentina, Brasil, Colômbia, Guiana Francesa e Peru. Introduzido e estabelecido em alguns estados norte americanos (questionável).

Habita canais, lagoas e rios lênticos, preferencialmente em águas rasas. Geralmente são solitários e encontrados comumente embaixo de troncos.

Astronotus-ocellatus-map
Mapa por Discover Life

Ambiente & parâmetros da água

Bentopelágico; água doce • pH: 6.0 – 7.6 • Dureza: 5 – 19 • Clima: tropical; 22°C – 30°C

Tamanho adulto

45cm (comum 30cm) • Estimativa de vida: 10 anos

Manutenção em aquário

Aquário com dimensões mínimas de 100 cm X 40 cm X 50 cm (200 litros) requerido. As medidas indicadas refere-se para criação de apenas um indivíduo ou um casal formado, para ambiente comunitário considere mantê-lo em aquário com pelo menos 150cm de comprimento e acima de 300L.

Oscars gostam de desenterrar plantas e organizar a decoração do aquário conforme sua necessidade. Como a maioria dos peixes de grande porte, costumam sujar bastante a água, devendo ser efetuado trocas parciais e limpeza dos filtros semanalmente. Embora apreciem ambiente lêntico, necessitam de água bastante oxigenada, portanto é recomendado o uso de bombas de circulação próximo a superfície ou mesmo areadores para esta função, desde que não crie uma forte correnteza na água, pouco apreciado pela espécie.

Certifique-se de proteger equipamentos quebráveis como termostatos e afins, além de posicionar rochas com segurança, uma vez que gostam de fuçar em tudo no aquário como já destacado. São peixes bastante curiosos. Um substrato de areia fina e a adição de bastante rochas e raízes torna-se importante para servir de refúgio para a espécie ou mesmo para demarcar território quando o aquário possui dois ou mais espécimes. Use tampas no aquário, embora não possuam o hábito de pular para fora do aquário, costumam se assustar facilmente quando as luzes estão apagadas, podendo pular para fora do aquário.

Seu comportamento é bastante variável, desde espécimes pacíficos até agressivos que podem não aceitar nenhuma outra espécie no mesmo espaço. Costuma ser territorialista intra-espécie. Ciclídeo que pode ser mantido como pet fish ou em aquário comunitário (variável). Bastante inteligente, poderá interagir bastante com o aquarista. Possuem talvez uma das personalidades mais impulsivas entre os peixes.

Alimentação

Onívoro, em seu ambiente natural alimenta-se de pequenos peixes, crustáceos, vermes e larvas de insetos, invertebrados terrestres e macrófitas aquáticas. Em cativeiro aceitará alimentos secos e vivos sem dificuldades.

Reprodução e dimorfismo sexual

Astronotus-ocellatus-des

Ovíparo. Maturidade sexual ocorre próximo de 12 meses. Liberam de 1000 a 3000 ovos, eclodem em até 5 dias; larvas nadam livremente após 7 dias. Estabelece ovos em superfícies planas ou no substrato; casal limpará o local para desova, normalmente folhas ou raízes, onde os ovos adesivos serão expelidos pela fêmea, sendo fertilizado em seguida pelo macho; pais cuidam da progênie durante primeiras semanas.

Embora a espécie seja considerada largamente monomorfa sexualmente, machos crescem mais rápido e podem possuir manchas escuras na base da nadadeira dorsal, porém isto é bastante variável.

Galeria de imagens

Astronotus-ocellatus7 Astronotus-ocellatus6

Astronotus-ocellatus5 Astronotus-ocellatus4

Astronotus-ocellatus3 Astronotus-ocellatus2

Descrição

Espécie popular entre aquaristas, porém, devido seu crescimento lento não á apreciado por aquicultores. Possui boca grande com lábios grossos, préopercular primeiro arco branquial sem lobo; rastros branquiais curtos e grossos com diversos dentículos; corpo de cor escura com opérculo no pedúnculo caudal. Podem alterar sua coloração rapidamente de acordo com a necessidade do momento, seja ritual, comportamental ou de combate entre indivíduos da mesma espécie.

Sugerem que a função do ocelo é limitar o ataque de predadores (ex. piranhas) a esta região, evitando atingir regiões vitais, porém, estudos recentes sugerem que os ocelos podem ser um fator importante na comunicação intraespécie.

