Linguado Lixa (Achirus achirus)

 

Achirus achirus (Linnaeus 1758)

Espécime coletado na cidade de Bragança no estado do Pará (Brasil) – Foto de Uwe Krumme (c)

Nome Popular: Linguado Lixa, Solha — Inglês: Drab sole

Ordem: Pleuronectiformes — Família: Achiridae (Achirídeos)

Distribuição: América do Sul, desde o Golfo de Paria até a foz do rio Amazonas

Tamanho Adulto: 37 cm (comum 30 cm)

Expectativa de Vida: desconhecido

pH: 7.0 a 8.0 — Dureza: –

Temperatura: 25°C a 28°C

Aquário Mínimo: 100 cm comprimento X 40 cm largura — Aquário deverá possuir iluminação fraca a moderada com substrato arenoso que lhes permite se enterrar e ficar somente com os olhos visíveis. Do ponto de vista estético o aquário não precisará de muitos adornos como plantas, raízes e afins. Embora seja vendido comumente como um peixe de água doce, ficam melhor quando mantido em água salobra.

Comportamento & Compatibilidade: É uma espécie pacífica e predadora. Há relatos de sucesso de sua criação em aquário comunitário com peixes de médio porte e pacíficos, mas se faz melhor quando criado em aquário mono espécie.

Alimentação: Basicamente é um carnívoro obrigatório e sua dieta consiste em pequenos peixes e crustáceos menores que vivem no sedimento. Em aquário dificilmente aceitará alimentos secos, devendo ser fornecido minhocas, artêmias vivas e pequenos peixes. Eventualmente poderá aceitar alimentos congelados como camarões e filé de peixe.

Reprodução: Nunca foi reproduzido em cativeiro. Em seu ambiente natural se reproduzem entre Julho e Setembro.

Dimorfismo Sexual: Desconhecido, embora algumas suposições indicam fêmeas sendo maiores que os machos.

Biótopo: Vive no fundo de rios e estuários de água doce e salobra ao longo da costa da América do Sul. Ocorre geralmente em águas rasas, vivendo em áreas de cerca de um a vinte metros de profundidade. Anfídromo, mudam inúmeras vezes seu habitat de água doce para salgada durante seu ciclo de vida, normalmente por razões fisiológicas, ligadas à sua ontogenia.

EtimologiaAchirus, do grego, a = sem + grego, cheir = mãos

Sinônimos: Achirus maculipinnis gunteri, Monochir punctifer, Monochirus lineatus, Pleuronectes achirus.

Informações adicionais: Morfologicamente, seu corpo é bastante oval, fortemente comprimido e coberto por escamas ctenóides, eriçadas na cabeça, e cirros em ambos os lados, estando os cirros escuros evidentes no lado ocular, que é o direito. Boca subterminal dirigida para baixo, formando um arco. Sua linha lateral geralmente é arqueada acima do opérculo, continuando reta até a nadadeira caudal. Nadadeira peitoral apenas no lado ocular. Destaque-se por apresentar os dois olhos num dos lados do corpo quando adulto. É castanho com nadadeiras verdes e o corpo (incluindo as barbatanas) é coberto por manchas pretas.

Eles se escondem completamente no sedimento, deixando de fora apenas seus olhos, a fim de procurar predadores e presas.

Como várias espécies de aquirídeos, é uma espécie marinha que ocasionalmente entra em águas continentais, há pelo menos registro desta espécie em água doce (Rio Tocantins em Cametá, estado do Pará, Brasil). Ortega e Vari (1986) citam A. achirus em água doce no Peru (bacia amazônica), mas foi um erro de identificação, pois esta espécie não ocorre em águas continentais altas. Nesta área ocorre Hipoclinemus mentalis, que é frequentemente confundido com A. achirus.

Referências:

  • Cervigón, F., R. Cipriani, W. Fischer, L. Garibaldi, M. Hendrickx, A.J. Lemus, R. Márquez, J.M. Poutiers, G. Robaina and B. Rodriguez, 1992. Fichas FAO de identificación de especies para los fines de la pesca. Guía de campo de las especies comerciales marinas y de aquas salobres de la costa septentrional de Sur América. FAO, Rome. 513 p. Preparado con el financiamento de la Comisión de Comunidades Europeas y de NORAD.
  • Keith, P., P.-Y. Le Bail and P. Planquette, 2000. Atlas des poissons d’eau douce de Guyane. Tome 2, Fascicule I: Batrachoidiformes, Mugiliformes, Beloniformes, Cyprinodontiformes, Synbranchiformes, Perciformes, Pleuronectiformes, Tetraodontiformes. Collection Patrimoines Naturels 43(I): 286p. Paris: Publications scientifiques du Muséum national d’Histoire naturelle.
  • Munroe, T.A., 2003. Achiridae. American soles. p. 1925-1933. In K.E. Carpenter (ed.) FAO species identification guide for fishery purposes. The living marine resources of the Western Central Atlantic. Vol. 3: Bony fishes part 2 (Opistognathidae to Molidae), sea turtles and marine mammals.
  • Berra, T., 2001. Freshwater fish distribution. Academic Press, San Diego, California, USA.
  • Munroe, T.A., 2003. Achiridae. American soles. p. 1925-1933. In K.E. Carpenter (ed.) FAO species identification guide for fishery purposes. The living marine resources of the Western Central Atlantic. Vol. 3: Bony fishes part 2 (Opistognathidae to Molidae), sea turtles and marine mammals.
  • Eschmeyer, W.N. (ed.), 2013. Catalog of fishes. Updated internet version of 02 July 2013. Catalog databases of CAS cited in FishBase (website).

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Abril/2021
Colaboradores (collaboration): —

Sobre Edson Rechi 849 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.

2 Comentário

  1. Já criei dois linguados de água doce. São extremamente raros de encontrar em lojas de aquarismo, o que é uma pena, pois são peixes bem interessantes. Viviam em aquário comunitário sem maiores problemas, o único problema que tive foi que, por erro meu, comprei um knight goby pequeno. Assim que caiu no aquário foi devorado, não deu tempo nem de salvar. E quanto à alimentação, os meus aceitavam ração para peixes de fundo sem maiores problemas, bastava a ração cair perto deles.

     

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