Peixe Borboleta Pintada / Listrada (Carnegiella strigata)

 

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Classificação

Carnegiella strigata (Günther, 1864)

Classe: Actinopterygii   Ordem: Characiformes  FamíliaGasteropelecidae

Nomes comuns: Borboleta pintada, Borboleta listrada, Borboleta manchada, Peixe Borboleta, Peixe Borboleta manchado  — Inglês: Marbled hatchetfish

Grupo Aquário: Peixes Borboletas

Ambiente & parâmetros da água

Água doce • pH: 5.0 – 7.4 • Dureza: 5 – 19  Temperatura: 24°C – 28°C

Habita águas de fluxo lento com densa vegetação de superfície. Comumente encontrado em igarapés (águas negras), ambiente caracterizado por substrato coberto com galhos, raízes e folhas, além de mata ciliar.

Tamanho adulto:

4 cm (comum 4 cm) Estimativa de vida: 3 anos +

Distribuição

América do Sul; bacia inferior, médio e superior do rio Amazonas; sul da Amazônia e Rio Caquetá na Colômbia. Nativo do Brasil, Colômbia, Guiana, Peru e Suriname.

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Mapa por Discover Life

Manutenção em aquário & Comportamento

Aquário com dimensões mínimas de 60 cm X 30 cm X 30 cm (54 litros) requerido. Aquário deverá possuir preferencialmente plantas flutuantes ou altas e fluxo de água moderado. Deve-se usar tampas no aquário para evitar fugas, pois esta espécie é um exímio saltador e qualquer brecha não exitará em pular para fora do aquário. 

Apresenta comportamento bastante pacífico e tímido, devendo ser mantido com peixes igualmente pacíficos de pequeno porte. Trata-se de uma espécie gregária ficando mais ativo e confortável se mantido em pelo menos 8 espécimes ou mais.

Alimentação

Onívoro (essencialmente insetívoro), em seu ambiente natural alimenta-se principalmente insetos como artrópodes, formigas, Hymenoptera (vespas, abelhas), coleoptera (besouros), dipteros (moscas e afins), entre outros  . Em cativeiro aceitará alimentos secos e vivos prontamente.

Reprodução e dimorfismo sexual

Ovíparo. Deposita seus ovos em raízes de plantas flutuantes para protegê-los de predadores. Alevinos eclodem cerca de 30h e nadam livremente em até 5 dias. Pais não cuidam da prole.

Dimorfismo Sexual

A fêmea é um pouco maior que o macho e seu corpo, mais saliente, especialmente, na época de reprodução, quando possui ovos em seu interior.

Galeria de imagens

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Descrição

Seu nome popular é devido apresentar corpo semelhante a borboleta com aspecto mármore. Apresenta nadadeiras peitorais bastante musculosas podendo saltar em busca de insetos que sobrevoam a superfície da água. Encontrado comumente em grande número.

Muitas vezes a espécie é indicada a voar propelido acima da superfície da água usando suas nadadeiras peitorais, mas na verdade esse comportamento foi refutado por Wiest (1995) que usou um vídeo em câmera lenta, para demonstrar que as nadadeiras peitorais são utilizadas para o peixe saltar para fora da água, mas não é utilizada no ar para voar como muitas vezes é referido.

Esta ação ocorre em resposta a alguma ameaça para ser usado em circunstâncias extremas, bem como ocorre com muitos outros peixes. O pesquisador também descobriu que o peixe parece ser capaz de saltar uma ou duas vezes antes de exigir um período de repouso, devido à grande quantidade de energia necessária os usar os músculos peitorais.

Pode ser confundido com outras espécies do gênero, mas facilmente distinguido por possuir tamanho maior quando adulto além do padrão de cor mármore em forma de listras escuras e claras na diagonal do corpo abaixo da linha lateral. Este padrão de cor é variável e populações são conhecidas por apresentar diferenças na profundidade do corpo e do número de raios da nadadeira anal, razão pela qual se conduziu a descrição de várias subespécies: C. fasciata strigata (Garman, 1890) foi descrita a partir de Tabatinga, no Brasil, perto da ‘Três Fronteiras’, onde as fronteiras do Brasil, Peru e Colômbia se encontram, C. vesca strigata (Fraser-Brunner, 1950) a partir do rio Mazarumi na Guiana, C. strigata marowini (Hoedeman, 1952) a partir do rio Marowini no Suriname e C. surinamensis strigata (Hoedeman, 1952) a partir de um pântano sem nome no norte do Suriname.

Géry (1977) se refere a estas subespécies como “formas” e optou por reconhecer duas delas como distinta; C.strigata strigata com um padrão de cor essencialmente “em forma de v ‘encontrada na Guiana, Suriname e partes da Amazônia, e C. fasciata strigata com um ‘padrão de cor em forma de Y’ encontrado em toda a Amazônia, além de constatar a existência de uma forma intermediária que habitam os rios Negro e Orinoco.

Atualmente há várias sub-espécies descritas de C. strigata incluindo:

  • C. strigata fasciata
    C. strigata vesca
    C. strigata marowini
    C. strigata surinamensis
    C. strigata strigata – ‘padrão em forma de v’
    C. strigata fasciata – ‘padrão em forma de Y’

Apesar de todos acima serem considerados atualmente sinônimo de C. strigata, podem estar sujeitos a alterações no futuro dado os resultados de um estudo publicado em 2012 por Schneider et al., em que foram encontradas as populações no rio Negro sozinho para representar duas distintas linhagens monofiléticas.

Atualmente o gênero apresenta quatro espécies: Carnegiella strigata, Carnegiella schereri, Carnegiella marthae, Carnegiella myersi (FishBase 2015)

Sinônimos: Gasteropelecus strigatus, Gasteropelecus fasciatus; Carnegiella strigata vesca; Carnegiella strigata marowini; Carnegiella strigata surinamensis 

Etimologia: Carnegiella: nomeado em homenagem a Miss Margaret Carnegie, em referência à beleza das espécies do gênero. Strigata: a partir do latim strigatus, que significa “ter faixas transversais coloridas, strigate ‘. Ao nível da família, o termo Gasteropelecidae significa “barriga em forma de machado”, referente a sua aparência.

Referências

  1. Nomura, H., 1984. Nomes científicos dos peixes e seus correspondentes nomes vulgares. In H. Nomura (ed.). Dicionário dos peixes do Brasil. Editerra, Brasília, Brasil: 27-63.
  2. Planquette, P., P. Keith and P.-Y. Le Bail, 1996. Atlas des poissons d’eau douce de Guyane. Tome 1. Collection Patrimoines Naturels 22: 429p. Paris: Publications scientifiques du Muséum National d’Histoire Naturelle.
  3. Robins, C.R., R.M. Bailey, C.E. Bond, J.R. Brooker, E.A. Lachner, R.N. Lea and W.B. Scott, 1991. World fishes important to North Americans. Exclusive of species from the continental waters of the United States and Canada. Am. Fish. Soc. Spec. Publ. (21):243 p.
  4. Riehl, R. and H.A. Baensch, 1991. Aquarien Atlas. Band. 1. Melle: Mergus, Verlag für Natur-und Heimtierkunde, Germany. 992 p.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Agosto/2015
Colaboradores (collaboration): –

 

Sobre Edson Rechi 848 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários, voltou no aquarismo em 2004, desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra, amazônico comunitário e marinho. Atualmente curte e mantém peixes primitivos e ciclídeos neotropicais, suas grandes paixões.