Sua distribuição está limitada a intolerância a água frias, tendo limite letal abaixo de 15°C, porém é bastante ampla, principalmente nas bacias brasileiras. Populações ferais também ocorrem na China, norte da Austrália e Flórida como efeito colateral do comércio de peixes ornamentais

O termo Acará Açu vem do tupi e indica Acará Grande. Existem inúmeras variedades ornamentais desenvolvidas por cruzamentos seletivos para abastecer o mercado de aquarismo, incluindo grande intensidade de cores como vermelho mármore, albino, leucísticas e xantocrômicas, além de nadadeiras longas.

Ciclídeo que pode ser mantido como pet fish ou em aquário comunitário (variável). Bastante inteligente, poderá interagir bastante com o aquarista. Comum no aquarismo devido tais características. Embora originários de águas ácidas, toleram sem dificuldades águas alcalinas, sendo uma espécie bastante resistente.

Referências

  1. Pereira, R., 1982. Peixes de nossa terra. Livraria Nobel, Sao Paulo, Brazil. 129 p.
  2. Ferreira, A.B.H., 1986. Novo dicionario da lingua Portuguesa. Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro. 1838 p.
  3. Robins, C.R., R.M. Bailey, C.E. Bond, J.R. Brooker, E.A. Lachner, R.N. Lea and W.B. Scott, 1991. World fishes important to North Americans. Exclusive of species from the continental waters of the United States and Canada. Am. Fish. Soc. Spec. Publ. (21):243 p.
  4. FAO-FIES, 2012. Aquatic Sciences and Fisheries Information System (ASFIS) species list. Retrieved from http://www.fao.org/fishery/collection/asfis/en, March 2012.
  5. Lopez, H.L., R.C. Menni and A.M. Miguelarena, 1987. Lista de los peces de agua dulce de la Argentina. Biologia Acuatica No. 12, 50 p. (Instituto de Limnologia “Dr. Raul A. Ringuelet”).
  6. Hugg, D.O., 1996. MAPFISH georeferenced mapping database. Freshwater and estuarine fishes of North America. Life Science Software. Dennis O. and Steven Hugg, 1278 Turkey Point Road, Edgewater, Maryland, USA.
  7. Soares, M.G.M., R.G. Almeida and W.T. Tunk, 1986. The trophic status of the fish fauna in Lago Camaleao, a macrophyte dominated floodplain lake in the middle Amazon. Amazoniana, IX(4):511-526.
  8. Mérona, B. de and J. Rankin-de-Mérona, 2004. Food resource partitioning in a fish community of the central Amazon floodplain. Neotrop. Ichthyol. 2(2):75-84.
  9. PRODUÇÃO DE ALEVINOS DE APAIARI, Astronotus ocellatus ocellatus (Cuvier, 1829) Swainson, 1839, EM VIVEIROS” – José William Bezerra e Silva, Rosângela Coelho Regis, Andréa Teixeira Bezerra
  10. CARACTERIZAÇÃO DA PESCA E ETNOBIOLOGIA DO APAIARI Astronotus ocellatus (AGASSIZ, 1831), NO MUNICÍPIO DE PRACUÚBA ESTADO DO AMAPÁ, COMO SUBSÍDIO À PISCICULTURA. – MÁRCIA DAYANE VILHENA DAADDY
  11. ANÁLISE COMPORTAMENTAL DE Astronotus ocellatus – ETOGRAMA DE JUVENIS E ADULTOS.
  12. Danilo Martim Fonseca de Oliveria – Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE
  13. André Lucas Corrêa de Andrade – Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE
  14. Priscila Rafaela Leão Soares – Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE
  15. Maria Adélia Borstelmann de Oliveira – Profa. Dra. – Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE
  16. Pabyton Gonçalves Cadena – Prof. Dr./Orientador – Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Abril/2014
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 849 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

10 Comentário

  1. Boa tarde. Gostaria de saber um pouco mais sobre a circulação da água para os Oscars. Tenho 7 num aquário de 495LT além de outros ciclídeos. Apenas eles me parecem incomodados com a Wave Maker de 6.000 lt/h. Será que tá demais? Obrigado e parabéns pelo artigo.

     

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*